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Um intercâmbio para cada fase da vida

mulher de camiseta branca de costas olhando pela janela

Por Andrea Tissen, do Blog da Tissen

Volta e meia alguém me pergunta se há uma idade mais adequada para estudar fora. Pais que estão pensando em mandar seu filho/filha para um intercâmbio de férias ou durante o ensino médio, alunos universitários, profissionais que querem voltar a estudar, pessoas que desejam fazer um curso fora do Brasil ou tirar um período sabático.

Será que há uma idade melhor para passar um tempo estudando fora do país?

Muitas pessoas me contam suas experiências internacionais. E cheguei a conclusão de que não existe uma idade certa para intercâmbio. O que importa é planejar a viagem a partir de um entendimento da história, perfil, forma de ser, momento de vida e motivação de cada um. Porque são esses detalhes que vão marcar o aproveitamento de uma vivência fora do país.

Idade não traduz maturidade nem a forma como enfrentamos desafios. E é exatamente por isso que é tão importante avaliar cada caso quando alguém quer estudar fora. Para adequar o tamanho do desafio à pessoa em questão.

Intercâmbios de verão e de ensino médio:

Neste tipo de experiência internacional, que pode começar cedo, todo o processo deve ser cuidado e acompanhado por um adulto. As mudanças no cotidiano são significativas para uma criança ou um adolescente. Normalmente é a primeira vez que se separam de suas famílias e isso exige muito jogo de cintura! Saber que tem gente cuidando deles é fundamental.

Mariana, que tem 14 anos, já fez alguns intercâmbios de verão. “Meu primeiro intercâmbio foi aos 9 anos. Eu nem sabia inglês, só sabia o básico do básico. Meu irmão já tinha feito um summer camp e meus pais acharam que podia ser legal para mim também. Eu queria ir. Confesso que senti saudades deles na primeira vez. Mas nas outras foi super tranquilo, tipo tchau Pai, tchau Mãe! O legal de ir para um acampamento fora é que você conhece gente de outros lugares, aprende a língua na prática mesmo e ganha uma independência porque fica longe da sua família por algumas semanas”.

Procure uma organização, agência ou empresa que apresente um programa adequado às suas necessidades e perfil financeiro. Estude bem as possibilidades antes de tomar uma decisão, converse com pessoas que já foram. Conhecer a experiência delas é importante.

Para os que buscam bolsas de estudo, vale a pena conferir organizações como Rotary Club, AFS e CISV.

Intercâmbio universitário:

Para muitos jovens esta pode ser a primeira experiência prolongada longe de casa. E apesar do momento de vida permitir uma liberdade maior para ir e vir e fazer suas próprias escolhas, receber orientação e apoio no processo continua sendo importante.

Normalmente o intercâmbio universitário é de seis meses. Mas para quem quer ter uma imersão mais profunda em outra cultura, essa experiência pode se estender por um ano. Qualquer uma das duas opções é altamente positiva.

Quase todas as universidades e/ou faculdades públicas ou privadas oferecem programas de intercâmbio para os seus alunos. Procure a coordenação de intercâmbio de sua instituição de ensino!

Se a sua faculdade/universidade não oferece este tipo de programa ou se você quer ir por conta própria, existem outras possibilidades:
. Programas de intercâmbio da AIESEC, a maior organização estudantil do mundo.
. Intercâmbio independente no qual você negocia o seu intercâmbio diretamente com a universidade.
. Consultorias especializadas que ajudam você a montar seu intercâmbio internacional.
. Agências especializadas que oferecem intercâmbios universitários.

Uma experiência que sempre quis ter e que achava que não podia mais realizar

Graduação ou pós-graduação:

Muitas são as dúvidas de quem pensa em fazer um curso completo fora do Brasil. Dentre elas estão os receios sobre como será o tempo longe daqui e quais serão os benefícios reais do investimento. Para quem vai com a família, essas questões se multiplicam pelo número de pessoas que vão embarcar e por suas faixas etárias. Normal, afinal é um projeto de mais longo prazo.

Quem decide fazer uma graduação ou pós fora do Brasil, além do diploma, ganha uma experiência de vida diferenciada. Não se trata só de estudar fora, mas de viver o cotidiano de uma outra cultura por um tempo prolongado. E isso muda você demais, não importa a idade. Tudo vai depender dos seus objetivos, seu momento de vida e da sua disposição para começar, recomeçar ou ir adiante. Isso é o que importa.

Cursos de curta duração e período sabático:

Você já está mais maduro, tem uma carreira estabelecida e tem vontade e condições financeiras para fazer um curso fora do Brasil. Que ideia maravilhosa! Nada como estudar sem cobranças, pelo simples prazer de aprender e expandir o seu conhecimento. Nada como poder dar um tempo e repensar a vida imerso em uma outra cultura durante um período sabático.

Minha amiga Maria resolveu, aos quarenta e poucos anos, fazer um curso na Espanha. E foi para Sevilha estudar espanhol por um ano. Fez amigos do mundo todo, trabalhou como baby-sitter de duas crianças inglesas, melhorou seu inglês. Teve tempo para repensar a sua vida. “Uma experiência que sempre quis ter e que achava que não podia mais realizar. Foi incrível!”

Existem inúmeras opções de cursos de curta duração que são oferecidos em diferentes países ao longo do ano. Pesquise, monte uma viagem que faça sentido para você. Mesmo que já tenha viajado muito, esta pode ser a sua grande oportunidade de experimentar uma vivência internacional.

Se você acha que isso é só para a garotada, se enganou. Intercâmbio não tem idade. Basta estar aberto a novos desafios, encarar as novidades e aproveitar.

 

Esta matéria foi originalmente publicada pelo Blog da Tissen.

 

Leia também:
O que é melhor: estudar fora durante ou depois do Ensino Médio?
Idade não é barreira para aprender novos idiomas
Qual o melhor momento para fazer uma pós fora?

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