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Brasileiro de 18 anos apresentará projeto em feira internacional de ciências

Daniel Verdi ICYS 2019

Cavalos, análise de dados e fisioterapia. Essas três coisas podem parecer não ter nada a ver entre si. No entanto, elas estão no centro do projeto de Daniel Verdi do Amarante, estudante catarinense de 18 anos. E não é qualquer projeto: a criação de Daniel será uma das que vão representar o Brasil na ICYS 2019 (International Conference of Young Scientists, ou conferência internacional de jovens cientistas) na Malásia entre os dias 19 e 25 de abril.

Como o nome indica, a ICYS é um evento anual que reúne jovens cientistas do mundo todo. O Brasil participa todos os anos desde 2005, com exceção dos anos de 2014 e 2015 (por falta de patrocínio, já que todos os gastos são de responsabilidade dos participantes). E em 2019, Daniel será um dos representantes do nosso país no evento.

O projeto de Daniel

Mas voltando ao projeto. O que Daniel criou foi um sistema de análise de dados quantitativos para equoterapia. Equoterapia é um método terapêutico e educacional que coloca o paciente em contato com cavalos, seja para andar neles, seja para interagir com eles.

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Não se trata de formar profissionais de equitação, mas de usar a experiência com os animais para fins de fisioterapia e, em alguns casos, até mesmo para o desenvolvimento social de pessoas com transtornos do espectro autista.

UMa paciente de equoterapia usando o equipamento desenvolvido por Daniel
Uma paciente de equoterapia

O projeto de Daniel, no entanto, foca nas aplicações fisioterápicas da equoterapia. “Existem já vários estudos sobre a equoterapia, mas a maioria é qualitativo. No meu projeto, eu busquei fazer uma análise quantitativa, mas não tinha um método para obter os dados”, conta.

Os pacientes, ao andar nos cavalos, usam a musculatura abdominal para manter o equilíbrio e a postura. O que Daniel fez foi criar dispositivos que fossem capazes tanto de captar os movimentos dos pacientes quanto de transmití-los de uma maneira confiável e precisa.

Além disso, Daniel desenvolveu também um site que tem o objetivo de armazenar todos esses dados. A ideia é que os dispositivos sejam enviados para vários centros de equoterapia, e que os dados coletados por eles fiquem todos armazenados no mesmo local, facilitando o acesso de pesquisadores a essas informações.

A ideia que Daniel vai mostrar na ICYS 2019 é a possibilidade de unir todos os dados coletados em sessões de equoterapia em um só lugar. Esses dados, em seguida, poderão ser explorados por fisioterapeutas para entender melhor como a terapia funciona, em quais casos ela dá mais resultados, e refinar o tratamento ainda mais.

O caminho até a Malásia

O estudante catarinense já apresentou seu projeto na Febrace (Feira Brasileira de Ciências em Engenharia), onde conquistou o terceiro lugar na categoria “Engenharia” (a mais concorrida). Também apresentou-o na Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), onde ganhou outra uma medalha de bronze.

Placa de circuito que integra o equipamento criado por Daniel
Placa de circuito que integra o equipamento criado por Daniel

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Daniel participou do processo seletivo de projetos para a ICYS em 2017. No entanto, por questões de tempo, conseguiu a vaga para expor na ICYS 2019. E durante o último ano, aproveitou para conseguir custear sua viagem por meio da plataforma Goodwill, que oferece financiamento coletivo para projetos.

Prestes a embarcar para a Malásia, o estudante está empolgado com a oportunidade. Ao longo de todo o trajeto desde a criação do projeto, no entanto, ele percebe que “participar de feiras é uma coisa bem legal porque a gente conhece gente de vários países, e vai ajudar na carreira com certeza”.

De lá para frente

Em 2018, além de trabalhar em seu projeto, Daniel também participou do Prep Estudar Fora, programa que auxilia jovens brasileiros de alto potencial a se candidatarem para universidades de destaque no exterior. Durante o processo, candidatou-se a Harvard, Stanford e Princeton.

Atualmente, ele está se preparando para a participação na ICYS 2019 e esperando o resultado dos processos seletivos. Em todos eles, colocou “ciências da computação” como sua área de estudos pretendida. “Porque eu gosto bastante de coisas interdisciplinares, então vou poder explorar outras áras também”, comenta.

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