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EUA: programa de trabalho nas férias é alternativa para aprender inglês

Por Vivian Carrer Elias

Você quer estudar fora, mas não tem dinheiro suficiente para pagar pelo intercâmbio? Um programa de trabalho durante as férias nos Estados Unidos pode ser a solução para você. Essa é uma modalidade também bastante procurada por universitários que não desejam adiar a graduação, mas querem ter uma experiência no exterior antes de darem início às suas carreiras.

Eu ainda não tinha viajado sozinha e tinha medo de me comprometer com um intercâmbio de seis meses ou um ano. Por isso, escolhi uma viagem mais curta para treinar o inglês

O programa é formatado pelo governo americano e intermediado no Brasil por agências de intercâmbio. A ideia é recrutar mão de obra para trabalhar em locais como parques temáticos, estações de esqui, restaurantes e hotéis, cumprindo funções como as de garçom, recepcionista e hostess. Podem participar da atividade estudantes universitários de até 26 anos. A viagem deve acontecer estritamente durante as férias acadêmicas, e costuma ter duração de um a quatro meses.

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Segundo Eduardo Frigo, porta-voz da Central de Intercâmbio (CI), o estudante precisa ter nível intermediário de inglês para participar do programa e deve pagar uma taxa, que sai a partir de USD 1 900 dólares, sem passagem aérea. No entanto, esse valor pode ser recuperado, uma vez que o trabalho nos Estados Unidos é remunerado. O salário depende do tipo de emprego e do nível de inglês do intercambista, mas pode chegar a USD 350 ou 400 por semana, com uma carga horária de 35 a 40 horas semanais.

A engenheira Juliana Morais, de 25 anos, optou por fazer um intercâmbio desse tipo antes de iniciar o último ano de engenharia civil na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Eu ainda não tinha viajado sozinha e tinha medo de me comprometer com um intercâmbio de seis meses ou um ano. Por isso, escolhi uma viagem mais curta para treinar o inglês”, conta.

Entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, ela trabalhou na estação de esqui Heavenly, em South Lake Tahoe, Califórnia. “Antes de ir, participei de uma feira com vários empregadores dos Estados Unidos. Escolhi o programa que queria, fiz a entrevista na feira e já fiquei sabendo que tinha sido aprovada”, explica.

Sobre trabalhar em uma estação de esqui, Juliana afirma que é uma boa experiência, principalmente para aqueles que, além de praticar o inglês, querem aprender a esquiar ou andar de snowboard. “Quem trabalhava na estação podia fazer aulas gratuitas. Eu fiz uma para aprender o básico de snowboard. Um colega do Brasil aprendeu a fazer várias manobras voltou num nível avançado”, diz a engenheira.

Uma graduação, dois intercâmbios e o trabalho dos sonhos

Hoje, estou bem mais segura para falar inglês, mesmo se eu não souber uma palavra, eu sei me explicar. Antes eu sentia muita vergonha

Lá, o seu trabalho variava dependendo do dia, mas, na maioria das vezes, consistia em fornecer e recolher os equipamentos de esqui aos turistas. A carga horária variava porque a estação é menos movimentada de segunda a quinta-feira e fica mais cheia nos finais de semana.

Para Juliana, o saldo da viagem foi positivo, especialmente porque ela atingiu o objetivo de aprimorar o inglês. “Eu já tinha feito cursos, mas meu inglês estava enferrujado. No começo do intercâmbio, senti dificuldade no trabalho, porque tinha que explicar coisas técnicas sobre os equipamentos, mas depois fui pegando a prática”, relembra.

Ela ainda conta que morou por algumas semanas com uma norte-americana e, apesar de outras três brasileiras morarem na mesma casa, Juliana conta que elas só falavam em inglês entre si. “Isso ajudou bastante. Hoje, estou bem mais segura para falar inglês, mesmo se eu não souber uma palavra, eu sei me explicar. Antes eu sentia muita vergonha. Eu amadureci, precisei me virar sozinha em um país desconhecido e me preparei melhor para o mercado de trabalho”, considera.

*Na foto, Juliana (1ª à direita) com as amigas durante intercâmbio nos EUA.

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