O MASP em São Paulo, o Museu Louvre em Paris, o templo de Angkor Wat no Camboja, o Kremlin em Moscou. Todos esses são exemplos de como a arquitetura e o design são aspectos definidores das culturas locais. E fazer um mestrado em arquitetura no exterior é uma maneira de ter contato com esses aspectos de outros países.
Há diversas opções de cursos, desde programas focados em design de interiores até outros mais focados em urbanismo. E além dos pontos positivos da experiência internacional, há alguns complicadores de um mestrado em arquitetura no exterior que também merecem a sua atenção.
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Por isso, para marcar o Dia Mundial da Arquitetura (comemorado em 1 de julho para celebrar a fundação da União Internacional de Arquitetos), falamos a seguir sobre o mestrado de arquitetura no exterior, mencionando os pontos positivos e negativos da experiência. Confira:
Aprendendo com o espaço
Maria Augusta Louro, Fundadora do escritório de Arquitetura e Design de Interiores Guta Louro Designs, se formou em Arquitetura e Urbanismo pela FAAP em 2014. Mais tarde, fez mestrado na New York School of Interior Design (NYSID); escolheu a NSID após pesquisar 12 escolas diferentes nos EUA.
Um dos fatores que pesou nessa escolha foi justamente a localização. “A paisagem de Nova York serve de inspiração para qualquer um – andar pelas ruas já é uma aula por si só”, comenta. Além disso, um dos professores levava os alunos mensalmente a uma nova exposição, museu ou galeria de arte para mostrar os elementos arquitetônicos estudados ao longo do semestre.
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O encontro com essas paisagens, bem como a experiência de estar em outro país, deram a ela uma experiência que ela considera que não poderia ter tido fazendo um mestrado no Brasil. “Tudo ao seu redor te influencia e ajusta a forma como você vê as coisas, pensa, cria expectiativas e se dedica”, considera.
Mercado de trabalho
Maria Augusta considera também que o contato com o mercado de trabalho em Nova York ajudou a formar a profissional que ela é hoje. “Aqui, projetos de reforma não são iniciados sem todos os desenhos detalhados e aprovados pelos departamentos necessários”, diz. De modo geral, ela enxerga que o mercado brasileiro pode aprender com o exterior “na parte de administração de projetos e gerência do relacionamento com clientes, profissionais, parceiros e prazos”.
A experiência internacional também colocou a designer em contato com uma cultura diferente, o que ela acredita que é um diferencial importante na formação de um profissional de sua área. “O arquiteto e o designer precisam compreender as pessoas para conseguir desenvolver o lar delas, eles precisam ter acesso a coisas distintas para criar novas soluções, eles precisam ter cultura para ter argumentos. Viajar, para um arquiteto ou designer, é um investimento”, opina.
Vale a pena fazer um mestrado em arquitetura no exterior?
Para Maria Augusta, sair do Brasil também fez com que ela valorizasse mais alguns dos recursos do país. “Estudar [em Nova York] me fez reconhecer que nossas escolas são excelentes e temos professores qualificados que não deixam a desejar”, conta. Ao mesmo tempo, ela afirma que não poderia ter tido o mesmo aprendizado caso tivesse3 permanecido no Brasil, pois “o contato com as experiências fora do seu habitat comum é o que o auxiliará a se diferenciar e o fará crescer de uma forma mais bonita e única”.
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No entanto, há alguns pontos do mestrado em arquitetura no exterior que merecem atenção: por exemplo, a validação do diploma. “Estudar arquitetura fora deve ser muito bem avaliado, pois o seu diploma não será valido no Brasil caso queira retornar”, diz Maria Augusta. “Design de interiores tem um pouco mais de flexibilidade com relação a trabalho e não deve haver nenhum conflito significativo que não seja adaptável”, complementa.
Para quem pretende ter a experiência mesmo assim, ela recomenda que “faça valer ao máximo”. “Viaje sempre que possível, não durma até tarde todo final de semana, não fique só em festas. Visite museus, se esforce para conhecer pessoas, se inscreva em classes fora da escola, encontre hobbies, participe de eventos abertos em parques”, sugere.