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“No Summer School descobri minha vocação empreendedora”

curso de verão

Por Beatriz Montesanti

Existem graduações inteiras e inúmeras especializações dedicadas a formar grandes empreendedores, mas foi em um curso de apenas 35 dias que Roger Koeppl encontrou sua vocação.

Em 2013, ele se inscreveu para o Summer School de Babson College, pequena escola de Massachusetts reconhecida por incentivar o empreendedorismo nas mais diversas áreas. “Eles procuram empreendedores, independentemente da área ou do que querem fazer. Não te ensinam a empreender numa start up, mas em algo global, grandioso”, conta Roger.

Segundo ele, em Babson é utilizada uma “fórmula mágica” – uma metodologia desenvolvida especialmente para ensinar os alunos a pensar de forma empreendedora: “Primeiro divergimos com um brainstorm, para capturar o maior número possível de ideias. Então convergimos para as que fazem mais sentido e assim sucessivamente, até chegar nas melhores”.

Descobri que na verdade sempre fui um empreendedor, mas sendo funcionário. Sempre questionei, propus soluções novas

Esse modelo, utilizado para construir as maiores empresas do mundo, foi a solução encontrada para resolver os maiores problemas do mundo no curso Global Leadership Development Experience (GLDE), que Roger atendeu naquele verão americano.

Nele, dez estudantes de formações e países diversos – como Togo, México, Gana, Alemanha, Estados Unidos e Brasil – se reuniram para desenvolver seus projetos de impacto social. No caso de Roger, um programa de ensino de informática para áreas remotas: “Projetamos um ônibus capacitado com tecnologia, como internet via satélite, que levaria essa educação para lugares em que ela não chega.”

Roger descobriu o GLDE ao fazer uma busca pela internet de cursos voltados para empreendedorismo social. Para ser selecionado, respondeu a três questionários diferentes e passou por uma série de entrevistas via Skype. “Não é um curso tradicional de Babson, então procuravam por pessoas com um perfil bem específico. Eram poucos participantes e todos queriam pegar esse conhecimento e por em prática. Todos que foram já tinham algum projeto”, explica.

Durante o curso, os estudantes podiam desfrutar de um campus vazio, já que era período de férias, além de ter boa parte do corpo docente inteiramente à disposição. “São pessoas que vieram do mercado e têm um viés acadêmico forte. Um dos meus professores, por exemplo, era fundador da Staples e falou com a gente com a propriedade que nenhum professor teria. Quando colocávamos questões do nosso dia a dia, parecia que eles sabiam mais de nossos países do que nós mesmos”, lembra.

“Demorei para reconhecer o meu espírito empreendedor”

Roger nasceu em São Paulo e começou a trabalhar logo cedo, com 12 anos. Aos 15, já estava na engrenagem do mercado. Ao longo da vida, trabalhou como coordenador de projetos em grandes empresas, como a JBS. Em 2010, durante um trabalho voluntário, teve contato com a experiência de catadores de lixo e ficou com a questão na cabeça. “É um setor muito deficitário, não tinha organização, processo… Minha lógica foi: preciso ajudar de alguma forma. Decidi então que montaria uma cooperativa, a YouGreen.”

Surgiu então o que Roger chama de “o grande drama do empreendedor”: “Eu era funcionário e fui tentar empreender. São dois mundos muito diferentes – apanhei muito no começo e tinha até  preconceito com o termo”, comenta. Foi só em Babson que ele entendeu que aquele era realmente o seu perfil.

Para ele, assumir o seu espírito empreendedor o colocou numa posição muito mais tranquila. “É quase como um encontro. Descobri que na verdade sempre fui um empreendedor, mas sendo funcionário. Sempre questionei, propus soluções novas. E esse encontro aconteceu em Babson, pela repetição. De tanto ouvir, entender esse perfil, voltei falando: ‘é isso que sou’”.

Quando voltou ao Brasil, Roger decidiu impulsionar seu novo negócio, que até então tinha apenas um cliente. Atualmente, a cooperativa de catadores YouGreen oferece diversos serviços por São Paulo – como coleta seletiva, triagem, conscientização e logística reversa de resíduos recicláveis – e têm planos de se expandir pelo país.

“Conseguimos juntar o que tem de bom no mundo cooperativo com o que tem de melhor no corporativo e colocar isso numa proposta de valor. Hoje o sonho cresceu e pretendo espalhar esse conceito Brasil afora”, finaliza.

 

* Foto: Roger Koeppl / Crédito: YouGreen

 

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