Quando contamos à família e aos amigos sobre nosso plano de fazer um intercâmbio, é normal ouvir alguns alertas bem-intencionados como: “mas você vai atrasar a graduação?” ou “na sua idade, é melhor conseguir um estágio!”. Não é raro que estes mitos sobre intercâmbio façam com que até mesmo o próprio estudante acabe se desencorajando por acreditar que “é muito difícil” ou que “não vale a pena”.
A verdade é que, embora a cada ano mais e mais brasileiros abracem a experiência de estudar fora, ainda há muito desconhecimento sobre como é a vida e o estudo em outros países. Muitos estudantes acreditam que não há espaço para estudar fora na sua área, ou que “gastarão tempo demais” passando uma temporada no exterior. A realidade, porém, prova justamente o contrário.
Confira abaixo algumas frases que quem estudou fora (ou está planejando) com certeza já ouviu e por que elas não passam de mitos sobre intercâmbio, alimentados pela falta de informação.
#1 É muito caro!
Muitas vezes, estudar no exterior custa o mesmo ou até menos do que é gasto com estudos aqui no Brasil. O investimento varia de acordo do tipo e da localização do programa, da duração e se é administrado por uma universidade ou por outro tipo de instituição. Diversas universidades estão comprometidas a atrair estudantes internacionais e, por isso, estabelecem parcerias, oferecem isenções de anuidades ou mesmo ajuda de custo para os estudantes estrangeiros mais talentosos. Descubra aqui países onde é possível estudar de graça, ou quase.
#2 Bolsa? Ninguém consegue bolsa!
Há, literalmente, milhares de oportunidades de bolsas que são concedidas por mérito, necessidade financeira ou mesmo conhecimentos específicos. A maior parte das universidades possuem uma estrutura muito simples de candidatura, e nos sites é possível encontrar facilmente o número de vagas, prazos e pré-requisitos para cada oportunidade. Além disso, diversas instituições públicas e privadas também oferecem bolsas para atrair estudantes talentosos para os seus países. É o caso da Schwarzman Scholars, que oferece bolsas para a China; Fullbright, para os Estados Unidos, e Chevening, para o Reino Unido. Saiba mais com o especial do Estudar Fora sobre bolsas de estudo no exterior!
#3 Você não fala outra língua, como pode ir?
Há uma variedade de programas que não requerem domínio da língua em que são ministrados e oferecem cursos de aperfeiçoamento no idioma antes do início do curso. A verdade é que quanto mais fluência o estudante tiver antes de ir, mais imerso ficará uma vez no país de destino – mas isso não quer dizer que o desenvolvimento não seja exponencial uma vez que se está lá. Pense na oportunidade de aprender ou se aperfeiçoar em um novo idioma estando em contato direto e intensivo com ele!
Mesmo assim, se você não quiser passar aperto em um país de língua estrangeira, há diversas parcerias entre universidades brasileiras e portuguesas, e algumas universidades portuguesas aceitam resultados do ENEM para o seu processo seletivo. Além disso, abra sua cabeça para outras opções menos tradicionais, como Macau, na China, ou Moçambique, na África. Serão experiências culturais riquíssimas, mesmo sem o aprendizado de um novo idioma.
#4 É só diversão, ninguém estuda!
Muita gente pensa que, estando no exterior, ficar em sala de aula ou em estudando em uma biblioteca é perda de tempo. O que as pessoas se esquecem é que estudar fora é, de fato, estudar fora. Você será avaliado da mesma forma e conseguirá créditos que aproveitará para o seu curso e aprendizados que levará para a carreira. Por isso, é preciso muita dedicação.
Apenas colocar “intercâmbio” no currículo não vai fazer nenhuma diferença no seu futuro profissional: os estudantes devem mostrar o quanto aprenderam e cresceram com a experiência. Os recrutadores vão querer saber o que o candidato fez enquanto esteve fora e como estas experiências poderão ser trazidas para o seu trabalho na empresa. E aí… quem só festou, dança.
#5 Fazer um mochilão oferece a mesma experiência
A diferença na experiência entre quem viaja por diversos países e quem estuda no exterior é gigantesca. Para quem está estudando fora, a possibilidade de viajar e conhecer novos lugares é um “plus”, mas não se compara ao verdadeiro propósito da experiência, que é aprofundar-se em um ou vários assuntos e viver de forma imersa em uma nova cultura. Assistir a aulas com outros estudantes, entender novos modelos de ensino e aprendizagem, dominar trejeitos e gírias da língua através do contato com seus amigos locais oferecerão um conhecimento muito maior da cultura do país de destino. Ao invés de mudar de cidade a cada fim de semana, ou até menos, os estudantes poderão explorar a comunidade local e aproveitar o seu tempo para conhecer a vizinhança – o que é muito mais do que apenas ver os pontos turísticos. Assim, quem vai para estudar aprende mais sobre si mesmo e sobre o mundo.
#6 Você vai atrasar sua graduação!
Com planejamento, é possível garantir que todos os créditos cursados durante o intercâmbio sejam aproveitados pela sua universidade de origem. Para quem, por outro lado, deseja estudar outras disciplinas ou aperfeiçoar-se em algum idioma, pesquisas indicam que quem estuda fora retorna com interesse revigorado pelos estudos. Assim, alguns estudantes que passam seis meses ou um ano estudando no exterior retornam para se formar em menos tempo que o previsto, devido a um ritmo mais acelerado de estudos que desenvolveram lá fora.
E, se for necessário postergar a formatura por alguns meses para “fazer caber” um período no exterior, o que você ganhará com a experiência vai superar e muito o que você pensa que está sacrificando. Além disso, é quase desnecessário reforçar o quanto os empregadores desejam pessoas que consigam trabalhar em ambientes culturalmente diversos e falar outras línguas. Estudar fora é uma das melhores formas de desenvolver estas habilidades.
#7 Na sua área não há necessidade
Não há nenhum assunto que não possa ser estudado por uma perspectiva global. Por isso, qualquer que seja a sua área, é possível tirar proveito da experiência internacional. Historicamente, a maior parte dos programas é voltado para as humanas, mas atualmente apenas 11% dos estudantes que vão para o exterior são desta área. Devido a avanços tecnológicos, há cada vez mais oferta de programas (e de bolsas!) para as ciências exatas e mesmo biológicas, muitas vezes com foco em pesquisa e inovação.
#8 É mais fácil ir depois que você já estiver trabalhando
Isso é fácil dizer. Porém, na realidade, uma vez imerso em um trabalho e nas responsabilidades que ele traz, é muito difícil conseguir desvencilhar-se delas por um longo período de tempo. Talvez você tenha não consiga tirar férias prolongadas do seu emprego, ou terá que adiar sempre “para o próximo ano” devido àquela perspectiva de promoção… De repente, você terá assumido outros compromissos, como carro, cartão de crédito, família e será difícil demais tirar um período sabático não-remunerado. Além disso, viajar como turista é uma experiência muito diferente de viver como parte de uma cultura estrangeira – como turista, você será sempre visto como alguém de fora.
Talvez estudar fora não seja para você e, se este é o caso, tudo bem. Mas se você está dizendo “não” para a experiência devido a estes mitos sobre intercâmbio, repense sua decisão. Procure informar-se mais a fundo sobre as causas dos seus medos – aqui, no Estudar Fora, possuímos diversos especiais que oferecem guias prático e, ainda assim, amplos sobre as decisões que quem deseja estudar fora deve tomar.
Os programas são diferentes entre si, e informar-se é a melhor maneira de decidir, de se preparar e de aproveitar ao máximo a experiência – enquanto estiver lá e também depois que retornar.
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