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Como este brasileiro criou uma empresa durante seu PhD nos EUA

Startups

André Mendes não foi parar em Nova York de mãos vazias. Quando chegou à New York University (NYU) para realizar seu doutorado em ciências da computação, o paranaense já planejava desenvolver um sistema baseado em inteligência artificial para auxiliar departamentos de recursos humanos a recrutar pessoas com mais eficiência e eficácia.

É sobre esta tecnologia que ele tem se debruçado desde então em suas pesquisas. Enquanto isso, o produto que criou a partir de seus achados já tem marca e usuários: o DeepChoice está sendo utilizado em versão beta por empresas brasileiras – por exemplo, como apoio na seleção de Líderes da Fundação Estudar.

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O sistema reproduz a forma como o cérebro humano processa informações a partir de dados de seleções anteriores, como histórico acadêmico, pessoal etc. “Ele não muda o processo seletivo, mas automatiza e faz isso em uma escala maior”, explica André.

Queria trabalhar com algo que achasse legal e fui empreender porque não havia outro lugar que fizesse o que eu queria.

André é formado em engenharia mecatrônica pela PUC do Paraná. Em 2014, durante um estágio de verão na University of Victoria, uma pequena ilha de Vancouver, teve seu primeiro contato com inteligência artificial, trabalhando com o reconhecimento de imagens subaquáticas. “Participei de um projeto que desenvolveu um sistema para analisar imagens e reconhecer as espécies marinhas da região. Foi quando descobri que queria trabalhar com inteligência artificial e fazer algo com computação”, lembra. Mirou, então, o exterior. “Achava o doutorado no Brasil muito acadêmico, sem integração entre empresas e a universidade”, diz.

A opção de empreender enquanto faz o PhD

Para sua surpresa, porém, embora mais conectado ao mercado, o PhD nos Estados Unidos não é muito diferente em termos de exigência acadêmica – André se viu sufocado por demandas de publicação de artigos científicos. “É muito trabalho e a pressão por publicar é bem grande. Então a grande dica para quem quer fazer doutorado e investir em um produto é transformá-lo, de alguma forma, em sua pesquisa”, aconselha. “Posso desenvolver aqui métodos avançados e, ao mesmo tempo, usar esses métodos para melhorar meu produto”, explica.

Outra vantagem importante vista por André, ao aliar pesquisa e empreendedorismo, é a possibilidade de escolher as disciplinas certas. Desde 2012, carregava a ideia de fazer um sistema que avaliasse pessoas, mas os planos só saíram de fato do papel após suas primeiras aulas de machine learning em Nova York – um campo da inteligência artificial dedicado ao desenvolvimento de técnicas que permitem a um computador desempenhar determinada tarefa. “Tenho feito disciplinas nesta área que dão base para desenvolver meu projeto, mostrando o que devo pesquisar”, diz.

Neste processo, tornar-se um jovem empreendedor foi quase um acidente. “ Empreender não era o meu maior objetivo na vida. Queria trabalhar com algo que achasse legal e fui empreender porque não havia outro lugar que fizesse o que eu queria. Vi então o quão difícil e o quão divertido é”, conta, sobre os desafios de montar uma equipe, atribuir tarefas e motivar seus colegas.

“Não queria passar a vida escrevendo papers que poucas pessoas vão ler, mas sim fazer algo que afetasse milhares de pessoas, que possa ser usado e que gere valor. Para mim é um desafio a mais mostrar que as duas coisas são possíveis. O que o Brasil é de mais doutores na indústria”, conclui.

 

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