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Uma graduação, dois intercâmbios e o trabalho dos sonhos

Ligia no intercâmbio

Por Vivian Carrer Elias

Não são apenas as experiências profissionais adquiridas ao longo da universidade que vão ajudar o estudante a conseguir o emprego dos sonhos depois da formatura. Atividades extracurriculares, trabalho voluntário e uma vivência no exterior também ensinam – e muito! – ao aluno e costumam chamar a atenção dos recrutadores das empresas na hora de contratar jovens profissionais.

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Essa é a lição que Ligia Oliveira, de 25 anos, tirou após conseguir o emprego dos seus sonhos em janeiro de 2014, quando foi aprovada no programa de trainee da Natura, onde trabalha até hoje. Formada em Administração pela Universidade de São Paulo (USP), o seu currículo quando recém-formada incluía, além de estágios, dois intercâmbios durante a graduação e o trabalho voluntário na ONG Teto.

Por mais que eu tenha estudado inglês desde criança, o dia a dia de um trabalho na língua é diferente. Além disso, aprendi a ser mais responsável

A primeira experiência de Ligia no exterior aconteceu entre dezembro de 2010 e março de 2011. Ela aproveitou as férias acadêmicas do 3º ano da faculdade para fazer um intercâmbio de trabalho em New Orleans, nos Estados Unidos. Nesse tipo de programa, universitários brasileiros são recrutados para atuar profissionalmente no país durante as férias. Há oportunidades de trabalho em estações de esqui, restaurantes, parques e hotéis, por exemplo.

Segundo Eduardo Frigo, porta-voz da Central de Intercâmbio (CI), o estudante pode chegar a receber até 400 dólares por semana nesses empregos, dependendo do tipo de trabalho e do nível de inglês do aluno. É preciso, no entanto, pagar uma taxa para fazer esse intercâmbio. Na CI, o valor é de a partir de 1.900 dólares.

No caso de Ligia, o seu trabalho era principalmente em eventos e restaurantes. “Achei positivo o fato de ter trabalhado em lugares diferentes. Por exemplo, fui hostess de um evento de caridade e trabalhei no restaurante do Hotel Ritz, onde todas as noites o cantor mais famoso de jazz de New Orleans se apresentava”, diz. Na sua avaliação, umas das maiores vantagens desse tipo de intercâmbio é a melhora do inglês. “Por mais que eu tenha estudado inglês desde criança, o dia a dia de um trabalho na língua é diferente. Além disso, aprendi a ser mais responsável e conheci a dinâmica de ser um profissional no exterior.”

O segundo intercâmbio da jovem aconteceu em 2012, quando ela cursou um semestre da faculdade de administração na Arnhem Business School, na Holanda, por meio de um convênio entre essa instituição e a USP. “Foi um intercâmbio mais acadêmico, fiz disciplinas que não tinha estudado no Brasil e descobri um modo de pensar diferente, mais modero. Também fiz amizades de longo prazo, porque morei lá mais tempo”, conta Ligia.

Morar fora não é, obviamente, pré-requisito para alcançar objetivos como esse, mas sinto que proporciona situações de crescimento e mostra protagonismo

Ao voltar da Holanda, Ligia estava no último ano da faculdade e, após alguns meses, se inscreveu em processos de trainee, entre eles o da Natura. Ela acabou sendo aprovada pela empresa – e parte disso se deve às suas experiências no exterior. “Em uma das etapas do processo seletivo, eu precisava levar algo que me representasse. Eu pedi que meus amigos do intercâmbio escrevessem frases sobre o que achavam de mim. Então, colei essas mensagens em uma árvore de papelão que eu montei para contar a minha história. Os avaliadores gostaram muito da ideia e eu acabei passando de fase”, diz.

“Nesse mesmo dia, outras três meninas que também acabaram sendo aprovadas no programa de trainee, assim como eu, falaram sobre suas experiências de intercâmbio. Uma delas, por exemplo, levou para a etapa um lenço que ela havia comprado durante trabalho voluntário na África”, contra Ligia. “Morar fora não é, obviamente, pré-requisito para alcançar objetivos como esse, mas sinto que proporciona situações de crescimento e mostra protagonismo de pessoas que foram atrás do seus objetivos”, completa.

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