Renan Kuntz tem apenas 18 anos, mas um currículo de fazer inveja em muito marmanjo: já participou de programas de iniciação científica nas áreas da matemática, engenharia civil e literatura e é medalhista de olimpíadas de astronomia, língua portuguesa e linguística. Neste ano, foi um dos 37 brasileiros selecionados para participar do Programa Jovens Embaixadores nos Estados Unidos.
Assista ao vídeo do Renan e ajude-o a ir à Universidade de Tulsa
Com tantos interesses diferentes, ele precisou de um empurrão um tanto inusitado para decidir qual carreira gostaria de seguir. “Assisti uma palestra do cientista Hadyn Parry no site TED talks sobre manipulação do mosquito da dengue e achei incrível. Decidi que era isso que eu queria fazer: estudar biotecnologia para conhecer melhor a natureza e ajudar a sociedade”, conta.
Jovens fazem ‘vaquinha’ para estudar nas melhores universidades do mundo
Natural da cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e ex-aluno da rede pública de ensino, Renan acaba de ser aprovado na Universidade de Tulsa localizada no município de mesmo nome, em Oklahoma. A escola é uma das 100 melhores instituições do país.
Renan é um dos 17 participantes do Crowdfunding Estudar Fora, uma parceria da Fundação Estudar com o site Benfeitoria para ajudar jovens de alto potencial a estudar nas melhores escolas do mundo. Assista ao vídeo dele e colabore.
Saiba um pouco mais sobre ele na entrevista a seguir:
Além de ter ganho diversas medalhas em olimpíadas do conhecimento, você foi um dos 59 jovens escolhidos para ir à Finlândia participar do Millenium Youth Camp, um programa voltado para exploração do conhecimento científico. Qual a importância dessas experiências?
Acredito que ainda há muito a ser descoberto: substâncias curativas, combustíveis alternativos, novas aplicações para o petróleo. E eu quero estar envolvido nessas descobertas
As olimpíadas me motivaram a estudar diversas áreas do conhecimento. Já o Millenium Youth Camp foi muito importante para me incentivar a ir atrás dos meus sonhos. Quando eu cheguei na Finlândia e me deparei com sessenta estudantes de todo o mundo, cheios de ideias inovadoras, percebi que, se eu estava ali, eu também era capaz de ajudar a melhorar o mundo.
Você fala muito em ajudar a tornar um mundo um lugar melhor. O que já fez de concreto para isso?
Apesar dos resultados das olimpíadas científicas serem pessoais, na escola técnica onde estudei o pessoal não tinha interesse por atividades extracurriculares. Como eu sempre quis participar, falava para os professores: “Vamos fazer a olimpíada de matemática? E a de astronomia? De linguística?” Eu dei o primeiro passo e, quando os resultados começaram a surgir, a escola como um todo se animou. Sinto que, de alguma forma, consegui motivar as pessoas. Esta também é uma forma de transformar o mundo.
E por que escolheu a área de biotecnologia? Por que a considera tão importante?
Lembro de uma professora de Geografia no ensino fundamental que dizia que “o Brasil tem muitas riquezas naturais, como não podemos aproveitar?”, e isso fazia eu me sentir indignado. Eu pensava: “É verdade, nós mal sabemos direito o que temos”. Na palestra que citei (TED Talks), eles conseguiram diminuir a população de mosquitos da dengue com manipulação genética. Por que, então, não podemos encontrar agentes naturais de diminuição de pragas, por exemplo? Ou capazes de aumentar a produtividade agrícola? O Brasil tem uma exuberante diversidade de fauna, flora e recursos minerais. No entanto, sinto que eles não são explorados ao seu máximo potencial. Acredito que ainda há muito a ser descoberto: substâncias curativas, combustíveis alternativos, novas aplicações para o petróleo e muito mais. E eu quero estar envolvido nessas descobertas.