Ex-colônia britânica, com centro urbano vibrante, intensamente povoado e uma mistura singular entre paisagens naturais e arranha-céus: assim é Hong Kong, um território autônomo no sudeste da China. A população da cidade é composta por 95% de pessoas de etnia chinesa e 5% de outros grupos étnicos. Neste post, vamos falar sobre a história do local, os conflitos mais recentes e as vantagens, afinal, de estudar lá!
Território e atrações turísticas de Hong Kong
Para começar, é importante saber que o município é uma Região Administrativa Especial (RAE) e, assim como outras do tipo – a exemplo de Macau e Taiwan –, tem um chefe de governo próprio. Hong Kong é conhecida pelas mais de 250 ilhas que compõem seu território (cuja dimensão total ultrapassa mil quilômetros quadrados). Algumas delas são Lautau, Lamma e Peng Chau Island.
Outra característica da geografia da região é o fato de que Hong Kong é extremamente montanhosa e, por outro lado, tem uma série de arranha-céus – aliás, é um dos locais com maior densidade populacional do mundo. Templos budistas e mercados tradicionais também se somam à paisagem. Por falar em templo, um dos pontos turísticos mais conhecidos é o Buda Gigante (estátua com mais de 30 metros de altura, erguida em 1993).
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Hong Kong se caracteriza, ainda, pelo alto grau de desenvolvimento econômico e por ser um importante centro financeiro. É, por isso mesmo, considerada uma da regiões mais produtivas da Ásia. A noite na região administrativa da China é agitada, principalmente pelos pubs (que são herança da colonização britânica).
Histórico sobre Hong Kong
As origens da ocupação humana em Hong Kong remetem ao período paleolítico. Já durante a Dinastia Qin (que governou a China entre 221 a.C. e 206 a.C.), a região foi incorporada ao Império Chinês. Porém, foi por ocasião das Guerras do Ópio (1839-1842) que o território passou a pertencer à Grã-Bretanha. Os conflitos armados ocorridos entre o Reino Unido e a China (então Império Qing) se deram porque, em 1830, os ingleses tiveram exclusividade sobre as operações comerciais do porto de Cantão. A Grã-Bretanha estava em déficit comercial em relação ao país asiático e, para compensar a situação, passou a traficar ópio indiano para os chineses; entretanto, o governo de Pequim resolveu proibir o tráfico do entorpecente, dando início aos confrontos. Uma das consequências foi a tomada da ilha pelos britânicos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, nos anos 1930, os soldados do Império do Japão entraram no território de Hong Kong. Os japoneses conquistaram a colônia, mas se renderam em 1945. Naquele ano começou um período de industrialização da região asiática, que se tornou uma potência comercial. Já em 1997, Hong Kong foi devolvida à China por meio de um acordo, tornando-se, então, uma Região Administrativa Especial.
Onda de manifestações
Em 2019, uma onda de protestos com motivação política afetou Hong Kong. As manifestações começaram depois que um projeto de lei passou a permitir a extradição de suspeitos de crimes para a China continental. Parte da população temia que a proposta fizesse com que a região administrativa se abrisse ao alcance da lei chinesa e que, com isso, seus cidadãos perdessem autonomia e direitos.
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Os manifestantes, críticos à medida, foram às ruas, até que o projeto foi inicialmente suspenso por tempo indeterminado. No entanto, muitas pessoas continuaram protestando, com medo de que o texto pudesse ser retomado. Houve confronto entre policiais e manifestantes. Em novembro de 2019, um deputado foi esfaqueado e um policial atirou em um ativista, entre outros atos violentos.
Situação atual de Hong Kong
Como consequência da onda de protestos, a então chefe do executivo Carrie Lam decidiu não disputar um novo mandato. Em maio de 2022, o ex-chefe de segurança de Hong Kong John Lee foi nomeado o novo líder do governo. A repressão aos manifestantes levou a China a assumir o controle político da ex-colônia britânica. Em fevereiro de 2023, dois ativistas foram condenados a cinco anos de prisão cada por “incitarem a subversão”. Para além das questões políticas, Hong Kong virou assunto no noticiário nos últimos anos por ter adotado medidas drásticas de restrição na pandemia.
Como exemplo, a cidade passou a cancelar eventos presenciais ainda em janeiro de 2020, quando os primeiros casos da doença (até então desconhecida) foram identificados em Wuhan, na China. Mais tarde, houve a adoção de quarentenas rígidas e diversas exigências para testes. Atualmente, com o arrefecimento da crise sanitária, Hong Kong tem adotado iniciativas para estimular o comércio, como o recente anúncio de que distribuirá 500 mil passagens aéreas.
Estudar em Hong Kong
Hong Kong proporciona uma experiência de estudos de alta qualidade na Ásia, uma vez que as instituições que existem por lá são respeitadas internacionalmente. Além disso, a modernidade do transporte público, o alto índice de segurança e a vida cultural agitada são outros fatores que tornam a região administrativa chinesa um bom destino para o intercâmbio. O sistema de ensino é baseado no modelo britânico e as instituições de ensino superior têm cursos em inglês, então, mesmo quem não sabe mandarim consegue acompanhar.
Entre as universidades, a Hong Kong University é a mais antiga da cidade (data de 1911) e, dos mais de 20 mil alunos, quase a metade vem de fora. Há, ainda, a The Hong Kong University of Science and Technology (HKUST) – que, como o nome sugere, é voltada principalmente à tecnologia – e a City University of Hong Kong. Esta última, aliás, tem programas em parceria com a Universidade de Columbia, dos EUA.