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Como o mestrado no Canadá ajudou brasileira formada em Relações Internacionais a estagiar na sede da ONU

A internacionalista Julia Djaia estava no segundo ano da graduação em Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC) quando resolveu dar uma pausa, por um ano, para passar uma temporada em Montreal, no Canadá. A experiência de imersão na língua francesa (com que já tinha contato) somada à vontade de conviver com diferentes culturas e backgrounds em uma cidade grande a levou a optar pela cidade da província de Quebec. 

Na primeira vez em que esteve por lá, matriculou-se em uma universidade de língua inglesa, em cursos livres de bacharelado em economia. Voltou ao Brasil, terminou a faculdade e resolveu fazer mestrado na Universidade de Montréal. A bagagem cultural a levou a fazer um estágio na Organização das Nações Unidas como estagiária de comunicações. 

Ao Estudar Fora, a brasileira e mestra pela UdeM contou como foram essas experiências. Confira!

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Por que estudar Relações Internacionais na Universidade de Montréal

Depois de ficar em dúvida entre voltar para Montréal ou estudar em Paris, as posições nos rankings internacionais de excelência impulsionaram a escolha de Julia pela UdeM. Além disso, o fato de se tratar de uma universidade francófona, que lhe traria a oportunidade de praticar a língua francesa no ambiente acadêmico mesmo distante da França, também foi decisivo.

E não é para menos: fundada em 1878, a instituição é hoje a maior universidade no Québec e a segunda maior no Canadá. Além disso, é considerada a melhor universidade de língua francesa do mundo. Com mais de 67 mil estudantes, cerca de 10 mil desses alunos são estrangeiros, o que a torna uma das instituições de ensino superior mais internacionalizadas do país norte-americano.

Já o curso de Relações Internacionais foi escolhido a partir da flexibilidade que proporciona. “Escolhi o programa porque tinha uma grade bastante diversa e flexível, o que me daria autonomia para explorar as mais diferentes disciplinas.” Inicialmente, ela optou pelo mestrado acadêmico (com uma dissertação) em vez do profissional (com um estágio), mas, depois, descobriu que também poderia estagiar se estivesse inscrita no mestrado acadêmico – e acabou fazendo ambos.

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Contribuições do mestrado no Canadá

As maiores contribuições do mestrado para a vida profissional da internacionalista – para além das disciplinas ou da dissertação – foi a compreensão das diferenças culturais e da forma de pensar do Québec.

Fazer mestrado no Canadá também acabou levando Julia a ingressar no mercado de trabalho internacional. “Em geral, as minhas graduações na UFABC foram muito completas e me deram uma base teórica bastante sólida para o mestrado, enquanto a UdeM me trouxe possibilidades de colocar em prática habilidades interpessoais e de compreender o ponto de vista de pessoas com vivências completamente diferentes das minhas”, afirma.

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A enriquecedora experiência de estágio na Organização das Nações Unidas

Se, por um lado, o mestrado acadêmico foi a maneira que Julia encontrou de alimentar sua curiosidade, a veia analítica e o interesse por pesquisa, por outro, a brasileira queria saber como seria estagiar em uma instituição canadense para explorar os horizontes do mercado de trabalho do país norte-americano. Por isso, aplicou para alguns estágios de verão no Québec e para algumas agências da ONU em diferentes regiões, além de departamentos do secretariado da Organização em Nova York. Foi aceita por duas agências e pelo DGC (Departamento de Comunicações Globais) e escolheu ir para a Big Apple. 

Trabalhar na sede do órgão possibilitou uma vivência mais profunda do dia a dia da ONU, já que o headquarter não sedia apenas diferentes departamentos e agências, mas também as missões de cada país. A experiência, nas palavras de Julia, foi “enriquecedora em todos os aspectos” – e ela explica alguns fatores que tornaram a jornada tão rica:

“Minha equipe era multicultural e minha supervisora era incrível. Ela me incentivava a explorar as diferentes discussões e reuniões que estavam acontecendo. Todos os funcionários com quem tive contato, do meu departamento e mesmo de outras agências, ou delegados nas missões de cada país, sempre foram muito acolhedores e prontos a tirar dúvidas e explicar suas funções e discussões recentes.” Para a internacionalista, além do crescimento profissional, as trocas com as pessoas que conheceu foram valiosas.

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Dicas para brasileiros que querem estagiar ou trabalhar na ONU

Refletindo sobre sua própria vivência, mas também sobre a de colegas que estagiaram tanto em agências quanto em missões de diferentes países, Julia acredita que o período ideal para estagiar na Organização das Nações Unidas seja durante o mestrado. “Vi raros casos de estudantes da graduação que estavam estagiando lá e, geralmente, eram contratados das missões de seus respectivos países.

Durante meu período trabalhando no secretariado, a missão do Brasil junto à ONU não tinha vagas abertas para estagiários”, explica a internacionalista. “Acredito que seja muito interessante trabalhar para a organização, uma vez que você está constantemente em contato com outras culturas e imerso no sistema da organização, enquanto os estagiários das missões trabalham mais frequentemente com compatriotas e ficam menos tempo no headquarter, já que trabalham no escritório das missões e geralmente estão focados em uma ou duas agendas específicas.”

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Além do melhor período para a prática, Julia deixa outras dicas importantes: fazer trabalho voluntário, desenvolver habilidades interpessoais e buscar vagas que tenham mais aderência com seu perfil e com aquilo que deseja explorar. “Vi muitos colegas desmotivados em seus setores por serem áreas completamente diferentes daquelas que eles gostariam de atuar”, pontua.

Outro conselho é estender o maior tempo possível no estágio. “Meu contrato inicial era de quatro meses, mas tanto minha chefe como eu gostaríamos de ampliar meu período na vaga, e o contrato foi estendido por mais dois, já que seis meses são o período máximo para um contrato de estágio na ONU.” Ela finaliza reforçando que trata-se de apenas meio ano de uma grande oportunidade; portanto, o melhor que se pode fazer é aproveitar ao máximo o tempo lá dentro.

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