Estudar em Taiwan: excelência em engenharia e tecnologia
Você já pensou em estudar em Taiwan? Esse arquipélago, formado por 16 ilhas, também é chamado de República da China. Sim, você leu certo. Foi esse Estado, o “ROC”, que governou a China – tanto a parte continental quanto a insular – até o final da guerra civil de 1949, quando o Partido Comunista da China venceu. A partir de então formaram-se dois países: a China como conhecemos hoje, e o Taiwan.
Com o desenvolvimento econômico que levou Taiwan a ser considerado um dos Tigres Asiáticos, fortaleceu-se a ideia de que o sistema educacional por lá deveria formar gente qualificada para dar conta das transformações no estado. Até hoje, as áreas mais fortes na região são ligadas à engenharia.
Fiquei impressionada com o perfil de excelência e a deferência com que os alunos tratam os professores
O perfil de excelência e a deferência com que os alunos tratam os professores impressionou Shirley Cavalhêdo Franco, professora-convidada da National Chengchi University, localizada na capital Taipei. “Temos muito o que aprender com eles, mas também temos muitos professores brasileiros aqui com qualidade e experiências a serem repassadas”, diz Shirley, que mora há um ano no país. Para ela, a criatividade e a capacidade de trazer ideias vanguardistas em diversas áreas são aspectos que os brasileiros têm a ensinar aos taiwaneses.
Tanto profissionais de áreas criativas quanto de ciências exatas encontram boas oportunidades para cursos de curta duração, graduação e pós. Saiba mais sobre estudar em Taiwan como se candidatar a bolsas no país:
National Taiwan University
A universidade surgiu em 1928, sob domínio japonês e com o nome de Taipei Imperial University. Só em 1945 é que passou a se chamar National Taiwan University. Logo de início, os cursos oferecidos eram os de Literatura, Política, Ciências e Agricultura. Hoje em dia as áreas de Liberal Arts (que incluem Filosofia, Antropologia e Teatro) e de Bio-resources and Agriculture (que vão de Medicina Veterinária a Biotecnologia) são as que mais recebem estrangeiros.
Uma das áreas mais tradicionais da universidade foi a que atraiu a brasileira Jennifer Liu, quando quis estudar em Taiwan. “Vi um vídeo da universidade apresentando esse curso [de biotecnologia], que tem muitas aulas de laboratório. Como eu gosto muito das aulas práticas, optei pela universidade”, explica Jennifer, que é filha de taiwaneses e decidiu se mudar para o país logo depois do ensino médio, para fazer graduação.
Ela conta que, para conseguir a vaga, é preciso submeter para avaliação um histórico escolar completo e o resultado do TOCFL (Test of Chinese as Foreign Language), teste que avalia a fluência em mandarim, que é a língua mais falada no país. “Só que, nas aulas das áreas de biológicas e de exatas, uma parte é feita em inglês. O professor escreve em inglês no quadro e no Powerpoint, e os livros também são todos em inglês”, esclarece Jennifer.
No caso daqueles que planejam fazer um curso em mandarim, seja de graduação ou pós, ou que tenham interesse pela língua local, é possível fazer um curso intensivo do idioma. Há uma gama de opções que vão desde o chinês básico até o avançado, com temas específicos de acordo com o interesse do aluno. No caso do International Chinese Language Program (ICLP), as aulas reúnem um máximo de quatro alunos por turma e se adequam aos níveis dos estudantes. Por enquanto, a NTU não oferece bolsas para os intensivos de mandarim e os preços variam de acordo com o curso escolhido.
Já os candidatos que ambicionam uma vaga no mestrado ou no doutorado podem contar com apoio financeiro para as taxas da universidade, acomodação e outros gastos no país. Há programas como a Scholarship for Outstanding International Master’s Students, em que o estudante deve submeter anualmente relatórios sobre seu trabalho na universidade e contar com boas avaliações do orientador. Para os estudantes de graduação, há a NTU International Undergraduate Student Scholarship.
National Tsing Hua University*
* não confundir com a Tsinghua University, que fica na China
A instituição nasceu em Pequim, na China continental, mas foi transferida para Taiwan em 1956, no campus atual. É a segunda melhor avaliada em rankings universitários e ganhou destaque graças aos ex-alunos que ganharam o Nobel. Passaram pela universidade os experts Tsung-Dao Lee, físico que fez contribuições para o estudo de partículas elementares, e o químico Yuan-Tseh Lee, que levou o prêmio em 1986.
Os cursos vão das áreas de humanidades até as engenharias. O destaque fica para o programa de Engenharia Nuclear, reformulado pela universidade em 2007, que atrai estudantes de mestrado e doutorado do mundo todo. O departamento possui um reator, o Tsing Hua Open-pool Reactor, e matérias que vão da Gestão de Resíduos à Física Nuclear Aplicada.
Há uma lista de bolsas disponíveis que cobrem os gastos no país e as taxas na universidade para quem quer estudar em Taiwan. A NTHU International Student Scholarship dá aos estudantes de mestrado e graduação, por exemplo, uma bolsa de 5 mil dólares taiwaneses ao mês, e para os de doutorado, um valor que vai de 20 mil a 40 mil dólares taiwaneses ao mês. No caso de despesas ligadas a moradia, os estrangeiros levam vantagem: alunos de fora são prioritários nos dormitórios estudantis.
* Foto de Capa: National Taiwan University / Crédito: Divulgação
Leia também:
Mapa mostra cursos em inglês nas 1.000 melhores universidades do mundo
Tsingua e Pequim: conheça as duas melhores universidades da China
Já pensou em estudar em Singapura?