E aí, dear student, como foi o Winter Break? Na verdade venho fazer outra pergunta: como está sendo voltar deste break?
A avalanche de angústia e desânimo é natural depois de passar dias com tanto conforto emocional, descanso, relax e diversão
Resolvi escrever esse primeiro texto do ano sobre isso, pois recebi muitos e-mails em janeiro de estudantes universitários que tiveram um Summer Break, pois vieram passar as festas no Brasil. E a questão central foi que a grande maioria estava se contorcendo para se readaptar depois de quase um mês sentindo a brisa morna da praia, desfrutando um solzinho, comendo a comidinha da mamãe, fazendo farra com os amigos… Vou parar por aqui porque isso é um oásis no meio do deserto para quem voltou a encarar um frio congelante e uma rotina de compromissos que exigem foco, concentração e força de vontade.
Para ajudar quem também está nesta situação, mostro trechos de dois e-mails que recebi e as orientações que dei:
Situação 1
“Eu estava tão bem no final do semestre, adaptada, tranquila com minha rotina… Agora que voltei, depois de vinte dias no Brasil, só estou afim de ver filme, só choro e falo com minha família no Brasil a toda hora. É normal? Será que eu deveria mesmo estar aqui?”
Claro que é! E está tudo bem. Vamos colocar tudo nas suas devidas proporções? Essa avalanche de angústia e desânimo é natural depois de passar dias com tanto conforto emocional, descanso, relax e diversão. Principalmente quando se tem que voltar para o frio, para momentos de solidão e exigência intelectual. Eu diria que é até saudável queremos estender o que nos agrada. Contudo, lembre-se que seis meses ou um ano atrás, você chegou nesse lugar tão desconhecido e também se sentiu assim ou carente, assustada, deslocada. E conseguiu mudar a cena, teve o gostinho de superar os desafios. Que maravilha! Ou seja, você já sabe a fórmula. Replique! E vai conseguir de novo.
Ah, e por favor, sai desse telefone porque a adaptação aí é proporcional ao se desligar daqui. Você já sabe disso, sem-vergonha. Então:
1. Fale com sua mãe apens uma vez por semana;
2. Reserva apenas uma hora por dia para Facebook, Instagram e etc. Uma hora. Controle-se, faça outras coisas. Vá ler, praticar esportes, fazer turismo, chamar alguém para sair, cozinhar uma receita nova, participar de um clube de qualquer coisa. Mas foco na realidade! Só assim a rotina voltará a fazer sentido dentro de você;
3. Chorar? Chore à vontade. Faz bem e não é para sempre. Você sabe disso desde que nasceu. Apenas lembre. Ah, e depois enxugue as lágrimas, tome um chá de camomila, um banho com “aquela” música que te faz bem e vamos viver.
Situação 2
“Como é difícil voltar a rotina. Estou desanimado, com mais saudades do que antes. Esse frio me mata. E acordar cedo, então!”
É, matar não mata, mas é difícil mesmo. Concordo 100%. Mas, é o que fazemos neste planeta aqui para crescer, conquistar uma vida legal… Agora, não toma um chá, come uma coisa bem gostosa. No meu caso, seria um café da manhã bem saboroso com a possibilidade de um chocolate mais tarde. Lembre-se que são as coisas mais simples da vida que nos fazem felizes de verdade!
Sabe por que agora parece mais difícil do que quando chegou aí? Porque agora não tem o componente da novidade e da descoberta, que traz empolgação. Agora você já sabe como é. Mas pense na parte positiva deste seu atual momento: você já sabe como fazer. Você já tem provas suficientes que é corajoso, esperto e capaz de viver a quilômetros de distância de algumas coisas e pessoas amadas. E pode fazer melhor ainda! Tudo em nome de um futuro brilhante e enriquecido de conhecimento e experiências.
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Gabriela Ribeiro é formada em psicologia pela PUC – RS e recebeu treinamento na metodologia Intercultural Training, desenvolvida por Andréa Sebben. Fez intercâmbio na Inglaterra e na Nova Zelândia e já esteve em mais de 30 países. Participou de cursos de formação nas Ciências Interculturais em países como Chile, Argentina, Venezuela e Costa Rica. Há 8 anos ministra palestras e treinamentos interculturais em todo Brasil, em diversos idiomas, e é membro da IAIE (International Association for Intercultural Education).