Da periferia de SP para Stanford
Por Lecticia Maggi
Quando dormia duas ou três horas por noite, meus pais falavam: ‘Gu, você está fazendo mal pra você’. Mas você tem que acreditar. Se você tem um objetivo fixo, você tem que acreditar e criar uma estratégia para chegar lá
Gustavo Torres nasceu e cresceu no Capão Redondo, bairro da periferia da cidade de São Paulo. Assim como seus amigos, estudou em escola pública – especificamente na Escola Estadual Miguel Munhoz Filho. Mas sua trajetória difere da maioria dos jovens de baixa renda de sua região: hoje, aos 17 anos, Gustavo acaba de ser aprovado na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. A instituição é uma das 10 melhores do mundo conforme os principais rankings acadêmicos (QS e THE), e é considerada a 2ª mais seletiva, aprovando apenas cerca de 6% dos candidatos.
Apesar do feito, Gustavo recusa a ideia de genialidade e diz que a aprovação tem muito mais ligação com determinação e esforço: “Não é impossível, não sou nenhum gênio, sou um cara normal, do Capão Redondo”, ri. “No meu 1º SAT (prova padronizada utilizada para admissão nas faculdades) tirei uma nota horrível. Tive que estudar muito”, diz.
Ao longo do processo, Gustavo conta que passou noites em claro escrevendo e revisando essays (redações). “Quando dormia duas ou três horas por noite, meus pais falavam: ‘Gu, você está fazendo mal pra você’. Mas você tem que acreditar. Se você tem um objetivo fixo, você tem que acreditar e criar uma estratégia para chegar lá”.
No vídeo a seguir, Gustavo conta o caminho que trilhou de uma escola pública do Capão Redondo até uma universidade de excelência dos EUA:
Multiplicando o sonho
Com o intuito de incentivar outros jovens do Capão Redondo a terem experiências parecidas com a sua, Gustavo visita com frequência escolas públicas da região, inclusive a Miguel Munhoz Filho. “Devo muito àquela escola, por isso quero ajudar outros jovens a correrem atrás dos seus sonhos. Quero que eles também tenham inspiração e motivação para fazer mais. Tive muitos exemplos que me inspiraram. Agora, vejo que também posso servir de exemplo para outros também.”
Mais inspiração:
Conheça a história de Tábata Amaral, ex-moradora da periferia de São Paulo, filha de um cobrador de ônibus e de uma dona de casa, que hoje está no 2º ano de graduação em Harvard.
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