Não temos um compromisso formal de devolver o dinheiro do intercâmbio ao governo, mas acredito que temos um compromisso moral de utilizar o que aprendemos no exterior para fazer algo de impacto no Brasil
Ex-bolsista do Ciência sem Fronteiras (CsF), Peirol Gomes, de 25 anos, estudante de gestão da UFABC (Universidade Federal do ABC), sempre se incomodou com as críticas que ouve ao programa federal de bolsas, principalmente a de que os alunos só vão ao exterior fazer turismo e não estudar. Ele resolveu, então, trabalhar para melhorar a imagem do CsF e criou o MyCsF, site que reúne projetos de ex-bolsistas.
“Até entendo as pessoas que acreditam que os alunos só vão viajar, porque quando o programa aparece na mídia, na grande maioria das vezes, é porque algo ruim aconteceu”, afirma. “O meu objetivo é mostrar o que está sendo feito de bom pelos ex-bolsistas do CsF”.
Além de divulgar os projetos já em andamento, a ideia do MyCsF é formar uma rede de ex e atuais participantes do programa que possam se ajudar mutuamente a colocar boas ideias em prática, retribuindo à sociedade o investimento feito neles. “Não temos um compromisso formal de devolver o dinheiro do intercâmbio ao governo, mas acredito que temos um compromisso moral de utilizar o que aprendemos no exterior para fazer algo de impacto no Brasil”, considera Peirol, que ficou nos Estados Unidos entre julho de 2012 e agosto de 2013. O período de estudos foi dividido entre a Universidade do Colorado, a Universidade do Alabama e a famosa Stanford – onde, durante uma aula, Peirol teve a ideia de criar o MyCsF.
Sobre o MyCsF – O site tem um espaço voltado ao público em geral, com diversas informações sobre intercâmbio, e outra área destinada apenas a participantes ou interessados no CsF. Esta é dividida entre três grupos: já fui, já estou e já voltei. Na primeira, pretende-se auxiliar o estudante na escolha do melhor país e universidade para atingir seus objetivos com o intercâmbio. Aos que já estão lá, são dadas informações e dicas para que possam aproveitar ao máximo a experiência. E os que voltaram são auxiliados e incentivados a colocar o conhecimento que tiveram no exterior em prática no Brasil. “Também estamos estudando um programa de mapeamento da área de interesse desses jovens (governo, empreendedorismo, 3º setor ect) e parcerias com empresas que queiram ter funcionários egressos do programa”.
Por Lecticia Maggi
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