Segundo o dicionário Aurélio, resiliência é definida como: “1) Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação; 2) Capacidade de superar, de recuperar de adversidades”. Em outras palavras, resume-se a como você lida com e se adapta a fontes de estresse e adversidade. E o que isso tem a ver com o processo de aplicação para MBAs no exterior? Tudo!
Para facilitar a explicação, vamos recordar as partes do application:
1. Testes requeridos: TOEFL e GMAT
Exigem foco e muito planejamento – em termos de assimilação do conteúdo, prática através de simulados, organização de acordo com deadlines. É preciso determinação para aguentar a carga de estudos em paralelo ao trabalho e a vida pessoal; resistência física e mental para ficar sentado, concentrado, raciocinando em uma língua diferente da sua, ao longo de todo o período de estudos e depois, por 4-4.5 horas no dia do exame – adicionando aí o componente emocional; força e maturidade para absorver uma eventual surpresa diante de uma nota inferior à esperada – e começar o processo todo outra vez, decidido a se superar.
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2. Pesquisa de escolas:
Exige tempo, paciência, organização, exposição. Procurar informações no site de cada programa é moleza! Quem vai além conecta-se com alunos e ex-alunos (alumni), participa de info sessions, se expõe tirando dúvidas com o AdCom, e mantém os insights na manga para usar de maneira estratégica posteriormente.
3. Application em si:
São inúmeras e profundas redações que exigem mapeamento de histórias pessoais e profissionais, acertar o melhor jeito de contar sucessos e falhas, e pensar intensamente em objetivos futuros de carreira – algo desafiador para a maioria dos candidatos. Manejar recomendadores, alinhar o conteúdo das cartas de recomendação e certificar-se de que elas serão entregues a tempo exige, no mínimo, determinação e boa comunicação. Formulários online também são importantes, e demandam grande atenção para evitar erros básicos e passar as informações de maneira sucinta e impactante.
4. Entrevistas:
Ah, o frio na barriga! Conversar em inglês, cara a cara com a pessoa que pode definir o seu futuro, e surpreender positivamente e de maneira convincente o entrevistador, não é para qualquer um! Protagonismo, coragem e muito treinamento são chave nesse processo.
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E depois de todo esse trabalho, se o resultado é negativo… bem, acontece nas melhores famílias! Escolas top 10 do mundo têm uma taxa de aceitação que varia de 7% a 15% – ou seja, a competição é extrema. Perfis excepcionais recebem “nãos” a todo momento, e nem por isso desistem ou deixam de estudar em um programa de excelência. Basta manter a cabeça erguida, mitigar o que é possível e tentar de novo – resiliência deve ser a palavra de ordem.
Aos que sucedem, um novo desafio começa: morar, por 1 ou 2 anos, em um país, cultura e contexto completamente diferentes, estudando, discutindo, aprendendo com colegas brilhantes – e igualmente resilientes – expondo-se a experiências distantes da zona de conforto e enriquecendo sua bagagem pessoal e profissional. Se vale a pena? Pergunte a um MBA alumnus! E então, vai encarar?
Por fim, algumas dicas para construir e manter sua resiliência durante o processo:
- Meditação: é comprovado que manter o foco no presente diminui a ansiedade e melhora sua resposta diante de situações estressantes.
- Exercícios físicos: ajudam a “limpar” a mente, melhoram sua estamina e podem até favorecer um momento de “ahá” – uma ideia genial sobre como contar sua história da maneira mais autêntica e interessante!
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- Estar bem informado: lhe deixará seguro com relação ao seu fit com a escola (“é a escolha certa!”), e aperfeiçoará seu poder de convencimento.
- Conectar-se com alunos atuais ou alumni que passaram pelo processo, e entender como superaram os desafios.
- Visitar as escolas, assistir a aulas, e perceber como o sonho está muito mais próximo do que distante – quem está fazendo o MBA nas escolas que você aspira são pessoas “normais”, iguais a você!
- Nada de procrastinação! Organize-se para trabalhar no processo todos os dias, ou de maneira frequente. Deixar atividades acumularem só aumenta a fonte de estresse desnecessariamente.
Sobre a autora: Daiana Stolf é cientista por formação e escritora e coach por paixão. De mestre pela Universidade de Toronto (Canadá) a aluna de Gestão Estratégica na Universidade de Harvard (EUA), passando por cientista-doutoranda da EPFL (Suíça), em 2011 descobriu o prazer de guiar brasileiros curiosos e determinados a expandir seus horizontes através de cursos de pós-graduação nas melhores universidades do mundo. Ela é co-fundadora da TopMBA Coaching.