Uma das opções de intercâmbio que venham ganhando mais entusiastas é o Work & Study, em que o estudante tem o direito de estudar inglês e trabalhar no país de destino. Hoje 40% das agências brasileiras trabalham com programas de trabalho. “Geralmente nesses países os empregos são sempre em serviços: hotéis, restaurantes e bares”, diz Thiago España, diretor-geral da agência World Study. “É uma experiência interessante, mas recomendamos que os estudantes busquem emprego a partir do segundo mês de aulas.”
Quem tem o objetivo de juntar dinheiro e deixar os estudos um pouco de lado, cuidado! As escolas cumprem à risca o contrato e cuidam para que o aluno mantenha um bom nível de presença e resultados nos estudos.
Veja as regras para quem quer estudar inglês e trabalhar em diferentes países:
Austrália
É permitido trabalhar só depois do início do curso, mas entre todos os destinos é onde o estudante pode trabalhar por mais tempo: são 40 horas semanais durante as aulas e um número ilimitado de horas nas férias. “Sidney já está ficando saturada”, diz España. “Hoje vemos muita gente indo para Perth, no outro lado da ilha.” O visto deve ser pedido antes da chegada ao país. O governo australiano permite a mudança de um visto de turista para o de estudante.
África do Sul
A África do Sul é o destino para quem está interessado em trabalho social. “Há também trabalho no setor de serviços, mas neste caso a concorrência é muito mais alta se comparado a países mais desenvolvidos”, diz Neila Chammas, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta) e da agência ETC. O visto deve ser pedido antes de chegar ao país. Não é permitido entrar com visto de turista para depois mudar para o de estudante. O resultado demora seis semanas para chegar. Com ele, é possível trabalhar 20 horas semanais no período do curso e em tempo integral durante as férias. O destino mais procurado é a Cidade do Cabo.
Canadá
É permitido trabalhar se a estadia mínima for de 6 meses. Geralmente as escolas ajudam o aluno a encontrar emprego, agendam entrevistas e fazem todo o processo. Para o visto é preciso ter a carta de aceitação da escola ou universidade, passaporte e duas fotos recentes, prova de apoio financeiro (comprovante da matrícula paga ou extrato bancário). O site do governo do Canadá lista as instituições participantes do programa de trabalho para estudantes. Há a possibilidade de estagiar na faculdade ou escola ou fora. É possível pedir o visto online. A taxa custa US$ 125.
Irlanda
Apenas alunos matriculados para cursos de, no mínimo, um ano tem a permissão de trabalhar até 20 horas semanais, como período parcial, ou período integral na época de férias escolares. O pedido do visto pode ser feito já no país. Como a Irlanda é integrante da União Europeia, o estudante pode ficar até 90 dias como turista. É necessário preencher um formulário online, com passaporte com válida mínima de seis meses, carta de aceitação da escola e comprovar ter 3.000 euros na conta. A taxa custa 60 euros. No entanto, Espãna, da World Study, avisa: “o país já está ficando saturado, porque há muitos brasileiros que escolhem esse tipo de programa.”
Nova Zelândia
O governo neozeolandês flexibilizou as regras para quem quer estudar inglês e trabalhar. A medida entrou em vigor em janeiro de 2014 e agora, o estudante tem o direito de trabalhar 20 horas semanais se estiver matriculado num curso de um ano. Antes era necessário fazer o teste de proficiência IELTS para ter a permissão de procurar emprego. É necessário pagar uma taxa de US$ 125.
Estados Unidos
O Work & Travel nos Estados Unidos é programa de trabalho mais procurado, segundo Eduardo Heidemann, diretor de intercâmbio da agência Travelmate. Ele é realizado durante as férias de verão aqui no Brasil e é voltado para universitários entre 18 e 28 anos com conhecimento intermediário, no mínimo, de inglês. Os jovens passam entre três e quatro meses trabalhando em estações de esqui, hotéis, resorts e restaurantes. A média salarial fica normalmente entre 7,25 e 12 dólares por hora, variando conforme empregador e função. Heidemann aponta o custo, que não é alto, como o principal atrativo do programa. “Além disso, trabalhando, o jovem consegue recuperar o dinheiro investido e se manter enquanto está lá, além de não prejudicar as aulas no Brasil”, diz.