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Dominando o GMAT: Os desafios da Seção Verbal

dicionário e óculos

Por Paulo César Moraes – sócio fundador da Philadelphia Consulting

O maior desafio para grande parte dos brasileiros que estudam para o GMAT é sem dúvida a parte Verbal! Saber do que se trata esta seção é entrar pelo caminho certo para vencê-la. As armas para enfrentar esse desafio são as mesmas que já coroaram muitos outros campeões em grandes conquistas. Tomando como exemplo as lutas livres, as vitórias mais surpreendentes nesse esporte aconteceram não necessariamente quando o lutador era o mais forte, mas sim quando este conhecia seu oponente, sua forma de lutar e suas estratégias de ataque. A abordagem do candidato em relação ao GMAT na Seção Verbal não deve ser diferente.

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O que a Seção Verbal mede?
Você se lembra daquele companheiro de sala de aula que compreendia a matéria facilmente, criticava o material com precisão e se comunicava com clareza? Ele é um bom exemplo de indivíduo com um “verbal” afiado! Enquanto poucos têm tal raciocínio naturalmente alavancado, a maioria dos mortais precisa desenvolvê-lo!

Esta seção mede seu raciocínio lógico-linguístico aplicado de três formas: correção de expressão escrita (Sentence Correction), raciocínio crítico (Critical Reasoning) e interpretação de texto (Reading Comprehension). Nela, é avaliado a sua prontidão de argumentação a ser detectada em sala de aula, juntamente com sua habilidade de expor ideias com precisão, sua exatidão e velocidade em escolher as estruturas para comunicação eficaz e para enfrentar um material absolutamente novo e dissecá-lo para então usá-lo melhor.

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As três áreas da Seção de Verbal
I – Sentence Correction (SC) 
Dentre cinco opções, o candidato deve buscar a que melhor expressa a mensagem tencionada pelo autor da questão, sendo capaz de corrigir seus possíveis erros gramaticais e/ou imprecisão de estilo, sem perder o teor do conteúdo expresso na sentença original. Lembre-se de que as regras gramaticais nos ajudam a dizer exatamente o que queremos dizer, porque para seguir as regras, temos de pensar com precisão. Portanto, há uma relação de reciprocidade entre escrever e pensar. Nossa comunicação pode ser falha porque nosso raciocínio é impreciso, mas o oposto também pode ocorrer. Quanto mais incorreta e ambígua for nossa comunicação, mais desleixado nosso raciocínio se torna.

Na prática:
• A Sentence Correction testa as regras do inglês americano padrão na forma escrita, as quais tendem a ser mais formais do que as do Inglês padrão falado. Portanto, a opção correta pode soar extremamente formal, esquisita, desajeitada e até mesmo incorreta, dependendo do grau de exposição que o candidato tenha ao inglês formal;
• Os autores do teste são peritos em construir sentenças incorretas que, de vislumbre, pareçam corretas;
• O teste pede que se escolha a melhor versão dentre as alternativas oferecidas, mas não clama oferecer, e nem sempre necessariamente oferece, a melhor versão possível do universo;
• O conhecimento de gramática garante precisão gramatical, mas, além disso, a prova pede que a resposta não seja redundante, incoerente ou desajeitada. Nestes três últimos quesitos, a familiaridade com o inglês formal escrito faz uma grande diferença. Daí a necessidade de treino para se fechar possíveis lacunas.

Como se preparar:
• Conheça bem o conjunto de regras testadas pelo Verbal, assim como suas combinações, pois nas questões mais difíceis, vários itens podem ser testados ao mesmo tempo. Antes de praticar com questões de SC, estude e domine tais regras gramaticais e pratique-as separadas; subsequentemente, para a agilização do raciocínio de escolha, treine com exercícios testando todas a regras misturadas;
• Comece treinando com questões mais simples, e depois incorpore materiais mais desafiadores num crescendo até o nível da prova, pois este amadurecimento no treino é vital para a maximização do desempenho do candidato.

II – Reading Comprehension (RC) 
Interpretação de texto é a área que mede a habilidade do candidato em lidar com assuntos acadêmicos complexos, demonstrando compreensão do texto quanto a sua estrutura lógica, seu conteúdo e suas conclusões, para então discuti-lo de forma crítica, mas imparcial. A vivência em leitura é vital para o sucesso acadêmico e profissional do candidato a MBA, potencializando tanto sua habilidade de discussão quanto sua capacidade de gerar novas conclusões e soluções.

Na prática:
• O RC testa a habilidade do candidato de interpretar informações lidas em um texto de aproximadamente 350 palavras.
• Os assuntos envolvem uma vasta gama, variando de ciências sociais a áreas de negócios. Contudo, o conhecimento do conteúdo em si não é testado, mas sim o entendimento e a relação das informações apresentadas.
• Aplicação e possíveis inferências também são testadas dentro do escopo do texto.

Como se preparar:
• Familiarize-se com os tipos de questões e textos da prova, e após tal conhecimento, desenvolva um programa de leitura diário, com o tipo de material testado, por um período predeterminado, para criar o hábito de leitura e interpretação nos moldes da prova, antes de treinar com o material final no nível da prova.
• Busque entender bem o texto antes de responder as questões; leituras rápidas normalmente são ineficazes devido o detalhamento e especificidade das questões. No que se refere à estratégia, o RC do GMAT difere bastante do de outras provas, devido à complexidade dos textos e à sutileza de julgamento exigida pelas questões propostas.

III – Critical Reasoning (CR) 
Crucial para o bom desempenho nesta área é o treino em pensamento dedutivo e principalmente indutivo, remetendo aos moldes clássicos elaborados por Platão e Aristóteles. A solução de problemas lógicos começa com o desenvolvimento de um raciocínio cognitivo claro, imparcial, afiado em detectar falácias e em distinguir entre pressuposições implausíveis e razoáveis, para então gerar resoluções possíveis dentro do escopo do argumento.

Na prática:
• O CR apresenta um problema lógico dentre uma variedade de assuntos, e, sem colocar à prova o conhecimento do candidato sobre o assunto, testa sua habilidade em avaliar a eficácia do argumento lógico, criticando-o, apontando falhas e propondo soluções e melhorias para interpretações cabíveis e esclarecedoras.

Como se preparar:
• Familiarize-se com os tipos de questões da prova e, após tal conhecimento, desenvolva um programa de treino, iniciando com material mais simples, caminhando para um material mais desafiador e finalmente praticando com o material final no nível da prova.

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Principal desafio dos brasileiros, a Seção Verbal avalia a sua habilidade de expor ideias com precisão, e sua exatidão e velocidade em escolher as estruturas de comunicação mais eficazes

 

Como buscar um melhor desempenho na seção de Verbal
Como exposto em nosso artigo anterior, lembramos que a seção de Verbal contém 41 questões, distribuídas nestas três áreas, a serem completadas em um tempo de 75 minutos. É fundamental que se treine as áreas individualmente (SC, RC, CR) primeiro, para amadurecimento nos diferentes níveis de dificuldade, para que então se treine a prova como um todo, de modo a realmente se beneficiar da prática. Tratando-se de uma prova adaptativa, é de extrema importância que o candidato se concentre no acerto das questões iniciais, para levantar o nível de dificuldade da prova e assim atingir um número elevado de questões de pontuação alta, o que lhe proporcionará uma nota melhor. Em uma prova adaptativa preza-se primeiramente por qualidade, depois por quantidade de questões respondidas.

Leia mais: Como funciona o GMAT

*As descrições específicas das seções da prova foram baseadas na experiência da Philadelphia Consulting em administrar o preparatório de verbal e em informações fornecidas de pelo site oficial do GMAT. No próximo artigo, abordaremos a seção Quantitativa.

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Paulo César Moraes – Colunista sobre GMAT e orientação para MBA no exterior 

Paulo CesarDr. Paulo César Moraes Oliveira é sócio fundador da Philadelphia Consulting, empresa que desenvolveu uma metodologia específica para treinar e maximizar alunos brasileiros nas provas de TOEFL e GMAT, e que atua nessa área desde 1996. Dr. Paulo César é também membro da AIGAC, instituição internacional que regula e aprimora o trabalho de consultores em pós-graduação, e, juntamente com seu time de editores, orienta no processo de MBA Admissions das principais escolas internacionais. Ele residiu nos Estados Unidos por nove anos,  estudando na Bob Jones University, onde obteve os graus de mestre e doutorado em educação  e trabalhou no BJU Testing Center. Sua dissertação de doutorado, publicada no ERIC Educational Journal, foi  sobre o desenvolvimento do raciocínio lógico. É casado com Neusa Maria, sua sócia na consultoria, e tem dois filhos, Felipe Eugênio e Stephanie Eugênia, ambos universitários nos Estados Unidos. Conheça mais da Philadelphia Consulting AQUI.

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