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Como é fazer graduação na China? Estudante fala sobre a experiência

Muitas pessoas que consideram estudar no exterior pensam primeiro nos Estados Unidos ou no máximo na Europa. Gabriel Ferreira, Líder Estudar 2024, não era diferente: inicialmente, sonhava em estudar nos Estados Unidos ou no Canadá. No entanto, ao pesquisar mais sobre universidades internacionais, descobriu que a New York University (NYU) tem campus não apenas em Nova York, mas também em Abu Dhabi e Xangai. O campus chinês despertou sua curiosidade pela possibilidade de estar inserido em uma cultura totalmente diferente.

Desde o início, a NYU incentiva essa interação entre diferentes culturas. Os estudantes internacionais dividem os dormitórios com alunos chineses, e as turmas das disciplinas obrigatórias do primeiro semestre são equilibradas entre estudantes chineses e estrangeiros para garantir uma diversidade de perspectivas. “Isso me atraiu muito porque já participei de eventos com pessoas de vários países e vi como isso enriquece o debate”, explica Gabriel.

Além disso, a universidade está posicionada entre duas das maiores potências globais – China e Estados Unidos –, oferecendo um diploma reconhecido por ambos os países. Para ele, isso representa uma oportunidade estratégica para o futuro profissional. Outro fator que pesou na decisão foi a possibilidade de aprender mandarim, a língua nativa mais falada no planeta. “Os alunos internacionais precisam alcançar pelo menos um nível intermediário de mandarim. Aprender uma língua tão importante foi um diferencial enorme”, comenta. Saiba mais sobre a experiência de Gabriel, que estuda Computer Systems Engineering na NYU Shanghai:

Receios antes da mudança

Um dos principais receios de Gabriel era a distância. A diferença de fuso horário de 11 horas em relação ao Brasil tornou a comunicação com a família um desafio. “Se eu estivesse nos Estados Unidos, também estaria distante fisicamente, mas na China, a diferença de horário complica ainda mais as conversas com a família. Preciso falar com eles de manhã ou à noite”, diz.

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Outra preocupação foi a diferença cultural. Ele sabia que a China teria costumes muito distintos dos brasileiros, e a alimentação foi um dos aspectos que mais sentiu no início. Além disso, embora estudasse em uma universidade americana, precisou lidar com restrições tecnológicas do país, já que muitos aplicativos ocidentais, como Google, WhatsApp e Instagram, são bloqueados na China. Felizmente, a universidade proporciona acesso a esses serviços, minimizando essa dificuldade.

Desafios e adaptação

O maior desafio que enfrentou ao chegar foi a barreira linguística. “É a minha primeira vez em um país onde não falo a língua local. No ocidente, muitas línguas são derivadas do latim, então conseguimos reconhecer algumas palavras, mas o chinês é completamente diferente. Você não consegue entender nada no início”, relembra.

Embora em áreas turísticas seja mais comum encontrar pessoas que falam inglês, no dia a dia essa não é a realidade. Além disso, os aplicativos e serviços na China são diferentes dos ocidentais. “Aqui não tem Uber, tem Didi. Não tem iFood, tem aplicativos próprios. No início, isso foi complicado porque eu não entendia nada do idioma”, conta.

Agora, após alguns meses de estudo, Gabriel já consegue se comunicar minimamente e realizar atividades básicas sem precisar de tradutor. “Brinco que não morro mais de fome”, diz.

Rotina em Xangai

Os alunos da NYU Shanghai não vivem dentro do campus, mas em um complexo de três torres localizado próximo à universidade. Há um ônibus gratuito que faz o trajeto entre os dormitórios e a faculdade ao longo do dia, tornando o deslocamento simples e acessível.

Na rotina diária, Gabriel começa o dia cedo e gosta de correr pela cidade. Xangai, apesar de ser a maior cidade da China, com 27 milhões de habitantes, é extremamente arborizada. “Perto do dormitório tem um parque lindo que beira um dos principais rios da cidade, com uma vista incrível. Voltei a correr aqui e fico muito feliz com isso”, compartilha.

Durante a semana, sua rotina consiste em estudar, ir à academia e se dedicar ao aprendizado do mandarim. Nos fins de semana, ele aproveita para explorar a cidade. “Xangai é enorme e está sempre acontecendo algo. Tem partes muito modernas e outras milenares. Já visitei uma cidade próxima onde as pessoas se locomovem de barco, como se fosse a Veneza chinesa”, conta.

Aprendizado do mandarim e barreiras linguísticas

Embora o curso seja ministrado em inglês, os alunos internacionais precisam estudar mandarim até atingirem um nível intermediário. “O método de ensino aqui é muito diferente do Brasil. As aulas são super participativas e você é obrigado a falar chinês o tempo inteiro”, explica Gabriel.

Esse formato de aprendizado acelerado trouxe desafios, mas também resultados rápidos. Durante uma viagem, recebeu elogios pelo seu mandarim. “Os turistas normalmente não falam chinês, então quando consegui me comunicar com os locais, foi um momento especial”, relembra.

Choques culturais

O primeiro choque cultural que enfrentou foi a diferença no comportamento das pessoas. “Nós, brasileiros, somos muito calorosos, abraçamos, falamos com desconhecidos. Aqui, os chineses são mais reservados no contato físico, mas ao mesmo tempo são muito receptivos e alegres”, observa.

A alimentação também foi um grande impacto. “No Brasil, temos uma visão muito distorcida da comida chinesa. Muita gente acha que aqui só se come inseto, mas a culinária chinesa é muito diversificada. Eu me apaixonei por alguns pratos, como os pastéis no vapor e o bao, um bolinho recheado de carne”, conta.

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Outra diferença marcante foi a forma como os feriados são tratados. “Aqui, os feriados são poucos, e quando acontecem, muitas vezes precisamos compensar o dia perdido em um domingo, que vira um dia útil normal. Isso foi um choque para mim”, explica.

O Ano Novo Chinês também foi uma experiência interessante. “Eles comemoram muito mais o Ano Novo Chinês do que o ocidental. É uma festa nacional gigante, e realmente dá para sentir o clima especial durante esse período”, diz.

Dicas para quem quer estudar na China

Gabriel destaca que o mais importante para quem deseja estudar na China é manter a mente aberta. “Muitas pessoas no ocidente têm uma visão distorcida da China. É essencial vir sem preconceitos e estar disposto a abraçar a cultura local. Claro que há diferenças e momentos de adaptação, mas respeitar essas diferenças faz toda a experiência valer a pena”, aconselha.

Ele também recomenda considerar a China como um destino de estudos. “O país já é uma potência global e oferece oportunidades incríveis. É uma experiência enriquecedora, tanto acadêmica quanto culturalmente”, conclui.

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