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Estudar empreendedorismo: vale a pena? Para quem?

homem empreendedor em frente a quadro de postits

São famosas as histórias de empreendedores que abandonaram faculdades renomadas para investir na sua ideia. Os empresários responsáveis por grandes inovações deste século, como Steve Jobs e Bill Gates, são exemplos destes college dropouts. O que nos faz pensar: o que vale mais a pena para quem sonha em empreender – estudar empreendedorismo ou mergulhar de cabeça no seu projeto?

O próprio Bill Gates tem uma resposta a esta pergunta: “Apesar de ter largado a faculdade e ter conseguido uma carreira na indústria de software, ter um diploma é um caminho muito mais certeiro para o sucesso”, escreveu ele em seu blog. Ele, que abandonou nada menos que Harvard para fundar a Microsoft, explica que o ambiente da instituição e as pessoas que o cercavam enquanto estudavam por lá foram importantes para o seu desenvolvimento.

E esta resposta de Gates pode dar uma dica de qual é o melhor caminho para quem não quer nem abrir mão da faculdade e nem esperar quatro anos para começar seu próprio negócio: escolha uma Universidade Empreendedora.

Isto mesmo. Embora no Brasil a divisão seja muito clara entre teoria e prática; entre academia e mercado, não há razão para que seja assim. E, de fato, diversas instituições dos Estados Unidos e da Europa incentivam e alimentam um ecossistema empreendedor dentro do próprio campus.

Estudar Empreendedorismo em Universidades Empreendedoras

Estudantes que passaram por universidades de ponta nos Estados Unidos afirmam que o segredo de uma instituição empreendedora não está tanto nas disciplinas em si, mas no espírito difundido pela faculdade.

Foi a sensação que teve, por exemplo, Roger Koeppl nos meros 35 dias que passou em Babson College. Em cinco semanas, Roger adquiriu conhecimentos valiosos sobre negócios e empreendimentos sociais, mas o que mais chamou sua atenção foi a constante afirmação da identidade difundida por Babson. Exemplo sintomático que cita é o fato de, ao chegar ao campus, não receber os típicos adesivos com o nome da instituição escrito em letras garrafais para adornar seu dormitório, mas em vez deles, aderentes com a palavra “entrepreneurship” (empreendedorismo) – os mesmos que via espalhados pelos corredores da faculdade.

A repetição com que era bombardeado com essa ideia, a princípio, pareceu a Roger uma espécie de “lavagem cerebral”. Semanas de estudo mais tarde, chegou à conclusão de que, na verdade, era um encontro com aquilo que procurava. “De tanto ouvir isso, de entender esse perfil, voltei falando: ‘é isso que sou. Que bom, vou transformar esse espírito em algo’ ”. É como se fosse, diz ele, uma lavagem cerebral “do bem”. “Não fosse ela, eu tentaria me furtar disso”, argumenta, pensando no preconceito que sentia pelo rótulo.

Leia também: Onde estudar para empreender? Conheça as melhores universidades

Vale do Silício: fruto de ambientes universitários

Brasileiros que foram estudar empreendedorismo em reconhecidas instituições do Vale do Silício retornam com a mesma impressão. “Stanford te motiva a ver como os grandes empreendimentos, ideias, coisas que já foram feitas na humanidade foram feitas por pessoas como você”, diz Miguel Andorffy, criador do site educacional MeSalva. Para ele, a gigante instituição acadêmica em torno da qual foi erigido o mais importante centro de empresas de tecnologia provoca seus estudantes a pensarem grande. “Você vê todos os cases de pessoas que saíram de lá e passa a querer, você também, fazer algo grande”.

Nas palavras de André Penha, criador do site de aluguel de imóveis QuintoAndar, o “ecossistema” de Stanford atrai e motiva empreendedores. “O discurso da inovação é super conhecido lá dentro. A universidade te incentiva a tomar riscos para fazer algo que ainda não foi feito”, observa. André também compara o espírito universitário local a uma “boa lavagem cerebral”. “Eu sabia que iria montar um negócio grande para impactar a vida de pessoas”.

Para além de discursos motivacionais, o espírito empreendedor também é expresso em atitudes. Para Paulo Mannheimer, aluno de MBA de Berkeley, foi graças ao apoio da universidade que conseguiu viabilizar dois empreendimentos ao longo dos anos em que estudou lá. Da primeira vez, em fins da década de 1990, pôde trancar o curso para tratar de seus investimentos. “É muito raro uma escola permitir o trancamento do MBA, mas eles concordaram porque essa era a essência: tocar um negócio”. Da segunda vez, anos mais tarde, quando voltou à Califórnia para concluir os estudos, Paulo iniciou do interior de seu dormitório uma empresa de software. “O tempo todo entrava e saía gente do meu quarto para ver o que estava acontecendo. Eu falei que estava começando um negócio e eles me permitiram continuar”.

A importância do “ecossistema empreendedor”

Gabriela Toquarto, responsável por estratégias com universidades da Endeavor, também destaca a importância de um “ecossistema empreendedor” nas universidades.

Segundo uma metodologia desenvolvida pela própria organização, que apoia empreendedores de alto impacto, alunos assistem ao conteúdo programático online e utilizam o espaço da sala de aula para atividades mais dinâmicas, como debates e criação de projetos. Segundo ela, a teoria pode e deve ser passada em outras atividades, como palestras com pessoas do mercado, visitas a empreendimentos de sucesso, hackathons, programas de mentoria etc.

“As disciplinas devem ser as mais transversais possíveis. Quanto mais gente envolver, melhor”, diz. “A sala de aula deve ser só uma das interações.”

No fim, a conclusão é que, não importa qual seja sua ideia de negócios, estudar empreendedorismo pode ser uma boa ideia. Tanto você quanto seu projeto podem sempre se beneficiar com o conhecimento e pelo networking que uma universidade empreendedora vai oferecer.

 

 

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