Já imaginou graduar-se, ao mesmo tempo, em química e em teatro? Ou então física e dança? Se você for para um Liberal Arts College norte-americano isso é possível. Além de terem como foco somente cursos de graduação, as chamadas escolas de artes liberais são reconhecidas pela flexibilidade que dão aos alunos na escolha das disciplinas que estudarão. “Adotamos o Open Curriculum, que permite ao estudante organizar o seu curso da forma que achar mais interessante. Para conseguir um major (área principal de especialização da graduação) é preciso cursar cerca de 10 disciplinas pré-determinadas. As demais (cerca de 20 disciplinas) ficam a critério do aluno, que pode escolher de filosofia a artes e meio ambiente”, explica Tiffani Bromberg, assistente do reitor de admissões do Amherst College. “É possível conseguir um double major (dupla especialização) em áreas completamente distintas”.
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Nesta semana, Tiffani participou de uma sessão informativa promovida pelo Estudar Fora. Além dela, estiveram presentes também representantes de outros dois importantes Liberal Arts Colleges dos Estados Unidos: Jared Rivers, reitor associado do Bates; e Manuel Carbalho, diretor de admissões do Middlebury.
A seguir, saiba um pouco mais sobre as características dessas faculdades:
Decisão “tardia” da área de especialização
Para quem tem múltiplos interesses e não sabe muito bem em qual área do conhecimento quer se especializar, estudar em um Liberal Art College pode ser ideal. “Você poderá decidir o seu major só no final do sophomore year, ou seja, do 2º ano. Até chegar lá, terá tempo suficiente para assistir aulas das mais variadas disciplinas, pensar com calma e decidir o que quer fazer”, explica Jared Rivers, do Bates.
Mais oportunidades de pesquisa
Desde o início da graduação, os estudantes são incentivados a realizar pesquisas e podem, inclusive, atuar como Teacher Assistant (TA). Em universidades grandes, essas vagas costumam ser destinadas a estudantes de pós-graduação.
Turmas pequenas e comunidade unida
Salas de aulas pequenas em vez de grandes auditórios, comunidade universitária mais unida e fácil acesso aos professores são algumas das características dessas instituições. No Middlebury, por exemplo, há cerca de 2.500 estudantes e uma aula não costuma ter mais do que 17 pessoas. Apenas para comparação: Harvard, a mais prestigiada universidade do mundo, tem mais de 21.000 alunos, sendo quase 7.000 só de graduação.
Além disso, a maioria esmagora dos alunos desses três colleges vive no campus: “No Amherst, o índice é de 99%. Os alunos convivem muito uns com os outros e aprendem tanto dentro como fora das salas de aula”, diz Tiffani.
Alta diversidade
A diversidade é outro ponto muito valorizado. No Middlebury há 12% de estudantes internacionais, provenientes de 70 países. Já no Amherst são cerca de 10% de estrangeiros, vindos de 55 nações. “Há estudantes da China, Zimbábue, Jamaica e muitos outros países”, ressalta Tiffani.
Muitas organizações e clubes
Vale destacar também os variados clubes e organizações estudantis presentes nas faculdades. Não importa quais sejam os seus hobbies, você encontrará um grupo que se ajuste a eles. No Bates, por exemplo, há 110 organizações em áreas como teatro, música, esportes e dança, entre outras. Já no Middlebury, o número é ainda superior: 190.
Processo seletivo e bolsas de estudo
O processo de seleção das faculdades é similar ao de outras universidades norte-americanas e inclui redações (essays), exame de proficiência em inglês, análise do currículo escolar e cartas de recomendação. Middlebury e Amherst exigem também a relização de um exame padronizado (ACT ou SAT), enquanto em Bates a prova é opcional. Nas três, a concessão de bolsas de estudo se dá de acordo com a necessidade financeira do aluno.
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Por Lecticia Maggi
