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O GMAT avalia candidatos procurando por um perfil específico: de líder

GMAT

Por https://www.estudarfora.org.br/wp-content/uploads/2017/06/mariaeduarda-prep-1.png Bellini

O GMAT, desde a sua criação, assumiu as características de um teste voltado à área de negócios – era como uma prova para fisgar quem tivesse o perfil idealizado pelas melhores escolas nessa área. Criado em 1953 e aplicado pela primeira vez no ano seguinte, o GMAT foi fruto de uma discussão que envolveu nove instituições de ensino consagradas — entre elas, universidades como Harvard, Columbia e Northwestern.

E não é à toa que ele virou o grande nome nas seleções para MBAs no exterior. Desde cedo, a ideia era reunir as demandas e exigências dessas organizações, e manter a proposta de ter algo em comum — no caso, um perfil certeiro de estudante. Até hoje essa mentalidade persiste, mesmo que o teste tenha virado um fenômeno que chega a mobilizar 250 mil candidatos por ano, no mundo todo.

Em 2012, depois de décadas de aplicação, o teste passou por uma reestruturação. Os organizadores montaram uma pesquisa para entender do que as universidades ligadas a ele sentiam falta. O resultado mostrou que muitos acadêmicos queriam o fortalecimento desse perfil original, de um teste que identificasse o estudante de negócios com um quê a mais de liderança.

No fim das contas, a pesquisa deu certo. Apesar de não ser perfeito — como nenhuma prova é –, o GMAT passou a incorporar noções que faziam parte do perfil de uma pessoa “de negócios”. Lidar com informações vindas de diferentes fontes e saber dosá-las bem, por exemplo, foi um aspecto destacado na reformulação de 2012 que acabou entrando de vez para a prova. Com a consolidação desse modelo, a organização responsável desejava filtrar melhor os candidatos nessa parte do processo – sem, porém, esquecer a importância do desempenho em redações e entrevistas.

O GMAT na prática

Essa estratégia funcionou na hora da seleção do engenheiro de computação Ricardo Leite, que cursou os dois anos do MBA da Universidade de Chicago, com foco em empreendedorismo. A instituição, não por acaso, foi uma das criadoras do teste lá em 1953 e hoje apresenta uma das médias mais altas do GMAT. No caso de Ricardo, que já tinha comandado start ups no Brasil, a preparação para essa etapa da seleção exigiu dedicação de seis semanas.

Na parte das redações, que exigem um nível de elaboração alto, foi a vez de mostrar como sua trajetória se adequava ao perfil idealizado pela universidade. Para além dos fins práticos, a proposta de falar de si e da própria história ajudou na autorreflexão do candidato. “O desafio foi conectar os elementos para contar a minha história e entender o que eu queria”, explica o engenheiro, que hoje trabalha como diretor-geral da BlaBlaCar no Brasil. Como o próprio Ricardo exemplifica, essa é a lógica defendida por grandes nomes como Steve Jobs: “você não consegue ligar os pontos olhando pra frente, mas sim olhando pra trás”.

Em geral, o texto dá uma situação e você tem que reconhecer, nas alternativas, as condições mínimas para que aquela suposição seja real

Se para as famosas essays e o Personal Statement há toda a abertura para que o candidato faça uma reflexão sobre si mesmo e sobre a carreira que deseja trilhar, nos exame ele usa recursos comuns ao ambiente de negócios. Nessas horas, o perfil mais analítico é o centro de tudo. “Mesmo em questões quantitativas, você nunca vai encontrar algo direto, como 2 mais 2. Em geral, o texto dá uma situação e você tem que reconhecer, nas alternativas, as condições mínimas para que aquela suposição seja real”, detalha Ricardo. É por isso que, assim como na área de negócios, o raciocínio lógico entra na lista de exigências-chave do MBA das instituições renomadas.

Com o tempo apertado e as perguntas que se tornam mais difíceis à medida em que a prova avança, o GMAT volta seus esforços para o candidato que ambiciona ser líder. Ter o cérebro afiado na hora de decorar materiais não basta: é preciso ser capaz de ver o todo e as partes, montando um cenário. No fim das contas, é isso que o GMAT quer: um sujeito que saiba resolver problemas e implementar soluções – como nos negócios.

 

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