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Curso de idiomas em São Paulo tem refugiados como professores

Para quem quer aprender um novo idioma, mas não tem condições financeiras de sair do Brasil, a ONG Atados e Adus (Instituto de Reintegração dos Refugiados) traz uma ótima opção: realizar um curso com refugiados. Isso mesmo: o projeto da organização, chamado de Abraço Cultural, tem refugiados de países como Ruanda, Congo e Síria na função de docentes. Acesse o site do programa e saiba mais

Vai ser muito diferente da metodologia tradicional, que usa só livros. A gente quer ensinar pela convivência com a língua para o aluno se sentir livre

 

As aulas de inglês, francês, espanhol e árabe começam em julho e têm duração de um mês. O eixo de ensino é diferente daquele adotado pelas principais escolas e coloca como centro as experiências culturais e a história oral dos professores. Assim, o inglês terá foco em cultura árabe e africana, que também será o caminho para ensino de francês. O espanhol vai olhar para América Latina e um professor de árabe vai explorar sua cultura.

Junto com o conhecimento teórico, os professores trazem consigo histórias de vida impressionantes. Nascido na região do lago Kivu, na fronteira entre a República Democrática do Congo e Ruanda, Alphonse Nyembo Wanyembo, congolês de 29 anos, veio para o Brasil há três anos, deixando para trás um país em dificuldades econômicas, conflitos por pedras preciosas e ouro, além da perseguição política a estudantes.

A prática para ensinar inglês foi adquirida na formação em letras em uma universidade americana que levava professores para a África. Tão logo desembarcou em São Paulo, buscou revalidar o diploma. Nada feito. Decidiu então estudar engenharia e terminou recentemente um curso técnico de mecatrônica. Hoje divide o tempo entre aulas de francês (seu idioma nativo) e inglês dentro de empresas e o balcão de uma assistência técnica de eletrônicos.

Para Wanyembo, a experiência cultural que tratará de temas como culinária, dança, literatura, cinema, política e história, servirá também para derrubar preconceitos. “Não vai ser só dar aula. Vamos quebrar barreiras e tirar o medo em relação ao estrangeiro, que traz sua cultura e seu conhecimento”. Segundo o professor, a intenção é deixar o ambiente mais dinâmico para que os alunos consigam acompanhar o ritmo das três horas de aula. “Vai ser muito diferente da metodologia tradicional, que usa só livros. A gente quer ensinar pela convivência com a língua para o aluno se sentir livre. Faremos pratos típicos e eles vão poder tirar dúvidas: O que é esse ingrediente? Para que serve? Quando alguém aprende vivendo, pega gosto e o conteúdo fica gravado”.

Acesse o site Abraço Cultural e saiba mais

As informações são do site Porvir

Foto: professor Alphonse Wanyembo/ Crédito: Ilana Goldsmid – Divulgação

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