Tudo que você precisa saber para fazer faculdade na América Latina
É comum que os cidadãos de países europeus façam faculdade em outro país que não aquele em que nasceram. Mas aqui no Brasil, quando a gente vai estudar fora no ensino superior, geralmente vai para os Estados Unidos ou Europa. Isso é uma pena, já que tem muitas universidades boas na América Latina. E se você quiser saber como fazer faculdade na América Latina, a gente vai te contar agora mesmo!
Bom, a primeira coisa que você tem que considerar ao pensar em fazer faculdade na América Latina é o Mercosul. O Mercosul, ou mercado comum do sul, é uma integração entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. E graças a ele, sair do Brasil para fazer faculdade nesses outros países fica bem mais fácil.
Vantagens do Mercosul
Em primeiro lugar, você não precisa de passaporte para ir para outros países do Mercosul. Basta chegar na fronteira com o seu RG ou outro documento com foto que tá tudo certo. Esse mesmo documento, em muitos casos, é aceito como comprovante de identidade nos outros países, o que também facilita a vida.
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Além disso, um acordo assinado no fim de 2018 estabelece que diplomas obtidos em qualquer país do Mercosul sejam automaticamente válidos nos outros países do bloco. Ou seja: se nada mudar no futuro próximo, você vai poder se formar na Argentina, por exemplo, e não vai precisar revalidar seu diploma ao voltar pro Brasil.
E claro: o seu diploma brasileiro também vai ser reconhecido na Argentina, Paraguai e Uruguai, o que é bem interessante para quem está pensando em fazer pós graduação nesses países. Então se você quer fazer faculdade em outro país da América Latina, vale a pena pensar com carinho nesses destinos.
Requisitos comuns para fazer faculdade na América Latina
Agora, se você quiser ir para outro país, vai precisar dar uma pesquisada nos requisitos de cada um. E isso pode variar bastante: no Peru, por exemplo, você também pode entrar só com RG e ficar até 183 dias sem precisar tirar visto. Na Colômbia, você vai precisar de passaporte, mas também pode ficar por até 180 dias. E na Bolívia, você só fica 30 dias sem visto.
Em todos os casos, para se candidatar à universidade, você vai precisar de diploma e histórico do ensino médio. É possível, como no caso do Uruguai, que você tenha que revalidar seu diploma do ensino médio, o que pode levar um tempinho. No caso do Uruguai, também é importante saber que a única universidade pública do país exige que você resida lá há três anos ou mais para poder se matricular. Há outras universidades no país, mas elas são particulares.
Para fazer faculdade na América Latina, você também vai precisar de comprovante de proficiência em inglês ou espanhol, dependendo do idioma no qual o curso que você quer fazer é ministrado. Em geral, na América Latina, as aulas costumam ser em espanhol mesmo, com exceção de alguns cursos específicos de universidades maiores.
Há várias provas de proficiência em espanhol, e é importante você saber qual delas é aceita onde você quer estudar antes de tirar o certificado. Por exemplo: a Universidade de Buenos Aires, a maior da Argentina, exige as provas SIELE, CEI ou SELU. Já para as bolsas do programa Icetex do governo colombiano, você precisa de nível B2 ou maior no exame DELE. Por isso é que é importante você pesquisar qual prova precisa fazer!
Universidades de destaque
Tanto o modo de ingresso quanto o sistema de ensino das universidades da América Latina varia bastante. Na Universidade de Buenos Aires (UBA) mesmo, não há vestibular: os estudantes se inscrevem para um ciclo básico comum com seis matérias, e os que são aprovados nesse ciclo podem continuar os estudos.
A universidade também é uma das melhores do mundo, ficando à frente de instituições brasileiras em alguns rankings. Outras universidades latinoamericanas que também merecem destaque são a UNAM, universidade autônoma do México, a Pontifícia Universidade Católica do Chile e a Universidade dos Andes, na Colômbia.
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Outra vantagem é que em muitas delas você consegue estudar sem precisar fazer um vestibular específico. Na UBA e em universidades colombianas, por exemplo, o processo de candidatura é mais abrangente e aceita a sua nota do Enem como um dos fatores de avaliação. De resto, elas costumam pedir também carta de apresentação e cartas de recomendação.
Como se preparar
Você também vai precisar levar em conta o custo de vida no lugar onde vai estudar se quiser fazer faculdade na América Latina, e isso também varia bastante. Não só alguns países da América Latina têm um custo de vida bem maior do que outros, como também as cidades desses países podem variar bastante entre si nessa questão.
Se você mora em São Paulo ou no Rio de Janeiro, a boa notícia é que praticamente qualquer outra cidade da América Latina vai ter um custo de vida menor. A exceção é Montevidéu, a capital do uruguai, onde você pode esperar gastar com alimentação, transporte e moradia o mesmo tanto que se gasta nessas capitais. E Santiago, a Capital do Chile, não fica muito longe também.
Já em cidades como Buenos Aires, Lima e Bogotá, o custo de vida é um pouco menor. Você pode esperar gastar um pouco menos por mês do que gasta aqui, se você mora numa capital. E via de regra, se você for ficar numa cidade universitária mais pro interior do país, o custo de vida deve ser ainda menor. Só tome cuidado com cidades litorâneas ou destinos turísticos muito populares, já que neles os preços podem ser bem maiores!