Fazer uma pós-graduação é um investimento que vale a pena, na crise?
O efeito mais duradouro da crise no mercado de trabalho não foi a contração imediata que viu empregadores congelarem os salários e cortarem posições de trabalho, mas sim a consequência cumulativa da hiper saturação da força de trabalho.
À medida que o mercado de trabalho já encolhido começou a se encher de profissionais que perderam seus empregos, milhões de jovens recém-formados em todo o mundo se viram incapazes de encontrar trabalho por causa de sua falta de experiência. Profissionais com diplomas de graduação não poderiam competir com profissionais experientes que tinham sido expulsos do mercado de trabalho como resultado da crise.
Em um efeito avalanche de proporções geracionais, muitos se voltaram para os estudos de pós-graduação para preencher esta lacuna. A suposição era de que este período de um ou dois anos longe da busca por trabalho iria permitir-lhes a entrada no mercado de trabalho, ou pelo menos ganhar tempo para que a economia melhorasse.
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Com isso, o número de profissionais com uma pós-graduação expandiu consideravelmente, “com metas de recrutamento sendo superadas”, afirma um relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Isto é particularmente marcado pelos programas de período integral de MA (Masters of Arts) e MSc (Master of Sciences). Em algumas faculdades, como a de Negócios, houve um aumento de 75% dos estudantes estrangeiros em comparação com a entrada em 2008”, conclui.
Mas, como os estudantes começaram a voltar massivamente às universidades, tornou-se claro que os que foram deixados para trás teriam ainda mais dificuldade para conseguir um emprego, enquanto os que optaram por um diploma extra teriam de enfrentar uma nova realidade, em que o campo de atuação tornar-se-ia novamente estável. No entanto, “estável” não deveria ser confundido com fácil, já que um diploma de pós-graduação tem, consequentemente, e, inadvertidamente, se tornado o novo bacharelado.
O investimento de uma pós
Por mais que esta história pareça assustadora, obter um título de pós-graduação é na verdade uma ideia de investimento bastante sólida, como demonstrado por numerosos relatórios e estudos.
De acordo com o último ranking do Financial Times (FT), indicando os níveis de emprego de ex-alunos com um diploma de pós-graduação em Finanças (MiF – Masters of Finance) três meses após a formatura, 70% dos estudantes que antes não tinham experiência de trabalho haviam conseguido um emprego neste período de tempo. Estudantes com experiência anterior de trabalho tiveram uma pontuação ainda maior, com quatro em cada cinco pessoas solidamente empregadas três meses após a graduação. Vale a pena notar que estas estatísticas são provenientes das próprias universidades, e só refletem alunos os quais as escolas conseguiram manter um registro. Isto significa que os dados abrangem apenas os indivíduos reais, e não dados coligados.
Retorno financeiro palpável
A média salarial de alunos das 100 melhores escolas no ranking do FT em Pós- Graduação em Gestão (MiM – Masters of Management) é de $ 58,000.00 dólares por ano. Já os alunos com Pós-Graduação em Finanças (MiF) sem experiência anterior, esse número é ainda maior, em cerca de $ 65,000.00 dólares, e para alunos com que entraram no programa tendo adquirido alguma experiência de trabalho com antecedência o salário é ainda mais alto, de $ 94,000.00 dólares.
Com tudo isso em mente, é seguro dizer que estes números representam um quadro muito conclusivo. Eles são um reflexo da capacidade do título de Pós-Graduação em cumprir a sua promessa principal, isto é, ser uma cura persistente de desemprego e uma resposta para o pântano de hiper saturação da força de trabalho explicado anteriormente.
Além disso, um relatório do GMAC de 2016 que menciona a perspectiva de futuro dos ex-alunos sugere que a taxa de crescimento salarial anual de formandos com um título de Pós-Graduação em Contabilidade (MiA – Masters of Accounting) é a mais alta em uma escala que inclui programas de MBA e outros títulos de pós-graduação especializada, girando em torno de 10,6%. A segunda maior é de outro programa de pós-graduação – em Finanças, em 9,4%.
O título de Pós-Graduação em Gestão (MiM) está em uma quarta posição respeitável, com uma taxa de crescimento de 7,6%. Mas ainda mais intrigantemente, todos os três programas são capazes de retornarem completamente todo o investimento financeiro em menos de dois anos – pouco mais de um ano e meio para formandos com Finanças, um ano para formandos em Gestão e menos de um ano para formandos com Contabilidade. Finalmente, os três títulos de pós-graduação também fornecem o maior impulso no salário registrado, com um incrível aumento bruto de $ 45,000.00 dólares para formandos em Contabilidade.
O caminho da Pós-Graduação
Mas o que uma pós-graduação realmente vai me ensinar? E além das estatísticas positivas, o que a pós-graduação realmente oferece aos estudantes a fim de justificar estes números? Se a pós- graduação é realmente o novo bacharelado, que tipo de qualificações os empregadores esperam ver dos jovens candidatos em busca de colocação?
Um título de pós-graduação é projetado para incutir habilidades especializadas. O foco está firmemente nas competências técnicas, que permitem ao formando ser altamente proficiente no mercado de trabalho. Uma combinação de teoria e prática leva à aquisição de competências que são universais e altamente aplicáveis. Em todos os exemplos, as universidades fazem parceiras com empresas locais a fim de proporcionar um ambiente de práticas reais para que estas habilidades sejam testadas, enquanto os alunos ainda estão no campus.
Simplificando, uma pós-graduação faz exatamente o que diz na lata – transforma os alunos em mestres do ofício. Não é de surpreender, portanto, que a pós-graduação é a escolha preferida para os empregadores que buscam confiar seus negócios nas mãos de jovens profissionais. Isto é especialmente verdadeiro quando os empregadores são confrontados com a outra alternativa – um profissional com o título de graduação, que adquiriu uma compreensão mais generalizada da área de atuação e não as muitas das habilidades específicas necessárias para fazer um determinado trabalho extremamente bem.
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Finalmente, a diversidade que os estudantes enfrentam, particularmente em programas de pós-graduação internacional no exterior, muitas vezes revela-se uma experiência muito valorizada quando entram no mercado de trabalho, uma vez que lhes fornece uma visão enriquecida no mundo.
De acordo com Graduateland, “Não é nenhum segredo que a experiência internacional é altamente valorizada pelos empregadores em praticamente todos os setores, independentemente de você estar trabalhando, estudando ou fazendo um estágio no exterior. Em um mundo cada vez mais interligado, a capacidade de trabalhar de forma eficaz em um ambiente de trabalho diversificado é vital. “
“Os empregadores vão ficar impressionados com o fato de que você saiu da sua zona de conforto, especialmente se você tiver realizado trabalho remunerado ou voluntário ou superar quaisquer desafios durante a sua viagem.”, The Guardian sugere, num artigo dedicado ao tema da exposição internacional.
Para muitos profissionais atuantes, esta experiência internacional não passa de um sonho, uma vez que significa que teriam que tomar um tempo precioso longe do trabalho para alcançá-lo.
No entanto, para os estudantes internacionais que têm o luxo do tempo, a pós-graduação oferece uma solução completa que os prepara para as exigências do mercado de trabalho moderno, de maneiras que um ou dois anos em um cargo iniciante, desprovido de responsabilidades reais e oportunidades, nunca poderia fazê-lo.
Portanto, como os economistas diriam, uma pós-graduação é o padrão ouro da educação para jovens aspirantes profissionais em todo o mundo.
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