Por Beatriz Montesanti
Promover oportunidades de estudo no exterior tornou-se uma preocupação dentro das próprias universidades brasileiras que, cada vez mais, investem na internacionalização do ensino. Ou seja, instituições públicas e privadas buscam firmar acordos e convênios com instituições no exterior, facilitando a troca de estudantes entre países para cursar um semestre, um ano, ou até obter o duplo diploma.
É o caso de instituições como a Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Hoje, a FGV possui mais de 100 parcerias e 25% de seus alunos realizam intercâmbio. “Deslocamos mil alunos por ano, entre os que vêm para cá e os que enviamos para fora”, diz a professora Julia Von Maltzan Pacheco, coordenadora do Centro de Relações Internacionais. Entre os principais países de destino estão EUA, França e Alemanha.
Para se candidatar, é fundamental que o aluno tenha proficiência em inglês ou na língua em que o curso é ministrado. “Precisamos ter certeza de que ele não vai ter problema para frequentar as aulas”, diz Julia.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) segue a mesma linha: hoje tem cerca de 300 convênios, a maior parte deles com EUA e França. “Dependendo do curso, mandamos também para Portugal, Espanha ou Alemanha”, diz Nancy Guimarães, coordenadora da Central de Cooperação Internacional da faculdade. Entre os pré-requisitos para se candidatar ao intercâmbio está ter cursado no mínimo 40 créditos na PUC-Rio, estar entre os 50% melhores alunos de seu departamento e não possuir mais do que três reprovações. A seleção é feita por uma banca da PUC após a análise de documentação.
A Universidade Federal de Juiz de Fora possui 137 acordos com instituições estrangeiras, sendo Portugal o principal destino. Há um edital de seleção que analisa projetos de extensão realizados pelo aluno e, além disso, o estudante deve enviar um vídeo defendendo a conquista de sua vaga, como explica Thiago Coelli, gerente de Intercâmbio Outgoing.
A vantagem de fazer um intercâmbio por meio da própria faculdade no Brasil é que as disciplinas cursadas fora podem contar créditos para o histórico escolar, de forma que o aluno não atrase a conclusão do curso. Além disso, os custos tendem a ser menores: por vezes, são oferecidas bolsas e, no caso das universidades privadas, o estudante continua a pagar a mesma mensalidade que paga no Brasil. Sem contar o apoio logístico muitas vezes dado pela universidade de destino com relação a acomodação e transporte.
Na maior parte das universidades conveniadas com a UFJF, não há necessidade de se pagar taxa e a própria universidade oferece bolsas aos alunos aprovados. “Em nosso ultimo edital foram abertas 303 vagas com 20 bolsas de intercâmbio com valor médio de US$ 5 mil”, diz Thiago. Além disso, a UFJF faz parte do projeto de idiomas Inglês Sem Fronteiras, em que os alunos realizam testes de inglês como o TOEFL através da própria universidade, sem pagar as taxas.
Na PUC, alunos bolsistas continuam isentos da mensalidade quando vão para fora. A FGV, por sua vez, oferece opções de financiamento para ajudar com a estadia. “Essa bolsa o aluno paga de volta no futuro, um ou dois anos após o término do curso”, explica Julia.
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