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Quer fazer intercâmbio em Londres? Brasileiros contam se vale a pena

Londres, Reino Unido

Fazer intercâmbio em Londres é uma das preferências de muitos brasileiros. Não é à toa que a capital britânica seja um dos destinos favoritos. O fato de a cidade abrigar algumas das melhores universidades do globo e ser um importante centro financeiro e cultural a torna atraente para pessoas com os mais variados perfis. Também por esta razão, a capital inglesa ocupa a terceira posição no ranking da consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS) sobre os melhores lugares do mundo para estudar, atrás apenas de Paris, na França, e Melbourne, na Austrália.

O Reino Unido tem aproximadamente 400 mil estudantes internacionais. Deste número, 110 mil  moram em Londres – mais do que qualquer outra cidade no planeta. A cada ano, dezenas de milhares de jovens mudam-se para lá em busca das universidades, escolas de negócios, institutos médicos, de arte, design e muito mais, aumentando significativamente a economia da capital. E é por causa desta população flutuante que a cidade vem se tornando a capital do ensino superior mundial.

O Estudar Fora conversou com três brasileiros que estudam em Londres para saber quais são, na opinião deles, as principais vantagens morar e estudar na cidade. Confira:

As universidades levam a sério aspectos como tradição, prestígio e a posição em que ocupam em rankings de ensino superior

 

Graduação e Pós em Londres

Maria Victoria Ferraz, 22 anos, de Curitiba. Formou-se em Relações Internacionais no King’s College London, em 2014, e faz mestrado sobre políticas educacionais na University College London.

“Quando decidi estudar em Londres, estava hesitante em ir a uma cidade tão grande. Achava que poderia ser uma complicação a mais ao mudar de país, mas nunca me arrependi da decisão. Uma das grandes vantagens de estar aqui é o contato com a cultura de vários países, dentro da faculdade e em todo o restante da cidade.

O sistema de ensino no Reino Unido é muito interessante. Tenho menos horas de aula do que estava acostumada e o tempo destinado para que o aluno estude sozinho é grande. No início, houve certo estranhamento, mas acabei aprendendo muito, pois preciso ter mais iniciativa e independência.

Além disso, as universidades levam a sério aspectos como tradição, prestígio e a posição em que ocupam em rankings de ensino superior. Por isso, as instituições britânicas sempre tentam melhorar a qualidade do ensino, e acho que conseguem. O meu curso, por exemplo, conta com professores que são trazidos de todo o mundo por serem relevantes em suas áreas de conhecimento.”

Entender os costumes e a história do país onde a língua nasceu ajuda a compreendê-la

Intercâmbio de inglês em Londres

Pedro Meletti, 26 anos, de São Paulo. Trabalhava como produtor na TV Globo antes de mudar-se para Londres, onde faz intercâmbio de inglês na escola Malvern House.

“Londres é muito próxima a São Paulo: sempre acordada, pronta para oferecer qualquer produto e serviço que você queira. Acredito que aqui é o lugar perfeito para estudar inglês, pois entender os costumes e a história do país onde a língua nasceu ajuda a compreendê-la. É também interessante aprender com o comportamento dos londrinos, como com o fato de eles serem extremamente educados e fazerem o possível para não deixar o outro desconfortável. E, como a cidade tem pessoas de todos os países, acabei aprendendo sobre outras culturas também.

Londres tem muitos lugares especiais. Quando vim para cá, trouxe um guia turístico da cidade, mas nem cheguei a abri-lo. Acho desnecessário, pois é muito fácil descobrir lugares legais e que não são necessariamente conhecidos.”

 

pedro editado

Maria Clara Figueiredo, 18 anos, do Rio de Janeiro. Concluiu o ensino médio em 2014 e está em Londres para estudar inglês na escola Eurocentres.

Definitivamente, é impossível sentir-se entediada nessa cidade

“Quando decidi estudar fora, os meus pais preferiam que eu fosse para uma cidade menor, mas eu tinha medo de me entediar facilmente e optei pelo intercâmbio em Londres. E, definitivamente, é impossível sentir-se entediada nessa cidade. Aqui tem muitos museus, galerias, parques e bairros que eu ainda quero visitar.

Eu imaginava que Londres fosse uma cidade mais antiga, com pessoas sérias e formais, mas aqui é muito moderno. Ao mesmo tempo, estou tendo a oportunidade de entrar em contato com uma cultura muito diferente. Por exemplo, fui ao evento público do aniversário da rainha Elizabeth II, em frente ao Palácio de Buckingham, e foi uma experiência incrível.

Acho que fazer intercâmbio em Londres é mais divertido. Minhas aulas são dinâmicas e o melhor de tudo é que os meus colegas vêm de todas as partes do mundo. Então, não estudo somente com brasileiros e acabo interagindo mais em inglês. Sinto que estou aprendendo mais e que o meu vocabulário está melhorando.”

 

Intercâmbio em Londres, na prática

Locomoção –  O  transporte é um ponto positivo da cidade. São mais de 400 km de metrô, o que significa que a cada 100 ou 200 metros você encontra uma estação. Locomover-se por lá é um pouco caro, mas os estudantes conseguem um cartão de desconto, pagando poucas libras por mês e tendo direito a fazer uso ilimitado. Além disso, é possível conhecer os arredores de ônibus ou trem – inclusive Cambridge e Oxford.

Clima – O tão falado clima londrino – conhecido pelas chuvas frequentes e neblinas – surpreendeu positivamente o paranaense Hernani Oliveira, que foi morar em Londres para seu doutorado na Queen Mary University of London. “Não sei se é um ano melhor em termos de temperatura, mas não está tão ruim. Peguei muitos dias de sol e poucos de chuva. Acho exagero dizer que o clima é tão ruim”. E o paraense vai além: “Comparado ao de Oxford e Cambridge, tenho a sensação de que o clima em Londres é ameno. É muito melhor do que a maior parte das cidades localizadas na mesma latitude”, explica.

Custo – A pesquisa “Student Living Index”, encomendada pelo banco NatWest, traz algumas respostas para estudantes que têm dúvidas sobre o custo de vida no Reino Unido. Os estudantes que vão fazer intercâmbio em Londres são os que mais gastam com transporte (£ 15,10 por semana), mas estão abaixo da média do Reino Unido para despesas com aluguel (aproximadamente £105 por semana, diante de uma média de £109). Hernani explica que é preciso se adaptar a um outro estilo de vida, e evitar certos luxos como ir a restaurantes, por exemplo. “Tem muitos eventos de graça que você pode aproveitar, e nada impede que você faça a sua própria comida.”

 

Por Vivian Elias

 

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