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Dia Mundial do Rock: 5 músicos do estilo que têm doutorado em universidades de ponta

Pessoas com as mãos levantadas num show de rock

O dia 13 de julho é conhecido no Brasil como o “Dia Mundial do Rock”. A data é escolhida por causa do show Live Aid, um mega-evento organizado por Bob Geldof, que trouxe apresentações simultâneas em Londres e na Filadélfia, transmitidas ao vivo pela televisão. Foi um sucesso: o Live Aid arrecadou cerca de 30 milhões de libras para alívio da fome em países africanos. E pelo menos um dos artistas que ocupou os palcos do evento viria a se tornar um músico de rock com PhD.

Por mais que o rock seja muitas vezes associado a rebeldia e repúdio à educação formal, há uma série de músicos do estilo que têm o título de Ph.D. em alguma disciplina. E com certeza você já ouviu pelo menos um desses “doutores” tocando no rádio, ou em shows com público enorme.

Além disso, todos os músicos que aparecem nessa lista têm diplomas obtidos em algumas das melhores universidades do mundo. E ao menos um deles conseguiu unir sua carreira científica com uma agenda de shows e gravações de sua banda. Confira a seguir 5 músicos de rock que têm Ph.D.

Músicos de rock que têm Ph.D.

Brian May, do Queen

A banda inglesa Queen normalmente é lembrada pelo seu cantor, o inesquecível Freddie Mercury. Mas ela tinha um guitarrista igualmente genial em Brian May, que construiu seu primeiro amplificador a partir das sobras de um rádio quebrado que ele achou no lixo e, anos mais tarde, conquistaria um Ph.D. em Astrofísica pelo Imperial College London.

May, aliás, pode ser uma inspiração para pesquisadores que sentem que sua pesquisa nunca vai ter um fim. Após se formar em Física pelo Imperial College London em 1968, ele continuou estudando até iniciar o doutorado na mesma instituição em 1971. Foi em 1971 também que o Queen fez suas primeiras gravações, e com o sucesso da banda, sua pesquisa acabou ficando em segundo plano.

O guitarrista só conseguiria voltar a se concentrar nos estudos décadas depois. E em 2007, ele receberia o título de doutor em astrofísica pelo Imperial College London, com uma tese de 48 mil palavras sobre a formação de nuvens de poeira no espaço. Na época, segundo a BBC, um dos professores que orientou seu trabalho ao longo dos mais de 40 anos de sua gestação declarou que nunca tinha dúvida de que May seria um astrofísico brilhante. “Mas como fã do Queen, fico feliz que ele tenha temporariamente deixado a ciência de lado”, comentou.

 

Sterling Morrison, do Velvet Underground

O Velvet Underground foi uma das bandas mais influentes do rock na década de 60. Além de serem lembrados pela capa de seu álbum de estreia (que foi desenhada pelo artista Andy Warhol e trazia o desenho de uma banana), ela também lançou a carreira de músicos como Lou Reed e John Cale. Outro membro fundador da banda foi o guitarrista e baixista Sterling Morrison, que nunca lançou discos-solo após o fim do grupo — talvez porque seu interesse em pesquisa científica fosse maior.

Morrison conheceu Lou Reed enquanto os dois estudavam Língua e Literatura Inglesa — Morrison era aluno da City University of New York, e Reed da Syracuse University. Os dois interromperam seus estudos por causa da banda que formaram, e quando ela acabou em 1971, Morrison concluiu sua graduação. Também nessa época, ele iniciou o doutorado em literatura medieval na University of Texas at Austin, que ele só concluiria em 1986 após trabalhar por vários anos como músico e marinheiro para complementar sua renda.

 

Greg Graffin, do Bad Religion

A influente banda californiana de punk Bad Religion tem à sua frente um cantor altamente graduado. Greg Graffin, o fundador, vocalista e principal compositor do grupo, tem um Ph.D. em Zoologia pela Universidade Cornell. Além disso, em 2009 ele deu aulas na University of California, Los Angeles (onde fez a graduação), e já foi professor de alguns cursos da Cornell depois de concluir o doutorado.

A contribuição do compositor de “American Jesus” para sua área já teve amplo reconhecimento. Em 2011, uma nova espécie de pássado extinto foi descoberta (a partir de esqueletos) e denominada Qiliania graffini em homenagem a Graffin “por suas contribuições à biologia evolutiva, sua divulgação científica por meio da música, e sua inspiração para jovens cientistas do mundo todo”.

 

Bryan “Dexter” Holland, do Offspring

Cantor, guitarrista e compositor da banda de pop-punk Offspring, Dexter Holland concluiu seu doutorado em biologia molecular em 2017, na University of Southern California (USC). Sua primeira ideia de carreira era, de fato, se tornar pesquisador: ele fez a graduação em biologia molecular na USC e já emendou o mestrado, e planejava até seguir para o doutorado ainda na década de 80.

O que aconteceu, no entanto, foi que sua banda começou a fazer muito sucesso. Por causa disso, Holland colocou a carreira acadêmica em pausa para se dedicar a turnês e gravações. No entanto, conforme a banda foi diminuindo o ritmo aós mais de 30 anos de estrada, ele encontrou tempo para voltar à pesquisa científica, concluindo o Ph.D. em 2017.

 

Milo Aukerman, do The Descendents

 

O cantor, compositor e autor dasa letras da banda de pop-punk The Descendents tem um Ph.D. em Bioquímica pela University of Southern California. Mais do que isso: ele já fez até pós-doutorados em biologia molecular pela Universidade de Wisconsin-Madison e pela Universidade da Pennsylvania, além de ter trabalhado em uma indústria química da empresa farmacêutica DuPont.

Os estudos de Aukerman não foram algo que ele fez antes de sua banda fazer sucesso, ou mesmo depois da banda acabar. Ao longo dos anos 80, ele deu um jeito de tocar as duas carreiras (como músico e como pesquisador). O primeiro álbum do The Descendents, aliás, se chama Milo Goes to College justamente porque, no momento em que ele foi lançado, o cantor da banda já tinha saído para estudar bioquímica. Mas ele voltaria e sairia muitas outras vezes da banda ao longo dos anos seguintes.

 

Bônus: Tom Morello, do Rage Angains The Machine

O guitarrista por trás de riffs como o de “Bulls on Parade” e “Killing In The Name” não tem doutorado. No entanto, ele concluiu com honras a graduação em Ciência Política pela Universidade Harvard. Esse “com honras” significa que ele se destacou por seu desempenho acadêmico durante a graduação. Ou seja: quando ele fala de política, ele tem ao menos alguma ideia do que ele está falando.

Foi algo que ele teve que lembrar a um hater que, ao ver uma foto sua manifestando-se contra o presidente estadunidense Donald Trump, comentou sarcasticamente “Mais um músico de sucesso instantaneamente se torna um especialista em política”. Morello não deixou barato: “Você não precisa ter se formado com honras em Ciência Política na Harvard University para reconhecer a natureza anti-ética e desumana deste governo. Bem, eu por acaso me formei com honras em Ciência Política na Harvard University e por isso posso te confirmar”.

 

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