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Por dentro do MBA: A decisão

Por Andréa Beer, aluna de MBA em Kellogg  

Decidir aplicar para um MBA no exterior não é uma decisão fácil. Enquanto em algumas carreiras, como dentro de consultorias ou bancos, é um passo natural para o crescimento profissional, em outras não é um caminho tão óbvio. O investimento gira em torno de US$200 mil, você fica por dois anos fora do mercado de trabalho e o retorno nem sempre é imediato. Por isso, a escolha vai muito além da contrapartida financeira, é uma escolha pessoal.

O meu caso não foi diferente. Há quatro anos penso em aplicar para um MBA. Pesquisei tanto sobre o assunto e falei tanto sobre ele que, depois de dois anos sem nem aplicar, até mesmo amigos próximos começaram a duvidar que um dia eu iria. Como Relações Públicas, um MBA não era nada usual. E ficar dois anos fora do mercado podia até comprometer os contatos locais, tão importantes quando você trabalha com relacionamento.

Mas, mesmo sem ter certeza, no início de 2011 comecei a estudar para o GMAT (sim, a prova é um bicho de sete cabeças, não se deixe enganar, mas pode ser vencida com um pouco de disciplina e certa dose de determinação).

No início, meu critério eram universidades localizadas em cidades grandes, por isso fiz uma excursão bem cansativa de 20 dias, passando por Chicago, Nova Iorque e São Francisco. Como ninguém é de ferro, ainda incluí Miami e uma passadinha em Michigan, onde tenho família. Confesso que estas primeiras visitas não ajudaram muito. Algumas escolas estavam em período de férias, não encontrei alunos brasileiros, não fizemos happy hours… Assisti apenas às sessões tradicionais de apresentação da escola. A única exceção foi Stanford, onde encontrei sem querer um brasileiro que me falou mais sobre a escola e me convidou para assistir à palestra do CEO da Disney. Claro que voltei pensando: Stanford rocks! Não é a toa que é a primeira em vários rankings.

Mas, para passar lá, era melhor eu voltar a focar no GMAT. A promessa de estudar foi para o espaço na segunda semana de volta ao trabalho. Comecei a trabalhar em uma crise de reputação e só voltei a estudar em setembro. A propósito, ser bom em inglês ou em matemática não significa que isto se refletirá numa boa nota. Treine, treine, treine, mesmo quando parecer fácil, se não você pode acabar tirando 550 no primeiro teste, como ocorreu comigo, e ter de fazer tudo de novo.

Bom, voltando ao tema do post, depois de conseguir 660 no segundo teste do GMAT (uma nota razoável, mas não sensacional), decidi ir adiante. Aplicaria em 2012 com calma. Poderia repensar as escolas e até mesmo a decisão, se fosse o caso. Por orientação do consultor, ampliei o leque de quatro para nove escolas, e mergulhei de cabeça para entender como era cada uma delas. Li reportagens, pesquisei nos sites e blogs de alunos e voltei aos Estados Unidos para fazer a entrevista de Ross e de Kellogg. Aproveitei as visitinhas e ainda fui a Boston conhecer Harvard e o MIT.

Foi um processo longo, custoso, mas decisivo. Gostei das pessoas que conheci. Mais do que isso, me identifiquei com sua filosofia. Pode parecer retórica, e das mais bobas, mas professores, alunos, staff, alumni, todos tinham um brilho no olho, um sonho grande, uma certeza que irão fazer a diferença nas empresas, na sociedade, talvez até no mundo. Com o plus de que, assim como eu, não vão abrir mão de um bom HH com amigos para ter tempo para “mudar o mundo”. Work hard, party harder é o lema de Insead, mas depois do que vi, posso dizer que muita escola também compartilha deste mesmo princípio. Estar com o pessoal do meu MBA foi como estar naquele comercial de uma empresa de telecomunicação, esta é minha vida, este é meu clube.

Então, depois de quatro longos anos de reflexão ou enrolação, aqui estou eu, de malas prontas para dois anos em Evanston, do lado de Chicago, nos Estados Unidos. Farei MBA em Kellogg, escola de negócios da Northwestern University. Enquanto as aulas não começam, colaborarei quinzenalmente, aumentando a frequência para semanal em setembro. Espero que meus posts te ajude a conhecer melhor o universo dos MBAs internacionais e a tomar a decisão de embarcar ou não nesta jornada.

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Andréa Beer – Colunista sobre a experiência de cursar um MBA no exterior

Andréa Beer, colunista do Estudar Fora,  é jornalista de formação e Relações Públicas por opção. Apaixonada por boas histórias, teve a oportunidade de contar algumas delas na rádio BandNews FM, como repórter, e depois de participar de outras como consultora de Relações Públicas no Grupo Máquina PR. Formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, com pós-graduação em finanças pela USP, Andréa também presidiu por dois anos o Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, entidade que reúne jovens investidores do mercado financeiro. Aluna do MBA de Kellogg, colabora com o Estudar Fora contando detalhes da rotina de um MBA internacional. Seu lema é simples: todos os dias são uma oportunidade de fazer a diferença. Com seus posts, espera continuar conectando ideias e pessoas.

 

 

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