Estudante do interior de SP é disputado por cinco universidades dos EUA
O estudante Caio Silveira, de 18 anos, da cidade de Jacareí (SP), é aficionado por aviões desde criança: “Eu lembro que, cada vez que um avião passava, eu parava de brincar com os coleguinhas da creche e subia em um trampolim para observar”, conta. O tempo passou e adoração por essas gigantescas máquinas só cresceu. Logo que ingressou no ensino médio no Colégio Militar de Goiânia, cidade para onde se mudou aos 11 anos, Caio tinha seu destino planejado: iria cursar ciências aeronáuticas em uma universidade brasileira e, durante a graduação, tiraria o brevê (documento que concede permissão para a pilotagem). Ele só não contava com um detalhe: é daltônico — e pilotos não podem ter qualquer problema de visão.Billiga Parajumpers Jacka Dam
“Surpreendentemente, só fui descobrir que sou daltônico no 2º ano do ensino médio, durante testes na escola. Foi um grande baque saber que tudo aquilo que estava construindo não poderia ser mais realizado”, afirma. Mas não houve tempo para lamentação. Por incentivo do pai, Caio resolveu mudar de rota e, já que não poderia ser piloto, iria cursar Engenharia Aeroespacial em uma das melhores universidades do mundo.
E ele foi aprovado não em uma, mas em cinco universidades dos Estados Unidos: Rochester Institute of Technology, Embry Riddle Aeronautical University, University at Buffalo e University of Kansas, além do Florida Institute of Technology (FIT), onde escolheu estudar. O FIT possui o maior observatório espacial do estado da Flórida e está entre as 200 universidades mais conceituadas do mundo.
Caio agora busca apoio para conseguir arcar com os altos custos da instituição. Ele é um dos 17 participantes do Crowdfunding Estudar Fora, uma parceria da Fundação Estudar com o site Benfeitoria. Assista ao vídeo dele aqui.
Sua história é similar a de outro participante do financiamento coletivo do Estudar Fora, o Luiz Fernando Gomes, que também queria ser piloto, mas teve que desistir por ser míope e vai ser colega do Caio no FIT.
Conheça um pouco mais sobre o Caio a seguir:
Como foi descobrir que você é daltônico e não poderia ser piloto? Como superou essa fase?
Depois dos testes que fizeram na escola, fui a alguns médicos para ter certeza do meu problema. Eu não acreditava… Depois, apesar do baque, pensei “tenho que fazer algo, não posso deixar isso me parar”. Liguei para o meu pai na saída de um dos oftalmologistas e ele me incentivou a buscar outras oportunidades, incluindo estudar fora. Isso ficou na minha cabeça. Eu sabia que as oportunidades que teria no exterior seriam incomparáveis, então decidi me focar nisso.
Não importa muito se você estuda em escola pública ou particular, o que conta de verdade é a sua determinação. É preciso muito determinação para perseguir os próprios sonhos
O que mais te atrai na área de engenharia aeroespacial?
Primeiramente, nós não estaríamos nos falando se não fosse a engenharia aeroespacial (risos). O Skype, a internet, o telefone… Toda a parte de telecomunicações é feita por satélites, e devemos isso à engenharia aeroespacial. O mundo é desenvolvido por causa disso, da interligação de tudo. Quero muito me especializar para depois ajudar o Brasil a se desenvolver.
O processo de application para universidades fora é trabalhoso e envolve uma série de etapas de tradução de documentos a entrevista. Você participou de oito, sendo aprovado em cinco. Como conciliou tudo isso?
Foi uma correria imensa. Além dos oito applications, tinha o ensino médio regular, os vestibulares no Brasil [ele foi aprovado na Universidade Federal de Goiás e na Universidade do Vale do Paraíba], as aulas do Programa de Preparação da Fundação Estudar, e conferências, que realizei até no exterior. Foi difícil. Mas eu pensava que, se desistisse, seria algo permanente, enquanto a correria e o esforço eram coisas passageiras. Agora, depois de ser aceito, tenho dado palestras motivacionais em escolas públicas e particulares de Jacareí e aprendi uma coisa importante: não importa muito se você estuda em escola pública ou particular, o que conta de verdade é a sua determinação. É preciso muito determinação para perseguir os próprios sonhos.
Conheça os outros participantes do Crowdfunding Estudar Fora:
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