Fundado em 1957 pelo investidor e ex-professor da Harvard Business School, Georges Doriot, e outros dois egressos do MBA de Harvard, o INSEAD (sigla em francês para Instituto Europeu de Administração de Empresas) passou a integrar os rankings de melhores MBAs do mundo em 1999. Na instituição, não há uma cultura dominante, o que ajuda a criar um ambiente global e colaborativo.
Com campi na Ásia e no Oriente Médio, além, é claro, da própria Europa, o INSEAD tem no slogan nada menos que “The Business School for the World”. Os alunos costumam destacar a alta internacionalização como uma das principais vantagens de estudar na escola francesa. O fato de conviver com pessoas de dezenas de países diferentes em uma mesma sala proporciona ótimas chances de fortalecer o networking, para além da vivência com outras culturas. O Estudar Fora ouviu três brasileiros para saber as percepções deles sobre como é fazer o melhor MBA do mundo.
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Programas oferecidos e como ingressar no INSEAD
O processo de admissão no INSEAD é semelhante ao de outras escolas de negócios dos Estados Unidos e da Europa. Ele demanda o envio de textos e o teste GMAT – a maior parte candidatos admitidos possuem notas superiores a 600 pontos. Para entrar, também é preciso comprovar proficiência em inglês (idioma no qual as aulas são ministradas) e em um segundo idioma (podendo ser o idioma nativo do aplicante).
Além disso, experiências profissionais são muito valorizadas no processo de seleção – mas as qualidades pessoais também são reconhecidas. A entrevista online é feita com base em perguntas gravadas conduzidas por ex-alunos. Os candidatos devem respondê-las após a primeira etapa da inscrição.
O INSEAD oferece dois programas de mestrado full-time:
- INSEAD Master in Business Administration (MBA)- terceiro melhor do mundo pela classificação do Financial Times 2022. As aulas são em tempo integral e têm 10 meses de duração e os alunos precisam ter no mínimo 02 anos de experiência profissional.
- INSEAD Master in Management (MIM, Mestrado em Gestão) – com duração de 14 a 16 meses, o curso tem uma orientação aplicada à resolução de problemas por meio do pensamento ágil. É voltado para profissionais com até 02 anos de experiência.
O que leva brasileiros a optarem pelo INSEAD
A economista Isadora Sunderhus, 23, trabalha como analista no Citibank e optou por cursar o MIM no INSEAD porque queria um mestrado profissional que lhe abrisse as portas. “Eu levei em consideração três fatores: cultura, internacionalização da business school e reconhecimento no mercado”, explica. Segundo ela, não foi difícil escolher a instituição europeia entre outras opções.
O advogado João Madureira de Pinho, 30, que é associado em um banco de investimento, considerou fatores semelhantes. “Primeiramente, a diversidade em termos de nacionalidade, que outros MBAs no Estados Unidos e mesmo na Europa não proporcionam e, obviamente a possibilidade de concluir um MBA com a excelência e reputação de INSEAD faz com que você tenha um melhor custo de oportunidade na sua carreira em comparação com outras universidades”, destaca. O MBA do INSEAD ajudou João a fazer uma transição de carreira, tendo mudado de cidade (de São Paulo para Londres), de indústria e de função (de advocacia para Investment Banking).
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Já a trajetória da engenheira de produção Luiza Lemos (28) foi mais peculiar, a princípio. Quando ela se interessou pelo MBA, acreditava que os altos custos seriam um impeditivo e que, por não ter experiência internacional de trabalho, seria desconsiderada.
Na época, ela trabalhava como Executiva de Contas no Magazine Luiza. Somente em 2020, quando decidiu fazer uma transição de carreira e obteve nota satisfatória no GMAT, resolveu abraçar o estudo em negócios fora do país. Em relação à escola francesa, o que contou mais pontos foi a duração do programa escolhido. “Quando pensei em como financiaria o MBA, os cursos de um ano se destacaram, pois meus custos de moradia seriam reduzidos pela metade”, conta Luiza, que hoje trabalha como Associate Consultant na McKinsey.
Networking, Fontainebleau, Singapura: o dia a dia como “Inseader”
Como já dissemos, a possibilidade de estar em contato com pessoas de várias partes do mundo é um fator empolgante de estudar na instituição europeia – em que facilmente se convive com integrantes de mais de 80 países diferentes! “A maior vantagem de ser um INSEADer é o network de mais de 60mil alumni pelo mundo”, destaca Isadora Sunderhus, que se surpreendeu positivamente, também, com as experiências nos diferentes campi. “Viver em Fontainebleau [cidade francesa] perto do mesmo castelo em que Napoleão morou parece um conto de fadas, e é mesmo. Apesar de pequena, a cidade tem muito a oferecer em termos de culinária e vida social.”
Quem não fala francês também pode se beneficiar da experiência, como explica Luiza Lemos. “Todas as aulas do MBA são ensinadas em inglês e o idioma também é utilizado nas conversas com estudantes e funcionários do campus. No geral, os habitantes de Fontainebleau conseguem se comunicar em inglês pois já estão acostumados com a grande quantidade de estudantes internacionais.
As dificuldades em relação ao idioma somente aparecem quando é necessário contratar um serviço, resolver alguma burocracia, mas a comunidade do INSEAD sempre está disponível para ajudar.” A instituição, aliás, oferece curso básico de francês nos três primeiros períodos do programa. Já em Singapura, os alunos têm uma vivência distinta, por morarem em uma cidade grande, moderna, com várias opções de lazer e amplas possibilidades de conexão com outras regiões asiáticas.
Aprendizados após um dos melhores MBAs do mundo
A experiência no INSEAD fez com que Luiza Lemos aprendesse a priorizar atividades para dar conta de fazer o essencial dentro do curto espaço de tempo, além de ter flexibilidade. “Tomamos várias decisões todos os dias e é impossível ter a imagem completa do que pode acontecer.”
Em relação ao fato de ter se tornado um profissional melhor, para João Madureira de Pinho, lidar com pessoas foi determinante. “Obviamente o INSEAD forneceu os recursos para que eu tivesse uma educação financeira e de negócios, porém, mais do que isso, o aprendizado de trabalhar em projetos com pessoas que pensam diferente de você e com backgrounds distintos me ajudou muito no meu dia a dia de banking. Lidar com pessoas não é óbvio”, pontua.
Saiba mais sobre a escola francesa nesta página da instituição.