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O curriculo Lattes é importante para quem procura por bolsas para estudar fora?

Pessoa segurando frasco de laboratório - currículo Lattes

Quem está procurando emprego normalmente monta um currículo, ou CV. Para quem está procurando por oportunidades de pesquisa, no entanto, outro recurso que muitas vezes é utilizado é o currículo Lattes, o perfil do pesquisador na plataforma de mesmo nome.

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Criada e mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), a plataforma Lattes permite que pesquisadores registrem seu histórico de estudos, pesquisas e trabalhos acadêmicos. Ela acaba funcionando como CV, perfil do LinkedIn ou até portfólio do pesquisador.

Mas para quem procura por bolsas de estudo ou pesquisa no exterior, o currículo Lattes é importante? Conversamos com dois pesquisadores que já trabalharam (ou estão trabalhando) com pesquisas no exterior para descobrir. A resposta é um pouco mais complicada do que simplesmente “sim” ou “não”. Confira!

Vale a pena ter

Luiza Teixeira-Costa, pesquisadora de pós-doutorado em botânica no Harvard University Herbaria (HUH), diz que, a princípio, ter um perfil no Lattes não importa muito quando você está procurando por bolsas fora do Brasil. “As pessoas nem sabem o que é”, comenta.

Gabriel Liguori, CEO da TissueLabs, que fez um período de seu doutorado na Universidade de Groningen, na Alemanha, concorda. “Na verdade o Lattes não vale muito fora do Brasil não”, avalia. Tanto ele como Luiza, no entanto, defendem a importância de ter um perfil na plataforma, mesmo que pretenda estudar fora.

“É uma ótima plataforma para você ir construindo seu CV e, quando precisar fazer um para o exterior, ter como referência”, diz Gabriel. Ele destaca que a plataforma permite também inserir todos os tipos de atividades profissionais. “É a plataforma de CV mais completa que eu conheço!”, afirma.

Luiza, mesmo estando fora do Brasil, também considera importante manter o seu currículo Lattes atualizado. “É uma forma de visibilidade. E eu acho que é muito colonialista da nossa parte querer ter visibilidade só fora do Brasil, e não dentro também”, complementa. Ela também conta que em muitas ocasiões precisou mandar um CV para oportunidades de bolsa, e como ela tem o hábito de manter o Lattes atualizado, “eu só copiei e colei”.https://youtu.be/YRI0H4fQ8kY

Alternativas ao currículo Lattes

Para quem procura por uma plataforma semelhante ao Lattes mas com reconhecimento internacional, há opções também. Luiza e Gabriel citam sites como o Publons, o Google Scholar e o ORCID. “Esse último é mais um registro global de pesquisadores”, comenta Gabriel.

De fato, o ORCID afirma, em seu site, que dá a cada pesquisador cadastrado um identificador único (chamado de ORCID iD). O pesquisador pode associá-lo a publicações, prêmios e outras conquistas que receber, e pode compartilhá-lo junto com suas qualificações profissionais.

Mas eles destacam o ResearchGate como a principal dentre essas redes. A plataforma conta com mais de 17 milhões de membros, segundo seu próprio site. “Funciona como uma rede social para pesquisadores. Lá você pode colocar seus trabalhos, abrir discussões em fóruns e até procurar emprego”, explica. “É como se fosse um LinkedIn, mas acadêmico”, complementa, acrescentando que a plataforma também divulga oportunidades de bolsas no exterior.

Luiza também diz já ter tido contato com essas plataformas, mas comenta que elas não têm, lá fora, exatamente o mesmo papel que o Lattes tem na comunidade científica do Brasil. “Em toda seleção de bolsas da qual eu já participei fora do Brasil, eu tive que mandar um arquivo separado com o meu CV”, conta. E, nessa hora, foi do Lattes que ela pegou os dados para colocar no documento.

Métodos diferentes

Na experiência de Luiza, o envio de CV é o método mais comum para oportunidades de bolsa no exterior. Gabriel concorda: “Acredito que quem avalia os candidatos avalia o CV que eles mandam e não fica procurando muito nessas plataformas”, diz.

Mas Luiza conta que algo muito comum que ela viu em sua experiência de pesquisa nos Estados Unidos é que pesquisadores tenham seu próprio site. “Desde o aluno que tá começando na pós-graduação, passando pelo pós-doc, pesquisador, todo mundo tem um site para divulgar a sua pesquisa”, comenta.

Em alguns casos, ela diz que esses sites são vinculados à universidade, laboratório ou instituto em que o pesquisador trabalha, mas não é regra. “Muita gente usa ferramentas tipo Wix ou até blog mesmo para fazer um site pessoal”, narra. A ideia é que o site apareça quando o nome do pesquisador for digitado em plataformas de busca como o Google.

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