Estudante ‘especialista’ em ONU vai para a universidade de Bill Clinton
No 9º ano do ensino fundamental, a carioca Ingrid Glitz, de 18 anos, começou a participar de simulações de discussões da Organização das Nações Unidas (ONU), no Colégio Santo Inácio, onde estudava, e não parou mais. Ela transpôs as barreiras de sua escola, discutiu com estudantes de outras instituições temas como tráfico humano, conflito na Cashemira e produção de fármacos, ganhou três prêmios e chegou ao “cargo” máximo de diretora de simulações.
Visitei a Organização Mundial do Comércio (OMC) e, ao ver diplomatas do mundo inteiro, tive a certeza de que era naquela posição que gostaria de estar no futuro
Pelo seu bom desempenho acadêmico, foi escolhida para deixar as simulações de lado e participar de uma semana de estudos na verdadeira ONU, em Genebra, na Suíça. “Foi um aprendizado muito grande. Visitei a Organização Mundial do Comércio (OMC) e, ao ver diplomatas do mundo inteiro, tive a certeza de que era naquela posição que gostaria de estar no futuro”, conta. Ela também conseguiu bolsas de estudo na Alemanha e em Nova York.
Após passar por um rigoroso processo seletivo — que envolve prova de proficiência em inglês, exame padronizado, redações, entre outros itens — Ingrid foi aprovada no curso de Relações Internacionais na Georgetown University, nos Estados Unidos. A instituição é reponsável por formar líderes mundiais, como Bill Clinton, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
Sem conseguir bolsas de estudo da universidade, que restringe o benefício para estudantes estrangeiros, Ingrid busca apoio para conseguir arcar com os quase U$$ 60 mil de anuidade. Ela é uma das 17 estudantes participantes do financiamento coletivo do Estudar Fora. Conheça a história dela AQUI e seja um apoiador.
Leia a entrevista com Ingrid a seguir:
Gostaria de trabalhar com vários países em desenvolvimento. Neles você consegue ver claramente o que precisa ser melhorado e suas ações podem ter um impacto muito grande
Como participar de simulações da ONU influenciou na sua escolha por Relações Internacionais e quais habilidades considera que desenvolveu com essas atividades?
Esses exercícios desenvolvem muita lógica, pensamento rápido, argumentação e retórica. É essencial saber como se expressar bem em público. Você sabe que as palavras têm poder e, muitas vezes, não é só o que você fala que é levado em consideração, mas o jeito como fala. Aprendi também a dialogar mais e, quando necessário, abrir mão do meu ponto de vista. Tenho muito interesse por política e economia, além de adorar aprender idiomas [Ingrid é fluente em inglês e francês e tem nível intermediário de alemão e espanhol], por isso, acho que relações internacionais é a carreira mais indicada.
Quais são seus sonhos?
Quero muito trabalhar em uma organização internacional de impacto. Gosto muito de questões ligadas a imigração e refugiados. Além disso, pode parecer estranho, mas me interesso por estudar a cultura muçulmana. Ela é muito rica e complexa. No entanto, pouco valorizada porque sempre a associam a grupos extremistas quando, na verdade, são coisas completamente diferentes e extremismo existe em todas as religiões. Gostaria de trabalhar com vários países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, obviamente, ao longo da vida. Nesses países você consegue ver claramente o que precisa ser melhorado e suas ações podem ter um impacto muito grande.
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