O casal Denis Botini e Thais Monteiro trabalhava em grandes instituições financeiras no Brasil quando decidiu, em 2010, cursar o International MBA da IE Business School, em Madri (Espanha).
Denis cursou o IMBA em inglês, Thais optou pelo espanhol. As escolhas distintas naturalmente já os colocariam em salas separadas durante todo o programa, embora essa seja uma condição estratégica imposta pela escola sempre que um casal é aprovado no processo de seleção. O motivo: maximizar os ganhos dos alunos.
“Temos o cuidado de não permitir que casais estudem nas mesmas turmas, porque isso limitaria o networking e poderia levá-los à zona de conforto. Dessa maneira, dobramos os ganhos do casal em termos de rede de contatos e de interação com outras culturas e inovações”, explica Daniela Mendez, Country Manager da IE para o Brasil. A escola é uma das poucas posicionadas entre as melhores do mundo a manter um escritório no país para realizar os processos de admissão e dar suporte à comunidade de ex-alunos, que em 2015 superou o número de 500 pessoas.
“Estar separado é bom. A troca de experiências, culturas diferentes e adaptação a outros backgrounds é importantíssima para a carreira. No fim do dia temos muitas histórias para compartilhar; além disso acredito que enfrentar novas situações também nos deixa mais maleáveis na relação”, aponta Thais Monteiro, hoje Superintendente de Planejamento Financeiro no Citibank do Brasil. “É um treino de vida conjugal. Ir nessas condições é 100% recomendável, desde que a relação seja sólida”, conta o marido Denis, que também trabalha no Citibank, na área de Crédito.
Outros cuidados… fora de sala
Além da intensa rotina de estudos, os primeiros dias também demandam preocupações pessoais. “Procurar moradia em um país diferente não é fácil. Depois de cinco dias bastante corridos trocamos as diárias no hotel por um ótimo espaço, próximo à escola”, revela Vagner Paes, Gerente de Marketing na Pepsico, que em 2012 viajou recém-casado com Tatiana Pereira, para Madri.
No caso de Tatiana e Vagner, a formação acadêmica distinta ajudou nos estudos. “Houve muita troca na preparação para as aulas. Discutimos muitos cases de empresas e sempre aparecia um ângulo diferente para complementar um problema ou solução”, diz ele. Para Tatiana, hoje Gerente de RH da Samsung, a experiência fortaleceu a relação: “Tínhamos os mesmos objetivos: aumentar o networking e crescer profissionalmente. Mas ir juntos resultou em um enorme desenvolvimento pessoal e profissional”.
Daniela Mendez ainda comenta que esta não é uma tendência apenas brasileira e que há casais de diferentes nacionalidades cursando o International MBA na IE. “Viver isso em casal, embora cada um tenha sua própria classe e networking, permite que ambos cresçam juntos e compartilhem a mesma experiência”, completa.
A escola espanhola hoje abriga mais de 100 nacionalidades em seu campus. Segundo Daniela, o executivo que busca esse tipo de programa tem em média 29 anos, no mínimo cinco anos de experiência profissional e almeja crescer dentro da sua empresa ou empreender.
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