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“Fui aprovado em um MBA fora!”

Todo mundo sabe que para ser aprovado em um mestrado ou MBA no exterior é preciso muita dedicação e empenho. Também não é novidade que as notas do GRE ou GMAT (provas de admissão pedidas pela maioria das universidades) e do TOEFL (exame de proficiência em inglês) precisam ser altas. Mas, e além disso? O que é preciso fazer para conseguir ser aceito para uma universidade de excelência?

Entenda o processo de seleção para pós-graduação no exterior

O Estudar Fora conversou com dois alunos que foram aprovados em programas de MBA nos Estados Unidos e conta o que eles fizeram para chegar lá. Confira:

Giuliana Reis, 25 anos, administradora de empresas, de São Paulo (SP). Ela trabalhava em um banco de investimentos, depois tornou-se empreendedora e hoje é aluna de MBA na Chicago Booth School of Business. 

Fui em todos os eventos promovidos no Brasil pelas universidades que eu queria aplicar (…) No final, antes mesmo de ser aprovada, já conhecia dezenas de pessoas, entre alunos, ex-alunos e professores. Fiz uma planilha no Excel com o nome de todo mundo, em qual evento nos conhecemos, e se eu tinha mandado um email de agradecimento ou não

“Primeiro é preciso querer ir. De verdade. Parece bobagem, mas o custo é alto em todos os sentidos. Tem o custo financeiro, o emocional, tem que largar emprego, família e amigos. Tem gente que passa e não vai porque vê que não está pronto, porque recebeu uma promoção ou porque não quer arriscar um relacionamento. No meu caso, eu tinha um negócio próprio e larguei. Achei que era hora de mudar, que faria sentido para a minha vida e para a minha carreira. Depois que eu internalizei a decisão, levei todo o processo muito a sério. Fui em todos os eventos promovidos no Brasil pelas universidades que eu queria aplicar. Além disso, resolvi visitar a Universidade de Chicago antes, conversei com alunos que estavam estudando lá, falei com ex-alunos, pesquisei tudo o que eu podia na internet… Tentei todos os tipos de relacionamento possíveis. No final, antes mesmo de ser aprovada, eu já conhecia dezenas de pessoas, entre alunos, ex-alunos e professores. Fiz uma planilha no Excel com o nome de todo mundo, em qual evento nos conhecemos, e se eu tinha mandado um email de agradecimento ou não. E eu fiz tudo isso porque os ex-alunos e professores podem enviar uma carta para o admissions office recomendando você, mesmo sem você saber. Não sei se eles chegaram a fazer isso, mas acredito que ter me conhecido tanta gente contribuiu para a minha aprovação.

Além disso, encarei o processo como uma escolha mútua. Não dá para você ter o pensamento de que ‘qualquer escola serve’. Não! É claro que a escola tem que te escolher, mas nós também temos que escolher para qual escola queremos ir. É preciso pensar em qual comunidade você quer participar, quais professores você quer ter, quais pessoas você quer ver todos os dias. É preciso fazer um match (encaixar-se naquele ambiente). Eu queria uma escola que me ensinasse a pensar numericamente. Queria aprender a tomar decisões baseadas em dados (o chamado data driven approach), e não em suposições. Quero aprender a pensar e agir como líder e sonho em um dia ser CEO de um negócio. Quando entrei na Chicago Booth senti que estava em casa e que era ali que eu queria estudar. Era daquela comunidade que eu queria fazer parte. Tanta pesquisa deu resultado!”

Guiliana está há menos de um ano no programa, que tem duração de dois anos. Ela e o noivo foram aceitos na mesma instituição e conseguiram bolsa de estudos.

Pedro Henrique Silva, 29 anos, do Rio de Janeiro (RJ). Ele trabalhava com private equity em São Paulo antes de iniciar o MBA na Wharton Business School. 

“Eu já sabia desde cedo que queria fazer MBA, e optei pelos Estdos Unidos porque eu sabia que as melhores escolas estavam aqui. Tive a ajuda de um consultor, que me ajudou a entender melhor o GMAT e o TOEFL. No entanto, apesar de ter começado a estudar com alguma antecedência, no final achei que faltou tempo. As pessoas não devem subestimar o tempo de preparação para as provas. Acredito que é preciso começar a se preparar com pelo menos nove meses de antecedência.

Outra dica é deixar o TOEFL para depois. Concentre-se no GMAT, que é mais difícil, e depois o TOEFL vai ficar bem mais fácil. Para escolher as escolas existem várias ferramentas online. Uma delas, e talvez a que mais tenha me ajudado, foi o site www.poetsandquants.com. Lá você encontra várias reviews das melhores escolas e algumas informações importantes. Para mim, foi a ferramenta que melhor refletiu a realidade dos MBAs.

Outra dica é tentar conversar com ex-alunos das escolas. Procure saber do dia-a-dia, do que a escola e os alunos mais se orgulham etc. São essas pessoas que poderão te ajudar com cartas de recomendação, revisão de redações (essays), cartas para o admissions office, essas coisas.

Quando chegar o momento de escrever as essays, sugiro a seguinte estratégia: 1. Pensar no conteúdo, ou seja,  como você irá se vender para a escola; 2. Qual a ordem escrever para minimizar seu trabalho. Você deve olhar para a sua história passada e para o curso que deseja e explicar como aquilo vai te agregar. É tentar colocar no papel o seu passado e também como você se enxerga em 5 anos. Acredito que isso é fundamental para tentar convencer a escola a te selecionar.

Por fim, o processo de seleção dos MBAs tem, normalmente, 3 rounds. Aplique para as escolas que você mais quer no 1º round. Mas não aplique para várias; tente umas três ou quatro. O ideal no 1º round é aplicar para duas instituições que você quer muito, mas não tem certeza de sua aprovação, e para alguma outra não tão top, mas que você tem confiança que poderá ser selecionado. Depois, aplique para outras três ou quatro escolas em 2º round. Para alunos estrangeiros, 1º e 2º round são as melhores opções. Dá tempo de organizar o visto e a viagem. Mas tem um detalhe: o deadline do 2º round é bem próximo do Natal, então, é importante pensar nisso para conseguir finalizar tudo sem se sobrecarregar.”

Por Carolina Campos

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