Instituto Politécnico de Worcester: engenharia com flexibilidade e fora da caixa
O currículo do Instituto Politécnico de Worcester (WPI, na sigla em inglês) já foi avaliado pelo Times Higher Education como o que mais combina pesquisa e ensino. Em média, 90% dos alunos recebem algum tipo de apoio financeiro, que totaliza 71,5 milhões de dólares na instituição inteira, segundo dados de 2015.
Ao contrário do que possa parecer, entretanto, o diferencial do WPI não está nestas avaliações que o alçaram a boas posições em rankings internacionais. A grande sacada vem do currículo flexível e multidisciplinar. “O aluno molda a própria formação na medida do possível, e faz dela a sua própria experiência”, explica o paraibano Matheus Farias, que fez um double major em Engenharia Química e Economia. Ao aplicar para universidades americanas, Matheus buscava instituições de ponta. “Desde cedo, eu via que as melhores nos rankings estavam lá. Os Estados Unidos me passavam uma ideia de excelência”, conta Matheus, que hoje trabalha na consultoria americana McKinsey.
Como funciona o currículo flexível do Instituto Politécnico de Worcester
Na prática, a flexibilidade no currículo se traduz em estudantes que encaram menos tempo em sala de aula e que se dedicam mais a projetos. “O que se destaca é o lado mais prático, porque existe um direcionamento forte ao conhecimento aplicado. Por lá, a formação era focada em impacto, em como seria possível aplicar na vida real”, detalha o brasileiro.
Para consolidar essa experiência que mescla teoria e prática, os alunos têm acesso ao Global Projects Program. Através da iniciativa, 60% dos estudantes de engenharia vão para outros países desenvolver projetos e trabalhar em institutos estrangeiros — mais do que qualquer outra universidade nos Estados Unidos. Matheus Farias, por exemplo, teve a oportunidade de estudar na Alemanha logo no segundo ano da graduação.
Quatro anos, quatro experiências diferentes
Além do programa de internacionalização forte, os alunos de engenharia do Instituto Politécnico de Worcester têm à disposição um programa que forma profissionais “fora da caixa”. No primeiro ano da graduação, todos devem integrar grupos (formados por quatro pessoas ao todo) e propor soluções para um grande problema. “São temas super abertos, como ‘resolver o problema do acesso à água potável no mundo’, e o calouro tem que pensar fora da caixa”, explica Matheus.
Já no segundo ano, chega a vez das humanidades. Dessa vez, um projeto individual que exija do aluno estudar temas em Humanidades, sem ficar preso à formação básica de engenharia. “Não vale a pena, para eles, ser um engenheiro quadradão, você tem que ser completo”, resume o brasileiro. Graças à oportunidade na Alemanha, Matheus estudou estética e design – e como esse aspecto afeta a vida das pessoas.
Ao chegar ao terceiro ano, o aluno depara-se com projetos multidisciplinares e em grupo, sempre com abordagens práticas. No último ano, é a vez do Major Qualifying Project (MQP), em que os estudantes montam grupos e desenvolvem soluções para um problema real em sua área de estudo. “Várias empresas patrocinam. Elas chegam na universidade, põem um problema na mão do aluno e pagam por isso”, diz o brasileiro. Uma vinícola pode, por exemplo, pagar para que os estudantes desenvolvam formas de otimizar o processo de produção, ou formas melhores de testar a qualidade de um vinho.
Quando sai da instituição, portanto, o aluno já possui uma formação multidisciplinar e que se volte aos desafios reais do mercado. Um bom exemplo vem da carreira em consultorias, como exemplifica Matheus. “Um consultor precisa resolver problemas reais. E isso significa quebrar o problema, analisá-lo e pensar fora da caixa”, conclui ele.
Leia também:
Como estudar engenharia fora do país