O estudante capixaba Pedro Verdini colecionava medalhas antes de entrar no ITA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Durante o Ensino Médio, foram competições de robótica, matemática, física e astronomia. Também não faltaram aprovações em vestibulares concorridos do Brasil. Agora, no quarto ano do curso de engenharia Mecânica-Aeronáutica, o brasileiro adiciona mais uma conquista à lista: um intercâmbio no MIT.
A vontade de estudar no exterior era antiga e ganhou força com o curso no ITA, que abriu os olhos do estudante para oportunidades de intercâmbio. Com isso em mente, Pedro se candidatou ao instituto americano como “Special Student”, para cursar matérias de interesse por um período determinado. “O MIT é um centro de excelência, a melhor universidade do mundo, então fica difícil não querer estudar lá”, sintetiza o brasileiro, referindo-se à posição da instituição em rankings universitários. Nas palavras dele, esse era o momento em que mais poderia “aproveitar essa chance”, depois de fazer estágios em diferentes áreas e chegar ao quarto ano da graduação.
Como se candidatar ao intercâmbio no MIT
Antes de conseguir uma vaga no instituto americano e bem antes de fazer as malas, os estudantes precisam passar pelo processo de application. Não foi diferente com Pedro, que almejava uma vaga de intercâmbio no MIT.
Em geral, o processo segue linhas similares às de outras universidades americanas, como Harvard e Yale. O candidato precisa listar suas competências e formações, experiências acadêmicas e profissionais, bem como atividades extracurriculares. Também deve submeter cartas de recomendação, escritas por quem já conheça seu desempenho. Mais do que um resultado isolado no TOEFL ou em outro teste padronizado, leva-se em conta uma série de aspectos do aluno, uma visão mais completa. “São coisas que você tenha feito ao longo da sua vida e das quais você se orgulhe”, explica Pedro.
Com média 9 na graduação, em um instituto renomado na área de engenharia, Pedro destacou também suas atividades feitas longe das salas de aula. “As atividades extracurriculares foram tão importantes para mim como a própria faculdade”, conta ele. “Foi fora da sala de aula que aprendi a liderar um projeto, a puxar uma iniciativa para frente, a gerir meu tempo de forma melhor e até mesmo a falar em público sem ficar nervoso”.
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Pedro Verdini também tratou das suas experiências no mercado de trabalho, como estagiário, em sua candidatura para o intercâmbio no MIT. Afinal, ele passara pela Odebrecht, pela Ambev e descobrira sua área de maior interesse no banco Morgan Stanley. “Sem dúvidas, foi sobre o estágio que mais falei: tudo que aprendi, todo meu interesse no mercado financeiro e como estudar economia e finanças no MIT me ajudaria a chegar aonde quero”.
Com uma trajetória tão diversa, o desafio era ligar os pontos. “O examinador precisa entender quem você é e o que você quer fazer”, explica ele. “E tudo isso precisa estar alinhado e fazer sentido”.
Rumo ao MIT
Com a carta de admissão em mãos, Pedro precisou descobrir como viabilizar o intercâmbio no MIT, desde os gastos com tuition até a manutenção nos Estados Unidos. Ao todo, precisaria de cerca de 140 mil reais.
Para juntar todo o dinheiro necessário, o estudante capixaba decidiu fazer uma “vaquinha”, pedindo apoio para arcar com os custos do intercâmbio no MIT. Com a campanha de crowdfunding somada às transferências bancárias que recebeu, Pedro conseguiu o valor necessário um dia antes de pegar o voo para Cambridge.
Uma vez em território americano, ele planeja estudar mais a fundo o ramo de negócios, finanças e economia. “É como se tudo que aprendi fossem peças soltas de um quebra cabeça e já fosse possível ter uma ideia geral da imagem formada”, explica ele. “No MIT, espero achar as muitas peças que faltam e chegar mais perto de completar a figura final, conectando tudo isso”.