O número de pessoas viajando de avião no Brasil cresceu gradativamente desde julho de 2021. Dados mais recentes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) mostram que, somente em outubro, último mês com números divulgados, foram mais de 6 milhões de pessoas em voos nacionais e internacionais – 3 milhões a mais que abril, o pior mês do ano.
Esses números indicam que, aos poucos, os brasileiros estão voltando a viajar longas distâncias e, com isso, novas preocupações aparecem: como viajar de forma segura, principalmente quando se trata de viagens internacionais?
“Mais que um receio de viajar ou não, há outras questões que a pessoa deve levar em conta quando sair do país”, explica Luísa Vilela, CEO do LAIOB (Latin America Institute of Business), que trabalha no setor de educação superior com foco em formação internacional. Seguro saúde e planejamento para possíveis imprevistos são importantes etapas para quem está indo viajar. “No geral, parece que está todo mundo desesperado para retornar ao presencial, não só para turismo e viajar, mas também para retornar às atividades do dia a dia”.
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Por trabalhar com formação internacional, Luísa acompanhou de perto o vai e vem das permissões e restrições do setor da aviação desde o início da pandemia de COVID-19. Ela conta que, em 2020, “era tudo muito novo e o empresário que ainda tinha um pouco de caixa conseguiu segurar”. Entretanto, após um ano de aeroportos vazios e países fechados, a preocupação de passar outro ano no vermelho aumentou no setor.
O que esperar de 2022
De acordo com Luísa, as muitas incertezas sobre a Covid-19 tendem a impactar parcialmente o setor de viagens internacionais em 2022. Com a provável melhora da mobilidade mundial no próximo ano, a expectativa é que, em 2023, o mundo volte a ter os índices do setor de viagens parecidos com os de 2019.
“Nossa perspectiva para o ano que vem é de uma melhora em todos os aspectos, não só por causa da vacina mas também graças à evolução do conhecimento de como lidar com a doença”, explica. Além disso, as altas taxas de vacinação entre brasileiros “passa algum conforto quando falamos para nossos parceiros que todos os alunos estão vacinados”.
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Atualmente, o Brasil está com mais de 65% da população totalmente imunizada contra a COVID-19, número maior do que países, como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, além de ficar acima da média global. “Os parceiros dizem que a falta de imunização tem sido um problema, porque muitos alunos em outros países se recusam a vacinar”.
Como se preparar para uma viagem internacional
Durante a entrevista para o Estudar Fora, Luísa Vilela deu dicas, a partir do trabalho realizado com o LAIOB, e contou quais devem ser os principais cuidados que viajantes internacionais devem ter ao se planejar e preparar para realizar uma viagem com todos os cuidados e precauções que a pandemia de COVID-19 exige.
1. Seguro de saúde internacional
O seguro de saúde viagem é um serviço de plano de saúde que os viajantes devem contratar para ter direito a atendimento médico durante uma viagem internacional, caso seja necessário. A cobertura oferecida e tempo de duração de um seguro varia de plano para plano, e pode incluir, além do atendimento básico para emergências, procedimentos odontológicoo e até exames de rotina.
Nem todos os países possuem um sistema de saúde público como o Brasil e, por isso, ter uma emergência médica durante a estadia internacional pode gerar despesas significativas para o viajante. Sendo assim, o seguro de saúde é imprescindível.
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Esse seguro já era exigido antes da pandemia para grande parte dos viajantes internacionais, geralmente sendo obrigatório para viagens mais longas. Em tempos de COVID-19, ele se tornou ainda mais essencial no planejamento das viagens. “Tenha o seguro de saúde para viajar checado diversas vezes, veja o que está incluso e em quais situações. Além de certificar que cobre casos de COVID-19 (mesmo que o tempo total de cuidados extrapole a data de vencimento do seguro)“, enfatiza Luísa.
2. Planeje onde realizar o exame PCR (aqui e lá)
No Brasil, os testes PCR são oferecidos em laboratórios e clínicas em todas as regiões do país de forma paga. O teste gratuito, entretanto, é oferecido apenas para pacientes com suspeita de COVID-19.
O planejamento mais importante nesta etapa é se organizar sobreonde realizar o teste PCR no país de destino antes da viagem de retorno. Em alguns países, há oferecimento gratuito dos testes PCR, entretanto, o tempo estimado para sair os resultados pode variar dos testes pagos.
Luísa conta que, em Miami, por exemplo, “em uma clínica em que o resultado sai depois de meia hora, o teste custa cerca de 200 dólares (em torno de R$ 1.139). No mesmo lugar, caso a pessoa o faça com antecedência, é possível realizar de graça”. Assim, a falta de planejamento, em um caso semelhante, pode significar mais de mil reais de despesas extras.
3. Se der positivo para COVID-19 antes de viajar?
De acordo com Luísa, algumas perguntas importantes para o viajante são: “e se um dia antes de viajar meu teste der positivo? Para quem eu tenho que ligar? Quais são meus direitos?”.
Para embarcar para uma viagem internacional, os passageiros devem apresentar exames de PCR negativos obtidos nas 48h anteriores ao voo. Caso o passageiro teste positivo para a doença, entrar em contato com a companhia aérea deve ser o primeiro passo.
Após dois anos de viagens restritas, as maiores companhias aéreas desenvolveram sistemas acessíveis e, de certa forma, práticos para quem precisa remarcar ou até cancelar o voo em cima da hora. Cada companhia possui um sistema próprio para os passageiros, que inclui opções digitais e por telefone. Neste link (disponível aqui), é possível conferir como entrar em contato com as viações.
4. Se der positivo para COVID-19 antes de voltar para o Brasil?
Além de remarcar o voo de volta, o planejamento para o risco de se contaminar em outro país exige maior atenção. Um teste positivo fora do Brasil pode significar ter que prolongar a estadia por mais 10 ou 15 dias. “Nesse caso específico, tem que estar preparado para alguma eventualidade”, conta Luísa.
Com esse risco sempre presente, o ideal é que os viajantes disponibilizem uma reserva financeira para imprevistos, caso tenham que desembolsar dinheiro para custear uma estadia prolongada no país de destino.
Responsabilidade ao viajar
“A gente ainda tem muita incerteza em relação à COVID-19”, conta Luísa. Os cuidados básicos para a proteção contra a doença, como uso da máscara, álcool em gel e evitar lugares lotados, devem ser respeitados para prevenir o contágio, proteger os outros e, de quebra, evitar uma série de problemas e prejuízos que aparecem quando o teste PCR dá positivo. “Mais do que o receio, tem que vir a responsabilidade”, finaliza.