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Quero fazer um LL.M. – E agora?

homem escrevendo em folha em branco com mapa mundi ao fundo

Por Claudio Rechden Olá pessoal! Espero que todo mundo tenha tido um ótimo carnaval. Aqui em Washington o inverno continua castigando. Mas com as festas aí e – espero – o inverno para trás aqui, vamos focar nos seus planos de fazer um LL.M. com sucesso. Vou começar a entrar mais a fundo no que chamo de “processo do LL.M.”, ou seja, o antes, durante, e o depois do LL.M. em termos de estratégia. Acho que um ponto importante na sua estratégia é olhar o LL.M. como uma base, uma plataforma para você atingir um objetivo profissional (ou pessoal), seja trabalhar em um grande escritório brasileiro ou estrangeiro, seja dar aula no Brasil ou fora, seja trabalhar numa multinacional ou organismo internacional, seja o que você quiser. O ponto que quero fazer aqui é que o objetivo, do meu ponto de vista, não é o LL.M., e sim o que o LL.M. pode proporcionar para você para chegar onde você quer. Muitos dos meus “mentees” perguntam “como entrar no LL.M.?”, talvez influenciados pela nossa cultura de vestibular, onde o objetivo é passar, esquecendo-se do que acontecerá do outro lado. Hoje vou focar no ANTES. Três variáveis objetivas nesta fase: onde fazer o curso, qual a especialização, e o processo de admissão. Onde fazer o curso? Onde fazer o LL.M. normalmente é uma função de onde você quer ir e onde você conseguiu entrar. Localidade é importante se você quer expandir sua rede profissional ou procurar emprego pós-LL.M. Universidades localizadas em grandes cidades permitem a você ter reuniões, cafés, almoços, happy hours face to face com profissionais da sua área de interesse, ou participar de seminários e conferências com profissionais da sua área de especialização ou interesse. Por outro lado, se você já vai com um estágio pós-LL.M. acertado (normalmente entre o escritório que você trabalha no Brasil e um escritório estrangeiro), pode ser que localidade não seja crucial para você. Qual especialização escolher? Em relação à especializações, atualmente há muitas opções de LL.M. (societário, tributário, regulatório de valores mobiliários, direito internacional, estudos gerais, etc.), portanto é importante olhar os tipos de currículos disponíveis nas diversas universidades, além do ranking que tende a ser a primeira e talvez principal fonte para seleção do curso. Neste ponto é também importante considerar o número de créditos e a possibilidade de apresentar um “paper” que pode ser aceito pelo MEC no Brasil para reconhecimento do mestrado (se você pretende dar aula no Brasil, por exemplo). Falaremos sobre currículo também quando abordarei o “durante” do curso e a importância de selecionar seus cursos cuidadosamente. O processo de admissão O seu pacote de candidatura ou application ao LL.M. deve ter a sua cara, e trazer não só o seu lado acadêmico e profissional, mas também aspectos pessoais – atividades que diferenciam você, que mostram liderança (dentro e fora da sua vida profissional), que mostram que você é uma pessoa interessante além de inteligente e bom advogado(a), que tem potencial de crescimento (e assim manter ou elevar o conceito da universidade após você concluir o curso), e porque você é um bom candidato. Estas características devem ser consistentes e constantes nos seus personal statements, cartas de recomendação, e entrevistas (quando aplicáveis). Como sugestão, escreva as 10 coisas que você acredita diferenciam você, e o porquê. Deixe a lista sedimentar por alguns dias e volte a ela. Convença-se e entenda suas qualidades e porque elas são interessantes para uma universidade ou futuro empregador. Com o tempo as mesmas vão estar na ponta da língua e será mais fácil criar um contexto quando você tiver que escrever sobre si mesmo em um statement, responder a uma pergunta sobre você em uma entrevista, ou nos 2 minutos que você vai ter com um possível empregador em alguma conferência ou coquetel. Enfim, o “antes” é o começo da sua caminhada estratégica ao seu objetivo, que repito (pelo menos ao meu ver) não deve ser o LL.M. por si só. Este processo inicia-se não só ao olhar rankings e fazer os pacotes de candidatura, mas sim ao entender o porquê você quer fazer o LL.M., aonde você quer chegar no médio e longo prazo, e o que diferencia você não só na parte acadêmica e profissional, mas também na parte pessoal. Até a próxima! _____________________________________________________________________ Claudio Rechden – Colunista sobre a experiência de cursar um L.L.M nos EUA ClaudioClaudio Rechden é colunista do Estudar Fora, cursou direito na PUC do Rio Grande do Sul e fez LL.M. em Georgetown, nos Estados Unidos. Desde 2004 trabalha no International Finance Corporation em Washington, dando suporte legal em reestruturações financeiras e novos investimentos do IFC ao redor do mundo. Acreditando que a educação é a base do desenvolvimento pessoal e avanço profissional, Claudio também dedica-se à formação de bacharelandos e mestrandos em Direito como professor adjunto, antes em Stanford e agora em Georgetown. Claudio também é mentor para alunos e ex-alunos de Georgetown. Com suas colunas no Estudar Fora espera atrair o maior número possível de talentos brasileiros para as melhores faculdades de Direito nos EUA.

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