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Larissa Guimarães: rumo à Columbia para unir jornalismo e literatura

Em 2012, a estudante brasiliense Larissa Guimarães, de 17 anos, precisava juntar dinheiro para pagar o seu application para universidades nos Estados Unidos. Resolveu, então, se inscrever em concursos literários. O resultado: ganhou o concurso literário da Bienal Brasília (2012) e o concurso “100 poemas 100 poetas”, da editora Literacidade (2013). Com o dinheiro, ajudou os pais a pagar o processo de inscrição — que envolve, entre outros itens, provas padronizadas, teste de proficiência, traduções juramentadas — e, no fim, foi aprovada na Universidade Columbia, considerada uma das melhores do mundo na área de jornalismo. “Além de tentar ganhar algum dinheiro, comecei a participar de concursos para dar um up no meu currículo. Sempre fui boa aluna, mas nunca participei de olimpíadas do conhecimento e grande parte dos aprovados nas universidades top são medalhistas. Isso me deixava bastante insegura”, conta.

A literatura permeia todos os campos da minha vida. O jeito como eu vivo é definido, em grande parte, por aquilo que leio

A insegurança passou quando ela foi aceita no processo de early decision de Columbia, em que os candidatos fazem o application em uma data antecipada e, se aprovados, se comprometem a se matricular na universidade. “É um sonho! A instituição possui um currículo obrigatório chamado Core Curriculum, com matérias baseadas em grandes obras literárias. Isso me permitirá unir as duas áreas que tanto gosto.” Mesmo com uma bolsa de estudos da universidade que cobre quase 80% da anuidade, Larissa ainda precisa de apoio para arcar com o restante da mensalidade de R$ 16 mil anuais. Ela é uma das 17 participantes do Crowdfunding Estudar Fora, uma parceria da Fundação Estudar com o site Benfeitoria para ajudar jovens de alto potencial a estudar nas melhores escolas do mundo. Assista ao vídeo dela e colabore. montagem larissa Conheça um pouco mais da Larissa na entrevista a seguir: Como é essa sua ligação com a literatura? A literatura permeia todos os campos da minha vida. Acho que ela tem essa coisa incrível de fazer pertencer. Até se tenho algum problema, procuro em livros as respostas, e acho extremamente confortante encontrar nas obras conflitos que me ajudam a racionalizar aquilo que estou sentido. O jeito como eu vivo é definido, em grande parte, por aquilo que leio. Quem são seus autores preferidos? Suas grandes inspirações?

Já ouvi várias vezes: ‘Você estuda tanto e quer fazer jornalismo? Por que não tenta direito?’ Tive que convencer os meus próprios pais da minha escolha

Entre os brasileiros, gosto muito do Zuenir Ventura [autor, entre outras obras, de “1968: O ano que não terminou” e “Chico Mendes: Crime e Castigo”]. Gostaria muito de um dia produzir grandes narrativas históricas como ele faz. Entre os internacionais, admiro muito o trabalho do jornalista uruguaio Eduardo Galeano [entre seus livros mais famosos estão “As Veias Abertas da América Latina”] e do americano Scott Fitzgerald [morto em 1940, ele é tido com um dos grande escritores norte-americanos do século XX]. Gosto também do Gay Talese [um dos maiores expoentes do chamado jornalismo literário] E por que a escolha de jornalismo? Qual a importância da área para você? A partir do contato com grandes obras literárias percebi a importância dos diferentes registros de uma sociedade. No mundo moderno, creio que o jornalismo é parte crucial deste registro. Às vezes, as pessoas não se dão conta dessa importância. Já ouvi várias vezes: “Você estuda tanto e quer fazer jornalismo? Por que não tenta direito?”. Tive que convencer os meus próprios pais da minha escolha e de que minhas ambições são muito maiores que falar na TV. Quais são suas ambições? Gostaria muito de ser uma agente transformadora na área de comunicação. Acho que, hoje, as pessoas já têm acesso a muita informação. Elas chegam cada vez mais rápido e de meios variados. Agora, elas querem experiências significativas. Por exemplo: já estamos cansados de ver a precariedade da saúde pública, pessoas esperando horas nos hospitais para serem atendidas, agora falta mostrar por que isso está acontecendo, quem são os responsáveis e como o problema vai ser solucionado. A mídia tem esse papel importante de levar a curiosidade até o público e depois saná-la. Você não acha que pode ser um empecilho estudar jornalismo em outra língua? Já pensei várias vezes nessa questão e hoje acho que será uma vantagem. Posso escrever matérias em inglês, mas também trabalhar no departamento de internacional de um jornal, por exemplo. Pelo guia acadêmico de Columbia a que tive acesso, pelo menos uma matéria por ano poderei entregar em português. apoie larrisa Conheça os outros participantes do Crowdfunding Estudar Fora: Andréia Sales rumo ao espaço Aprovado em 8 universidades dos EUA, estudante sonha em fundar faculdade Danilo Herrera: em Middlebury College para mudar o cinema brasileiro Estudante do interior de SP é disputado por cinco universidades dos EUA Larissa Gama: equitação, ballet e aprovações em 4 universidades dos EUA Luiz Fernando, ex-aluno da rede pública, vai cursar engenharia nos EUA Matheus Mansour: um jovem cientista rumo à graduação na Finlândia Renan Kuntz: da rede pública para a Universidade de Tulsa, nos EUA Estudante ‘especialista’ em ONU vai para a universidade de Bill Clinton Estudante que programa desde os 11 anos vai estudar em Columbia Pedro Paulo: 1º lugar em medicina e aprovações em 4 universidades dos EUA

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