Nas últimas semanas, o Harper Center (campus de Chicago Booth, onde eu estudo) está lotado de pessoas engravatadas e com expressão assustada: os candidatos que estão entrevistando para a próxima turma de MBAs.
Abaixo estão algumas dicas para se preparar para sua entrevista:
1. Treine muito bem sua história
Geralmente, a primeira pergunta da entrevista é algo como “me conte um pouco sobre você”. É importante ter essa história muito bem treinada – peça ajuda para amigos e família para ter certeza de que sua história está coerente, consistente e interessante. Sua narrativa também tem que ser curta (você não quer gastar muito tempo da entrevista nesta pergunta), e não pode ser uma simples linha do tempo que repete o que já está escrito no seu currículo (afinal, seu entrevistador provavelmente já teve acesso ao seu currículo antes da entrevista).
2. Saiba responder às seguintes perguntas:
“Por que você precisa de um MBA?”
É importante fazer uma conexão muito forte entre sua história profissional (passado) com o que você quer fazer após o MBA (futuro). Tem que ficar extremamente claro durante a entrevista que o MBA vai te ajudar a dar o seu próximo salto na carreira, e que você não tem opções mais fáceis de dar o mesmo salto sem precisar de um MBA. Vale lembrar que seus motivos para fazer um MBA podem e devem ir muito além de questões profissionais (veja alguns exemplos aqui).
“Por que agora?”
O entrevistador também vai querer entender os motivos que te levaram a querer um MBA agora. Por que você não prestou um ou dois anos atrás? Ou então, por que você não espera mais um ou dois anos para ganhar mais experiência? Esta pergunta é especialmente importante se você está fora da idade média do MBA (seja para mais ou para menos). Essas pessoas precisam ter a resposta na ponta da língua.
“Por que esta escola?”
Você precisa ter uma boa história para contar a respeito da escola para a qual você está entrevistando. Se puder visitar as escolas, ótimo – durante a visita, você aprende muito a respeito da cultura e dos diferenciais de cada escola. Se não puder visitar, não deixe de pesquisar muito na internet e de conversar com ex e atuais alunos. Uma coisa que me impressionou quando eu estava me candidatando foi o quanto as pessoas estão dispostas a ajudar. Se os alunos estão em época de aulas, marque um Skype com eles. Muitos alunos provavelmente estarão no Brasil, e você pode marcar um café com eles. Para isto, eu achei o LinkedIn extremamente útil – se você tiver conexões em comum, melhor ainda.
Algumas coisas que vão te ajudar a demonstrar interesse pela escola são:
– Saber o nome de algumas aulas a professores conhecidos, e por que você acha que faz sentido para você fazer estas aulas (ou seja, faça uma conexão com seus objetivos profissionais).
– Comentar a respeito dos grupos estudantis: isto é algo muito forte nas escolas americanas. Saiba em quais grupos você gostaria de se envolver. Não se esqueça que os grupos são muito diversos: profissionais, de esportes, de países ou regiões, interesses…
– Mencionar o nome das pessoas com quem você conversou durante o processo (alunos principalmente). É possível que o seu entrevistador conheça algumas dessas pessoas, e isso é uma ótima maneira de se conectar com ele.
3. Conheça e venda seus diferenciais
Não se esqueça que todos os candidatos que chegaram à fase da entrevista final estão bem preparados e provavelmente têm diversas histórias de sucesso. Você quer ser lembrado pelo entrevistador e, por isso, é importante se diferenciar. Uma ótima maneira de fazer isto é falar sobre seus hobbies e suas paixões fora do trabalho. No final das contas, o entrevistador não está apenas avaliando se você será um profissional de sucesso, mas também se você vai se divertir no MBA, fazer amigos e ter uma excelente experiência.
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Sobre a autora
Giuliana Reis é aluna de MBA na Chicago Booth School of Business, a escola de negócios da Universidade de Chicago, nos EUA. Ela fez graduação em administração de empresas no Insper, em São Paulo, e começou sua carreira em bancos de investimento. Aos 24 anos, resolveu empreender e fundou a Tripda (plataforma de intermediação de caronas). Com sua coluna, espera motivar mais pessoas a buscarem uma educação de ponta no exterior.
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