Em 2008, a pesquisadora carioca Joana Naritomi, de 32 anos, se mudou para os Estados Unidos para realizar o PhD em Political Economy and Goverments na Universidade Harvard, eleita por diversos rankings internacionais a melhor instituição de ensino superior do mundo. Durante todos esses anos no exterior, no entanto, ela nunca deixou de olhar — e estudar— o Brasil. Sua tese de doutorado, entregue em maio de 2014, analisou o Programa Nota Fiscal Paulista, do governo do Estado de São Paulo, e procurou entender como a participação dos cidadãos pode auxiliar no aumento da arrecadação tributária.
Para ela, mesmo longe, não havia outra opção possível que debruçar-se sobre questões brasileiras. “Já tem muita gente pesquisando os problemas de países desenvolvidos… O que me motiva a estudar cada vez mais é buscar soluções para os desafios do meu país, e a sonegação fiscal é um deles”, diz.
Não preciso estar fisicamente no Brasil para contribuir com seu desenvolvimento. De fora consigo ver nuances dos problemas que quem está muito perto não enxerga
Trajetória — Logo após se formar em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2004, Joana emendou um mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RIO). O desejo pelo doutorado surgiu após trabalhar no Banco Mundial, em Washington. “Eu não tinha certeza se este era o próximo passo da minha carreira, mas percebia que as pesquisas de mais fôlego no banco eram conduzidas por profissionais com PhD”, afirma. “Resolvi me aventurar e não me arrependi.”
À Harvard ela é só elogios, principalmente, à qualidade dos docentes e diversidade do corpo estudantil. A convivência com pessoas do mundo inteiro é uma das grandes vantagens de realizar a pós no exterior. “Uma de minhas amigas cruzou os Estados Unidos de bicicleta ajudando a construir casas populares; outra trabalhou no Quênia em um programa para tratamento de pessoas com HIV. Tenho amigos de vários países, do Irã à República Tcheca, e todos me ensinaram muito”, conta.
Agora, com o curso concluído, Joana já tem destino certo: foi convidada a lecionar no London School of Economics and Political Science (LSI), na Inglaterra. Espera, segundo suas próprias palavras, continuar a fazer parte da comunidade de pessoas que pensam em soluções para problemas econômicos complexos. “Não preciso estar fisicamente no Brasil para contribuir com seu desenvolvimento. De fora consigo ver nuances dos problemas que quem está muito perto não enxerga”, afirma.
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