O que aprendi com o processo de application para univesidades dos EUA
E aí, gente!
Hoje gostaria de compartilhar com vocês um pouco do que aprendi durante o processo de application para universidades dos Estados Unidos. De todas as etapas do processo, as redações (chamadas de essays) foram sem sombra de dúvida as mais angustiantes, pois eu tinha que contar uma história real e concreta minha que, em aproximadamente 650 palavras, mostrasse quem eu realmente sou. Tinha que ser o texto mais pessoal possível! E o que aumentou a pressão foi descobrir que a essay é a principal peça que um admission officer tem para saber quem é aquela pessoa por trás das notas e dos SATs.
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Uma dica que me ajudou bastante e que adoraria compartilhar com vocês é a seguinte: comece desde cedo a tentar colocar em palavras o que te faz único. Tente explicitar quem você é, e procure fazer isso com a maior sinceridade possível.
Quando estiverem escrevendo suas essays lembrem-se: sejam sempre muito pessoais e muito específicos. Tentem sempre se perguntar: ‘Alguém mais poderia ter escrito isso?’
O mesmo vale para os colleges que você pensa em aplicar: o que os admission officers querem ver é uma verdadeira paixão, um brilho nos olhos pela instituição. Falar do quanto a universidade é academicamente forte ou prestigiada no geral não é bom. Em vez disso, procure características muito específicas e mostre como elas têm a ver com você e suas aspirações. Veja se a universidade tem algum programa especial, algum major que você acha interessante e que só tem lá, algum professor que pesquisa numa área que você gosta, algum clube estudantil super divertido, uma nova arena esportiva que eles acabaram de construir e que te interessa, até mesmo comidas específicas, muito deliciosas do dining hall! O que eles querem ver é que você conhece a universidade para a qual está aplicando, fez a sua pesquisa, e reconhece que ela tem tudo a ver com o que você gosta e os seus planos para o futuro.
Por isso, quando estiverem escrevendo suas essays lembrem-se: sejam sempre muito pessoais e muito específicos. Tentem sempre se perguntar: “Alguém mais poderia ter escrito isso?”. Se a resposta for sim, quer dizer que ainda há trabalho a ser feito. E quando estiverem buscando colleges, pensem: “o que há nessa atmosfera estudantil que tanto me atrai?”. E assim busquem sondar exemplos concretos e específicos para atrelar o college dos seus sonhos a você, seus valores e suas aspirações.
É uma verdadeiramatch entre a sua personalidade e a do college, e a admissão para as universidades mais seletivas segue exatamente essa linha – a escolha se dá por compatibilidade entre o aluno e a universidade.
Por fim, só uma última nota: comecei a leitura de um livro chamado “The Here and Now“, escrito por Robert Cohen, que será meu futuro professor de Literatura numa matéria que escolhi e meu mentor durante o início da minha jornada acadêmica em Middlebury. É um livro brilhante que trata do desejo do homem ocidental de sair de casa em direção ao desconhecido, desejo esse que culmina na redescoberta de sua própria identidade. Não se parece um pouco com a viagem que eu e meus outros colegas aqui do Estudar Fora estamos fazendo, descobrindo novos interesses e paixões?
Espero ter ajudado um pouco! Até mais!
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Bernardo Portilho ama Filosofia, Literatura e as várias interseções entre as duas. Já deu aulas das duas disciplinas no pré-vestibular comunitário de sua escola e criou um site de compartilhamento de resumos escolares, o SYinc Study. Apaixonou-se pelos livros de Dostoiévski e agora quer aproveitar a oportunidade de estudar fora para aprender Russo e ler “Crime e Castigo” no original. Ele largou o curso de Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para estudar no Middlebury College, em Vermont, nos Estados Unidos. Com sua coluna, espera dividir a experiência de estudar em um Liberal Arts College.
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