O Graduate Management Admission Test (GMAT) é uma prova de admissão exigida por escolas de negócios nos Estados Unidos e na Europa, principalmente. Mais de 1.500 programas de MBA em mais de 80 países utilizam as notas do GMAT como uma etapa de seus processos de seleção de alunos.
O GMAT é válido também em alguns mestrados em Finanças, Políticas Públicas, Relações Internacionais, dentre outros. O exame é administrado pelo Graduate Management Admission Council e é realizado em aproximadamente 110 países.
Para ter um bom resultado no teste, o candidato que quer uma vaga em uma escola de excelência precisa se preparar. “As pessoas estudam em média entre 4 a 5 meses para chegar a uma nota competitiva. Eles chegam no teste já tendo feito vários exames simulados. A minha recomendação é nunca enfrentar esse teste de peito aberto, mesmo que você seja bom de inglês e de matemática, porque você tem que conhecer as pegadinhas e fazer a preparação”, explica o especialista Ricardo Betti.
Para se preparar, o ideal é que o aluno realize um simulado diagnóstico para avaliar o seu nível no exame e então faça um plano de estudos de acordo com os pontos que precisa melhorar. O próximo passo é buscar orientação com os consultores especializados, em cursos ou estudar sozinho com livros e sites sobre o tema. Outro passo é fazer a inscrição no site para realizar simulados e se informar mais sobre a prova.
Como funciona o GMAT
A prova, ao contrário do que a maioria acredita, não testa nenhum conhecimento específico de negócios. O que o GMAT busca é o que costuma se chamar de “inteligência mental” e a habilidade de tomar decisões sob pressão de tempo.
O GMAT é dividido em quatro seções, que somam 2 horas e 15 minutos no total:
- Quantitative Reasoning (raciocínio quantitativo): mede sua habilidade de avaliar dados e chegar a conclusões usando métodos matemáticos; 45 minutos e 21 questões
- Verbal Reasoning (raciocínio verbal): avalia sua competência para ler e entender textos diversos, avaliar materiais escritos e produzir ou editar textos no padrão gramatical inglês; 45 minutos e 23 questões.
- Data Insights: avalia habilidades de literacia em dados; 45 minutos e 20 questões.
Essas três seções têm o objetivo de medir as habilidades matemáticas, de análise de dados, verbais e de leitura e escrita analítica dos candidatos.
O que a prova avalia?
Diferente de uma prova convencional, o GMAT é uma espécie de prova “interativa”. Como é realizada em um formato de Computer Adaptive Test (CAT), o teste permite que o nível das questões seja diferente dependendo do desempenho do candidato. Isso é, se você começa bem a prova, começam a vir questões mais complexas, que valem mais pontos. A progressão é gradativa pelas quatro seções do exame.
Como é a pontuação do GMAT?
As notas do GMAT variam de 200 a 805 pontos; a nota média geral é 546. A pontuação total no GMAT é baseada no seu desempenho em todas as três seções do exame, sendo que cada seção tendo o mesmo peso. A pontuação também é válida por cinco anos, o que significa que você pode utilizar a pontuação do teste nos cinco anos seguintes para entrar em um MBA.
Há uma penalidade por não completar cada seção do exame. Se você não terminar no tempo determinado, sua pontuação será penalizada, refletindo o número de questões não respondidas.
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O score bruto diz pouco sobre as suas chances de ser admitido. Para analisar se a sua nota no exame é competitiva ou não, você deve se informar sobre qual é a média e qual é o range em geral dos candidatos à universidade em que pretende ingressar. A média é a soma das notas de todos os candidatos, dividido pelo número total de candidatos. Já para calcular o range, são excluídas as dez maiores notas e as dez menores notas, e é feito o cálculo da média dos candidatos que não estão entre os dez melhores, nem entre os dez piores.
Para a sua nota ser competitiva, ela deve estar pelo menos dentro desse intervalo do range. Mas lembre que a nota no GMAT não é decisiva, pois o processo envolve outras etapas.
Como fazer a prova?
A prova custa 250 dólares para fazer em um centro habilitado e 275 para fazer em casa. Saiba mais aqui. Você não pode fazer mais do que cinco testes no período de 12 meses. No Brasil, existem alguns centros de aplicação: confira AQUI onde fazer a prova.
Um ponto importante de ter em mente é que é normal um aluno internacional realizar a prova mais de uma vez. Ao contrário do que foi feito no passado, após a adoção do formato adaptativo em 1998, as faculdades não mais fazem a média das provas do candidato (quando este realiza mais que uma). Desde então, elas consideram apenas a sua maior nota para o processo de seleção, seja ela a primeira, a segunda ou terceira – não importa. Por isso, ao fazer o exame mais de uma vez, você só tem chances de melhorar.
4 dicas essenciais para se preparar para o GMAT
#1 Veja quais são as instituições que interessam mais
Definir um objetivo claro vai te ajudar a planejar tudo. Com uma busca simples, você consegue verificar a pontuação necessária para assegurar um lugar na instituição de interesse.
Em termos práticos, essa escolha vai te ajudar na hora de identificar as cinco universidades às quais você pretende enviar seus resultados – um serviço já incluso no preço do GMAT. Com a definição em mãos, também fica mais fácil avaliar o quão intenso deve ser o cronograma de estudos para a prova.
#2 Faça um plano (honesto) de estudos
Assim como um vestibular disputado, o GMAT exige treino, prática nas questões. Justamente por isso, o ideal é não deixar para a última hora, nem fazer a prova sem preparo algum.
Com base nas instituições que você já elegeu como foco, é só esquematizar quantas horas por dia ou por semana é possível se dedicar ao GMAT. Correr atrás de universidades que estão entre as melhor avaliadas exige mais esforço e uma rotina de estudos mais intensa, distribuída pelo tempo disponível até o teste.
#3 Separe os materiais de apoio
Já dá para listar, logo de cara: os simulados gratuitos oferecidos pela instituição que elabora o teste, o Graduate Management Admission Council (GMAC). Com o recurso das provas à disposição, e dependendo do seu orçamento disponível, vale investir em livros preparatórios.
Alguns livros publicados fora, como o Kaplan Prep Test serviriam para complementar o aporte teórico para o GMAT, e são, inclusive, usados por consultorias como a FK Partners. Com estes materiais em mãos, divida-os por áreas e planeje o tempo que vai dedicar a cada um. Sabe aquela seção de matemática que você não teve na graduação? Separe um tempinho extra para ela.
#4 Foque nas áreas mais problemáticas
De modo geral, as equipes que preparam brasileiros para o GMAT apontam as partes do exame que exigem mais de textos e gramática como mais complicadas. Não porque o nível dessa parcela da prova destoe das demais, mas porque a barreira idiomática ainda existe. Dentro da parte verbal do teste, o que gera mais dúvidas nos brasileiros é a de correção de frases. Algumas das regras mais complexas da língua inglesa podem ser bem difíceis de dominar.