Por Andréa Beer, aluna de MBA em Kellogg
Nem bem começou o outono aqui no outro lado do hemisfério e eu já me sinto em pleno inverno. Nas últimas semanas, a temperatura chegou a zero graus e agora está na casa dos 5ºC. Já sabia que Chicago era frio, mas subestimei o vento. Em algumas noites, a sensação térmica tem batido -1, -2… O jeito é usar um bom casaco e ir aumentando as camadas de roupas embaixo dele à medida que a temperatura vai caindo. Acho que o corpo também se acostuma. Hoje, quase comemorei o fato que Evanston registrou 10ºC!
Mas o inverno tem um lado bom. Com o temperatura caindo lá fora, fica mais fácil passar minhas manhãs e noites no Jacobs, prédio de Kellogg, estudando para os midterms exams. A maioria das disciplinas tem duas provas: uma no meio trimestre e outra no final. No caso de Kellogg, o midterm é agora e as provas finais no início de dezembro, antes da pausa de inverno ou “winter break”. As provas não são tão difíceis, mas o problema é que não estamos nos dedicando apenas a isso. Neste período, há várias competições de marketing, consultoria, educação e business design.
As competições podem ser apenas entre alunos das escola ou envolvendo outras universidades. Este fim de semana, por exemplo, Kellogg venceu o Kellogg Education Innovation Case Competition. Em uma semana, um grupo de cinco alunos competiu com alunos de Booth, Ross, Columbia, entre outras, na apresentação de uma solução para a evasão em escolas públicas de Indianápolis. O time vencedor levou US$2000 e teve a chance de interagir com líderes na área educacional aqui nos Estados Unidos.
Enquanto esta competição é um pouco mais teórica, há outras em que os alunos colocam a mão na massa. É o caso da competição anual de marketing de Kellogg. Os estudantes têm a oportunidade de implementar uma estratégia de marketing para produtos que acabaram de chegar no mercado e que variam de detergente à molho para churrasco e sacos Ziploc. No final, eles devem apresentar a campanha para alunos e convidados. Geralmente, é um dos dias mais divertidos do ano letivo.
Eu acabei perdendo o prazo para me inscrever na competição de marketing, mas acabei entrando em outra competição, tão ou mais divertida. Trata-se do Design Thinking Challenge. Os alunos devem aplicar o modo de pensar do design para solucionar desafios e problemas empresariais. Este ano, a competição está sendo patrocinada pela rede de hotéis Hyatt. Devemos desenvolver um produto ou um processo para fidelizar o cliente. Não posso antecipar aqui o que vamos propor, mas, se passarmos para as próximas fases, prometo contar mais do projeto aqui.
Além da competição, provas e todo o processo de recrutamento que já descrevi no post anterior, na semana que vem já temos que escolher as aulas que queremos assistir no próximo trimestre. O processo de escolha das aulas eletivas funciona por meio de pontos. Todo ano, você recebe 2 mil pontos e deve alocá-los entre as aulas que mais gostaria de fazer. Há uma aula de negociação, por exemplo, que custa 1600 pontos. Se você optar por fazê-la, terá apenas 400 pontos para as demais. Isso significa que você terá apenas uma aula muito boa. Há outras opções que custam menos pontos, seja porque é um assunto que não interessa tantos alunos, seja por causa do horário (segunda de manhã e sexta à tarde, por exemplo, não são muito populares), seja porque há diversos professores ensinando a mesma disciplina e há alguns que são melhores do que outros.
Esse sistema de bidding é comum em outras escolas, como Hass, Booth e Columbia. Nesta última, o budget vale para o curso todo, o que exige ainda mais assertividade na hora de usar cada ponto. Até porque o aluno pode utilizá-los depois de formado. Já Wharton implementou um sistema este ano chamado Course Match. É semelhante com o bidding, mas leva em consideração todas as matérias que o aluno gostaria de fazer no semestre e o peso que dá para cada um.
Ainda não defini qual será a minha estratégia, mas devo equilibrar matérias um pouco mais pesadas com laboratórios e assuntos mais leves. No inverno, temos todo o processo oficial de recrutamento e a ideia é equilibrar conteúdo acadêmico com o treinamento para recrutar de modo mais efetivo.
_____________________________________________________________________
Andréa Beer – Colunista sobre a experiência de cursar um MBA no exterior
Andréa Beer, colunista do Estudar Fora, é jornalista de formação e Relações Públicas por opção. Apaixonada por boas histórias, teve a oportunidade de contar algumas delas na rádio BandNews FM, como repórter, e depois de participar de outras como consultora de Relações Públicas no Grupo Máquina PR. Formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, com pós-graduação em finanças pela USP, Andréa também presidiu por dois anos o Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, entidade que reúne jovens investidores do mercado financeiro. Aluna do MBA de Kellogg, colabora com o Estudar Fora contando detalhes da rotina de um MBA internacional. Seu lema é simples: todos os dias são uma oportunidade de fazer a diferença. Com seus posts, espera continuar conectando ideias e pessoas.