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“Em Harvard, é comum palestra com presidente e ganhador de Nobel”

Tive a oportunidade de ir a palestras de empresários e empreendedores de sucesso, acadêmicos vencedores do prêmio Nobel e ativistas reconhecidos globalmente

Uma das coisas mais interessantes que percebi nesse meu primeiro ano em Harvard é a capacidade fenomenal que a universidade tem de atrair as pessoas mais influentes do mundo para vir aqui e simplesmente falar. Tive a oportunidade de ir a palestras de empresários e empreendedores de sucesso, acadêmicos vencedores do prêmio Nobel e ativistas reconhecidos globalmente. Porém, para mim, nada se compara a uma palestra de um chefe de Estado. O cargo já explica praticamente tudo: essa pessoa ocupa a posição máxima de comando em seu país e merece no mínimo ser ouvida.

Leia as outras colunas do Renan Ferreirinha

No primeiro semestre tive a oportunidade de ir à palestra do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e no último semestre fui na do presidente do Equador, Rafael Correa. Essa última, por sinal, é o tema da coluna de hoje. O evento aconteceu no final do semestre passado, horas antes da minha prova final de Macroeconomia. O presidente Correa falou sobre o objetivo central do seu país (“o sonho equatoriano”, segundo ele) de diminuir os níveis de pobreza extremos e, mais especificadamente, de promover um crescimento econômico justo e significativo.

Contudo, o ponto alto da palestra foi quando um jovem do segundo ano da graduação superou o medo e a vergonha, levantou no momento de perguntas e respostas e indagou o presidente sobre o engajamento do Equador com blocos econômicos latino-americanos. Esse jovem atende pelo nome de Renan Ferreirinha e ouviu do presidente equatoriano uma explicação completa e direta se posicionando quanto ao tópico.

Depois de me apresentar (nome e o que estudo) e fazer uma piada dizendo que concordava com ele que “Deus é brasileiro” (ele havia dito no seu discurso que o Papa é argentino, Deus é brasileiro e que o Equador é o paraíso), perguntei se a recente criação do bloco econômico Aliança do Pacífico poderia interferir na iminente admissão do Equador no Mercosul. Usando termos econômicos, ele disse que não há a possibilidade do Equador participar da Aliança do Pacífico (um grupo que tem o livre mercado como fator característico), visto que, o país não tem uma moeda própria (usam o dólar americano) e, consequentemente, não tem autonomia para implementar certas medidas ou estratégias econômicas. O Mercosul, por outro lado, é um pouco mais flexível quanto a isso, o que viabiliza a entrada do Equador no grupo. Por fim, o presidente chamou a hipótese de o Equador entrar na Aliança do Pacífico de suicídio e que, enquanto for presidente, seu país não fará isso.

Espero que gostem (especialmente os futuros alunos de Economia) e que possam se divertir um pouco assistindo como eu me divertir gravando!

Até!

Asissta a seguir o vídeo gravado pelo Renan Ferreirinha: ____________________________________________________________________

Renan Ferreirinha

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