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Fazer pesquisa no exterior abre portas em organizações como ONU e BID

como é trabalhar no BID

Pense em uma lista de organizações internacionais de grande porte, que atuem de forma supranacional, nos mais diversos países. Na lista, entram entidades como as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional e o BID – o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Não apenas elas são semelhantes em seu caráter transnacional, como também – e por isso mesmo – se envolvem em operações e decisões estratégicas com impacto global.

Elas elaboram, por exemplo, relatórios relevantes a nível internacional, que dão conta de cenários complexos em seus campos de atuação. É possível encontrar relatórios de órgãos das Nações Unidas sobre a ocorrência de malária em um lugar X ou Y, assim como detalhes sobre a desigualdade racial em regiões amplas. Por trás de informações tão completas e do exame detalhado, estão times extensos de pesquisadores.

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Como explica o advogado paulista Guilherme Piereck, que trabalha em operações no BID, tudo envolve pesquisa. A organização, fundada em 1959 na capital dos Estados Unidos, visa apoiar projetos de desenvolvimento econômico e social na América Latina e no Caribe, além de promover a integração comercial na região. No caso de uma instituição financeira do porte do BID, é essencial estabelecer bases sólidas de conhecimento sobre os países latino-americanos. “O banco tem um setor de research que fornece pesquisa em vários setores”, conta ele, que começou a trabalhar na instituição depois de fazer um LL.M. (mestrado em Direito) na Northwestern University, nos Estados Unidos.

Pesquisadores são “recrutados” por organizações transnacionais

“Dentro do meu setor, que é voltado para a parte de operações, tem vários pesquisadores, que produzem conhecimento sobre as áreas em que atuamos”, resume. Quem trabalha no BID, por exemplo, pode investigar os impactos positivos da abertura comercial em um local específico, ou mesmo identificar os negativos de determinadas barreiras tarifárias.

O apoio forte à pesquisa faz mesmo sentido. Com a possibilidade de atuar junto a grandes empresas e governos, instituições desse porte precisam ser capazes de dar prognósticos e fazer uma análise ampla. Para isso, o jeito é trazer pesquisadores de primeira linha, formados em universidades de prestígio – seja na América Latina, na Europa, ou nos Estados Unidos, como foi o caso de Guilherme.  “Nesses setores, nós trazemos gente que vem da academia, já focado em trabalhar com esses temas. São pessoas que vêm do doutorado com uma base sólida e vontade de produzir conhecimento”, sintetiza ele.

Na prática, como funciona

Uma vez inserido em uma organização de porte como o BID, o pesquisador se envolve com o background de grandes decisões e trabalha na produção de relatórios. Ao mesmo tempo, deve apoiar a equipe que trabalha nas operações, como a de um banco “comum”, e oferecer as bases para que ela atue. Trabalhando com ações no setor público e também no privado, o BID redige contratos, estabelece parcerias e ajuda em aquisições na América Latina.

No caso dos relatórios, as publicações seguem padrões altos de excelência e servem de base para outras instituições, como órgãos governamentais e empresas. No caso do BID, cujo foco está na América Latina, a publicação de maior destaque é a “Desarrollo en las Américas”, elaborada pelo Departamento de Pesquisa. Além das publicações regulares, entidades nesse mesmo perfil estimulam a pesquisa em outras de menor porte, através de editais e prêmios.

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