Se você está preparando toda a papelada para se inscrever num processo de MBA, atenção: a carta de recomendação merece a mesma dedicação dada a outros documentos. Em muitos casos, os candidatos pensam que para ter uma boa carta, basta pedir para um ex-chefe, ou o atual, e deixar que ele escreva sobre você. Mas não.
É preciso ter muitos cuidados para que a carta seja realmente o que a universidade espera. “Para os MBAs, as escolas querem duas cartas profissionais, preferivelmente do gestor atual e de um anterior”, explica Cristina Tavares, coordenadora de Admissions no Brasil da MBA House.
Essas cartas são compostas por perguntas enviadas pela universidade. A Harvard Business School, por exemplo, tem duas questões:
1) Como a performance do candidato, seu potencial, formação ou características pessoais se comparam a indivíduos qualificados em posições similares? Por favor, dê exemplos específicos.
2) Descreva o feedback mais construtivo que você já deu ao candidato. Por favor, detalhe as circunstâncias e a resposta do candidato.
Veja algumas dicas para ter uma boa carta de recomendação:
Organize-se com tempo – Comece a pensar em quem você pedirá para escrever suas cartas e entre em contato, pelo menos, dois meses antes do prazo final da application. As perguntas são enviadas ao e-mail de quem vai recomendar o candidato, por isso é preciso de tempo para escrevê-las.
Como escolher as pessoas certas – “O cargo não é o mais importante para a escolha de quem escreverá a carta”, diz Cristina Tavares, coordenadora de Admissions Brasil da MBA House. “O importante é que a pessoa conheça bem o candidato e que seja alguém que tenha constante contato para escrever um texto detalhado”, orienta.
Caso não haja tempo para que a pessoa te escreva uma carta, marque uma reunião com ela e faça uma entrevista com base nas perguntas pedidas pela universidade. Nesta situação, extrema, o candidato pode redigir sua própria carta.
Se você está há menos de seis meses na empresa, não é necessário que ela seja escrita por seu atual supervisor. Esse período, geralmente, é curto demais para que haja resultados que possam ser descritos numa carta.
Há casos em que o candidato se sente desconfortável em pedir para que seu atual gestor escreva a carta. Nestas situações, explique o porquê. “Alguns chefes podem não gostar da possibilidade de perder um funcionário, então vale a pena deixar claro que preferiu antigos gestores para não prejudicar a carreira”, diz Cristina.
Objetividade – “O principal problema das cartas é que elas são muito genéricas”, diz Cristina. “As escolas querem e gostam de objetividade, portanto peça exemplos de situações vivenciadas pelo candidato.” Em muitos casos as cartas elogiam a formação e as características do candidato sem descrever como essas qualidades foram utilizadas em situações diárias da empresa.
Não se preocupe (tanto) com o idioma – A pessoa que escreverá a recomendação não precisa se preocupar com um inglês impecável. Em caso de extrema dificuldade para se expressar na língua, uma tradução pode ser pedida a terceiros, mas não deve ser feita pelo candidato (leia mais sobre tradução de documentos AQUI).