Os mais de 250.000 candidatos que fazem a prova do GMAT anualmente tiveram uma notícia sensacional: desde o dia 27 de junho deste ano, a instituição GMAC passou a fornecer dois minutos para você decidir se cancela ou aceita a sua nota, após visualizá-la ao término do teste.
Desde 1954, os alunos experimentavam uma indescritível ansiedade, angústia, e enorme desperdício de energia indagando sobre como as escolas lidariam com uma nota horrível que ele tiraram em uma de suas provas. Ocorre que, antes, o GMAT só permitia o cancelamento cego da nota, isto é, após a visualização, aquela nota se tornava parte da história do candidato testado. Diante disso, um grande número de alunos chegava a desistir do seu projeto inteiro de MBA ao ver na tela do computador uma nota de 390: “….o que aconteceu com o meu raciocínio? É….eu não dou para isto mesmo…..”
Dominando o GMAT: Os desafios da Seção Verbal
A surpresa da prova adaptativa
O GMAT é uma prova adaptativa, o que faz com que acertar as primeiras questões tanto na parte quantitativa como na parte verbal seja fundamental para atingir um nível de dificuldade alto e garantir uma nota final robusta. Esta natureza adaptativa é um tanto delicada, pois se o aluno não estiver concentrado e/ou ficar nervoso no inicio da sessão quantitativa ou verbal, ele pode facilmente errar um número significativo de questões e descer ao nível mais fácil da prova, obtendo uma nota muitas vezes aquém daquela que ele experimentara durante seu treinamento.
Vários alunos reportam que sua pior nota na parte quantitativa e/ou verbal, ou mesmo a nota final, foi na prova oficial, na qual não conseguiram equalizar propriamente sua aptidão. Esta é uma das razões pela qual o GMAT permite que um candidato faça a prova uma vez a cada 31 dias, totalizando o máximo de até cinco provas em um período de 12 meses.
Dominando o GMAT: Os desafios da Seção Quantitativa
Preparação para prova
A chave no processo de preparação para o GMAT é dominar tanto o conteúdo da prova como a sua estrutura e, principalmente, o seu próprio nervosismo. Um erro grande cometido por vários brasileiros é estudar e praticar muito bem o conteúdo da parte quantitativa e verbal e se submeter a somente dois ou três simulados completos da prova, não atingindo assim um desempenho sustentável para aguentar a pressão no dia do exame.
Dicas
Os alunos brasileiros que tenho treinado, normalmente, se submetem a uma média de 14 simulados completos
Não subestime a necessidade de amarrar muito bem a equação conteúdo e performance
– Domine o conteúdo estudando materiais de apoio e por último o material oficial do GMAT
– Pratique sessões individuais para refinar sua precisão e número de acertos
– Faça simulados completos da prova até você estar confortável com o cansaço e conseguir estar focado durante as quase 4 horas de prova. Os alunos brasileiros que tenho treinado, normalmente, se submetem a uma média de 14 simulados completos. Além dos simulados oficiais atuais oferecidos no site do GMAT (quatro no total), empresas como Veritas, Manhattan, e Kaplan oferecem um ótimo número de simulados para prática, que devem ser feitos antes dos simulados oferecidos pelo site oficial.
Pratique seu foco
– Pratique a prova nos horários que ela é normalmente oferecida.
– Depois de cada prática, além de estudar as questões e o conteúdo ainda não dominado, reavalie a estratégia de tempo usada, seu foco, cansaço, e controle emocional durante a prova.
– Busque estudar o assunto sobre foco. Um excelente recurso é o livro lançado no ano passado por Daniel Goleman: Focus: The Hidden Driver of Excellence.
– Se necessário, busque ajuda de profissionais para aumentar sua habilidade de focar. Uma ótima opção é o Stress Management Workshop for GMAT Students, desenvolvido pelos coaches Nelson de Campos Pires Jr. e Thais Burmeister de Campos Pires.
Afinal, como diz o treinador do time alemão, Joachim Löw, “quando meu time entra em campo, eles só pensam no jogo”!
E, afinal, quando você deve cancelar a sua nota?
Depois de um treinamento adequado, o aluno deve levar em consideração a sua média final nos últimos simulados. Por exemplo: se o aluno se submeteu a 14 simulados adaptativos, considera-se que nas primeiras 6 provas ele estava se aclimatando ao ambiente de prova e treinando seu foco. Então, a média das suas últimas 8 provas são as mais representativas de seu potencial de nota final.
Durante a prova oficial, uma variação de 40 pontos a menos do que a média experimentada pelo aluno em suas últimas 8 provas está dentro do normal e, neste caso, não há necessidade de cancelar a prova, mas sim de marcar uma segunda prova para tentar refletir sua nota merecida.
Alguns alunos, por motivos de nervosismo e ansiedade, podem não conseguir refletir sua média em uma prova oficial, e neste caso, aquela nota que está 40 pontos abaixo servirá para o seu processo de application. Quedas bruscas, tanto na parte quantitativa como verbal, ou até na nota geral, que denotam uma clara sub-performance refletem a necessidade de lançar mão do direito de cancelar sem pestanejar.
Como esta decisão é, sem dúvida, muito difícil e normalmente deve ser discutida com o seu treinador de prova, o GMAT ainda lhe dá a opção, através do pagamento de uma taxa de US$ 100, de resgatar a nota que você decidiu cancelar no dia da prova, dentro de um prazo de 60 dias! Bons estudos, treine seu foco e conquiste este GMAT! _____________________________________________________________________
Paulo César Moraes – Colunista sobre GMAT e orientação para MBA
Paulo César Moraes Oliveira é sócio fundador da Philadelphia Consulting, empresa que desenvolveu uma metodologia específica para treinar e maximizar alunos brasileiros nas provas de Toefl e GMAT, e que atua nessa área desde 1996. Paulo César é também membro da AIGAC, instituição internacional que regula e aprimora o trabalho de consultores em pós-graduação, e, juntamente com seu time de editores, orienta no processo de MBA Admissions das principais escolas internacionais. Ele residiu nos Estados Unidos por nove anos, estudando na Bob Jones University, onde obteve os graus de mestre e doutor em educação. Sua dissertação de doutorado, publicada no ERIC Educational Journal, foi sobre o desenvolvimento do raciocínio lógico. Leia outras colunas do Paulo César