Se você está tendo aulas em EAD durante a pandemia da COVID-19, então você está estudando na mesma modalidade que os estudantes de Harvard. A instituição já decidiu que vai manter as aulas online até o começo de 2021 (o que, aliás, acabou gerando alguns problemas para estudantes estrangeiros). Mas como é uma aula online de Harvard?
Para responder a essa pergunta, pedimos a dois estudantes brasileiros de Harvard (Pedro Farias e João Abdallah) que nos falassem sobre suas experiências com aulas EAD de Harvard. Os dois estão no Brasil atualmente, mas seguem matriculados na universidade estadunidense tendo aulas regulares — por meio da plataforma online Zoom. Confira:
A plataforma é surpreendentemente eficaz em reproduzir a experiência de uma aula presencial. De acordo com Pedro, um dos recursos que contribui bastante para isso são as “break rooms”. Essas salas permitem que, em alguns momentos, os professores interrompam as aulas para que grupos menores de estudantes possam discutir entre si os temas apresentados. Isso incentiva a participação e ajuda a deixar as aulas mais dinâmicas.
Trata-se de uma medida importante para garantir que todos acompanhem o conteúdo — afinal, algumas aulas têm mais de 500 estudantes assistindo ao mesmo tempo! Segundo João, essas sessões de debate nas “break rooms” geralmente são facilitadas por estudantes de doutorado da universidade. Eles atuam como monitores das aulas e, nessas situações, ajudam a mediar os debates entre estudantes da graduação.
Tão bom quanto o presencial?
Por mais que esses recursos melhorem a qualidade dos encontros online, elas ainda são uma experiência bem distinta de estar no campus e poder comparecer presencialmente às aulas. O contato com os outros estudantes de outros países, segundo os brasileiros, é uma das coisas que mais faz falta.
Algo que não mudou na modalidade EAD das aulas, no entanto, são as “lições de casa”. Após as aulas, espera-se que os estudantes participem de discussões em fóruns relacionados às matérias e desenvolvam outros trabalhos, tanto em grupo quanto individualmente.
Mesmo com essas dificuldades, no entanto, Pedro e João consideram que suas vivências com as aulas online são importantes. Elas permitem que eles continuem seus estudos mesmo durante esse período conturbado. E também contribuem para ter mais conhecimento sobre essa modalidade de ensino — que deve continuar sendo bem comum por pelo menos mais alguns meses.